Parece algo proposital como a barbaridade alheia, noticiada em doses cavalares pela mídia, serve para anestesiar o pouco que resta da nossa sensibilidade em relação às mortes em nosso país.
No Brasil, a Constituição Federal proíbe a pena de morte (inciso XLVII, art. 5). Entre outros dados, o dossiê analisa a relação entre o número de civis mortos e civis feridos em ação policial e a quantidade de civis e policiais mortos. O documento faz um comparativo entre informações envolvendo ações policiais nas cidades de São Paulo e Nova York (Estados Unidos).
De acordo com informações da Uniform Crime Reports e NY Law Enforcement Agency, em 2002, 12 civis e dois agentes de polícia foram mortos em ações policiais em Nova York. Naquele mesmo ano, segundo dados da Secretaria de Segurança do estado de São Paulo, 610 civis e 59 policiais foram mortos em ações da polícia na capital paulista.
“A polícia no Brasil mata muito mais do que as de outros países. O Estado brasileiro utiliza um sistema de extermínio. As polícias são ensinadas a matar e tomam gosto por matar. Mas não é para matar qualquer um, é para matar na periferia”, afirma Angela. “O Estado brasileiro deveria assumir que ele mata, manda matar e deixa matar. E o Judiciário sanciona isso, arquivando os processos que começam a andar”, acusa.
O documento também revela a relação entre pessoas mortas e feridas em ações policiais. Enquanto em Nova York, 12 civis foram mortos e 25 foram feridos em 2002, em São Paulo no mesmo ano morreram 610 civis e 420 ficaram feridos. De acordo com o estudo, essa proporção sugere que o comando da segurança pública tem incentivado uma postura mais agressiva da polícia na abordagem de civis.
foto:Luiz Vasconcelos/A Crítica/Zuma Press/EFE
Essa imagem acima ganhou o prêmio categoria "Notícias Gerais" do World Press Photo of the Year, o maior prêmio do fotojornalismo mundial, segundo o site de notícias do UOL. É de um cara chamado Luiz Vasconcelos, saiu no jornal "A Crítica", lá de Manaus, dia 10 de março. É uma índia tentando evitar o despejo do seu povoado, conforme diz a legenda do UOL. Eram 200 sem-teto, a maioria índios, de várias etnias, ocupando uma faixa de terra particular, próximo a Manaus. Puta foto, digna do prêmio, tanto pelo momento registrado como pela composição.
Penso na cabeça do cara que tá ali, atrás do escudo, e tem que ir desocupar uma aldeia na porrada, empurrando uma mulher pequenininha com uma criança no colo. Claro, o cara tem família, mãe, filho, tudo isso, tá cumprindo o dever, blá blá. Deve ter um ou outro psicopata que aprecia estar ali, batendo em gente indefesa. Dito tudo isso, falo desse cara que tem família e é razoavelmente normal, o suficiente pra operar no dia-a-dia. Não adianta falar do louco. Como o cara normal dorme depois dessa? Como ele obedece uma ordem de desocupar uma aldeiazinha e descer pancada em mulher e criança? Como ele não diz ao comandante: -não farei isso. Sou um policial, meu dever é evitar crimes e deter criminosos, e essa gente só fez o crime de ser desprovida.
É a PM brasileira (orgulho nacional) contribuindo para que o país tenha sempre as melhores imagens de violência policial do mundo!!!
No mesmo período em que a polícia dos EUA mata, em média, 10 pessoas ? criminosos ou suspeitos que reajam às ordens de prisão ?, a polícia paulista mata 70 e a polícia do Rio mata 420. Esses dados, da organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch, mostram que no Rio a letalidade policial é seis vezes maior do que a de São Paulo, cujas forças policiais liquidam sete vezes mais vidas humanas do que a polícia de um país conhecido por reprimir o crime com violência, como os EUA.
Em São Paulo as chamadas "resistências seguidas de morte", em que policiais cometem homicídio em supostos confrontos armados com as vítimas, têm aumentado todos os meses desde marçodeste ano, com aumento de 57% desde o início da atual gestão na Segurança Pública. Ao mesmo tempo que o governo do Estado comemora uma redução de 70,2% dos assassinatos, entre 1999 e o ano passado, a polícia paulista não consegue reduzir seus índices de letalidade. A proporçãode mortes causadas pela corporação policial militar, em relação ao total de assassinatos, passoude 3,68%, em 2001, para 11,32%, este ano.
"Nossa referência não pode ser a polícia do Rio, caso único no mundo", disse o advogado Denis Mizne, diretor executivo do movimento "Sou da Paz", aduzindo: "A mesma ousadia que levou São Paulo a reduzir os índices de homicídios deve ser usada para reduzir a letalidade policial", pois o total de 499 casos de "resistência seguida de morte", registrados até outubro, já é 34% maior do que o dos 12 meses do ano passado (421). Aliás, só em outubro foram 60 ocorrências depessoas mortas pela polícia em São Paulo, portanto, quase três vezes mais do que no mesmo mês de 2008 (21). Nesse ritmo, o saldo deste ano estará próximo do de 2006, ano marcado pelo confronto entre a polícia e integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC), uma guerra degrande violência. Segundo o ouvidor da polícia, "o crescimento da letalidade de policiais militares é hoje a principal preocupação da Ouvidoria". A Ouvidoria da Polícia passou a se reunir com dez entidades de direitos humanos para elaborar um plano que ajude a diminuir as mortes praticadas por PMs. Entre outras propostas, as entidades pretendem discutir com o governo um novo padrão de registro dos casos de "resistência" nos Boletins de Ocorrência (BO). Habitualmente, na hora de preencher o documento, o crime que teria sido praticado pela vítima (crime contra a administração pública, roubo, entre outros) recebe prioridade. O homicídio praticado pela polícia costuma ser citado quase como uma nota de rodapé. "E é, normalmente, essa informação do BO, dada pelos próprios policiais, que embasa todo o processo, o que acaba facilitando o arquivamento dos casos", diz o advogado Renato De Vitto, presidente da Comissão de Justiça e Segurança Pública do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.
Quanto ao Rio de Janeiro, a situação é calamitosa, conforme se pode perceber por algumas estatísticas e comparações internacionais. Nos últimos cinco anos foram mortas 5.611 pessoas por agentes no Rio e 2.176 por policiais paulistas, em tiroteios, em comparação a 1.623 mortos na África do Sul. Só que esse país tem 45 milhões de habitantes, enquanto São Paulo tem 41,8 milhões e o Rio, apenas 16 milhões.
Compreende-se que os responsáveis pela segurança pública tanto do Rio quanto de São Paulo façam objeções aos levantamentos apresentados por ONGs internacionais que atuam no campo dos direitos humanos, muitas vezes com críticas aos governos. Mesmo assim, os secretários deSegurança Pública deveriam atentar para tais críticas, já que a violência policial, especialmente nas grandes cidades brasileiras, é notória demais para poder ser disfarçada.
Não se defenda, por outro lado, a absurda tese segundo a qual a polícia é mais violenta ? e mata com mais facilidade ? em razão da leniência da atuação judicial contra os bandidos, que estimula a reincidência criminosa. Cabem aos órgãos policiais a investigação e a prisão dos delinquentes ? e não a determinação de sua culpa e a administração de sentenças condenatórias.
É muita resistência:
O relatório investiga a violência policial disfarçada de ‘resistência seguida de morte’ (jargão usado em São Paulo) ou ‘autos de resistência’ (Rio de Janeiro). Trata-se de casos em que uma pessoa acaba morta por, conforme o relato oficial, oferecer resistência à ação da polícia. Para a organização, há razões para crer que uma parte significativa das mortes deste tipo seja na verdade execuções extrajudiciais, frequentemente associadas à ação de grupos de extermínio ou, no caso do Rio, de milícias. Desde 2003, foram mais de 11 mil casos nos dois Estados.
A organização examinou de perto uma série de casos e para 51 deles acredita ter reunido ‘provas críveis’ que contradizem a versão oficial e apontam para execuções. Destes 51, 35 são ‘autos de resistência’ (Rio), e 16 são de ‘resistência seguida de morte’ (São Paulo). Entre os indícios de execução: laudos apontando tiros à queima-roupa; ferimentos na parte posterior da cabeça ou na nuca, com trajetória de bala ascendente; ausência de resíduo de pólvora na mão da vítima; e, entre outros, depoimentos divergentes de testemunhas. Um caso bastante emblemático é de julho de 2008. Aconteceu no Rio. Uma vítima aparece em um vídeo amador com as mãos para cima, rendido, e é agarrada por um policial. Na cena seguinte, está morta, no chão.
O relatório também faz comparações bastante eloquentes a respeito das mortes por ‘resistência’. No gráfico abaixo, mostramos duas delas: entre o número de mortes cometidas por policiais e os óbitos policiais; e entre o número de mortes cometidas por policiais e o de assassinatos. Nos Estados Unidos, para cada policial morto em confronto, morrem outras nove pessoas. Em São Paulo, morrem o dobro: 18. No Rio, quase cinco vezes (43,7). Quando se compara o número de mortes causadas por policiais com o de prisões efetuadas, o resultado é ainda mais gritante: nos EUA, para cada pessoa que a polícia mata, são realizadas 37.751 prisões. Em São Paulo, apenas 348. No Rio, míseras 23. Por qualquer ângulo, é muita ‘resistência’. Clique para ver versão dinâmica do gráfico.
Além do levantamento, os pesquisadores da Human Rights Watch também entrevistaram uma série de autoridades sobre a questão. Eles sublinham um fator para a impunidade crônica de policiais envolvidos com o extermínio, o que acaba alimentando o acobertamento dos casos: uma Justiça criminal apoiada quase que apenas nas investigações conduzidas pela própria polícia. A organização fecha o relatório sugerindo, entre outras ações, o seguinte:
- criar unidades especializadas dentro do Ministério Público Estadual
- obrigar a polícia a notificar imediatamente casos de ‘resistência’
- implantar procedimentos para preservar a cena do crime e evitar o acobertamento
O debate em torno da violência policial não se restringe ao tema dos direitos humanos. Hoje o Estado publicou matéria sobre o recrudescimento dos casos de resistência seguida de morte na polícia paulista. Inúmeras injustiças aparecem, mas o debate vai além. Policiais impunes, que matam sem correr grandes riscos de sanções, costumam se sentir intocáveis e acabam agrupando-se em quadrilhas poderosas. Citamos algumas delas:
Em São Paulo, só nos dois últimos anos, vieram à tona o caso de dois grupos de policiais que, além de matar, atuavam em parceria com traficantes, ladrões, empresários de caça-níqueis, entre outras atividades criminosas. Os Matadores do 18º Batalhão ficaram conhecidos depois do assassinato do coronel José Hermínio Rodrigues, que comandava o patrulhamento na zona norte, em 16 de janeiro do ano passado. Doze policiais foram apontados como suspeitos de integrar o grupos. O coronel foi assassinatos depois de iniciar investigação sobre o grupo, que havia cometido outros assassinatos e chacinas na região.
No começo do ano, conhecemos o grupo de extermínio conhecido como Highlanders que, segundo investigações, era formado por 14 policiais militares do 37º Batalhão. Eles foram acusados de obrigar menores infratores a roubar para a organização criminosa na região do Capão Redondo, zona sul. Também foram denunciados pela prática de extorsões a traficantes de drogas e procurados pela Justiça. Segundo a Polícia Civil, após a prisão dos PMs, os homicídios na área de abrangência da Delegacia Seccional de Taboão da Serra, onde os corpos das vítimas eram abandonados, caíram 50%.
No Rio de Janeiro, estudo do Núcleo de Pesquisa das Violências (Nupevi) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) as milícias já dominam mais favelas no Rio do que qualquer das facções de traficantes de drogas. A pesquisa mostrou que 41,5% das 965 favelas existentes no Rio estavam sob o domínio de milicianos até o final de 2008. As milícias são formadas por policiais e ex-policiais.
No Espírito Santo, a Scuderie Le Coc, associação com registro em cartório da qual faziam parte centenas de policiais civis, militares e federais, funcionários da administração pública, promotores de Justiça, juízes, desembargadores, políticos, empresários e banqueiros do jogo do bicho, foi responsável por inúmeros assassinatos no Estado entre os anos 1980 e 1990. Grupos de extermínio de policiais militares também foram formados em Estados nordestinos como Pernambuco e Alagoas.
Veja também artigo de Miguel Reale Júnior sobre o tema. Em resumo, controlar as forças policiais não ajuda apenas a evitar injustiças contra aqueles que são vítimas preferenciais da violência da polícia – negros, pobres e moradores da periferia. Mais cedo ou mais tarde, todos tornam-se vítimas dessa ameaça.
A data é chamada de "Dia de Luto e Luta". "Não adianta apenas chorar. Foi um episódio triste, é claro. Mas temos de aproveitar a oportunidade para brigar por nossos direitos."
Em 30 de agosto de 1988, após 22 dias de greve da rede pública de ensino, professores, pais de alunos, representantes de entidades sindicais e líderes religiosos entravam em confronto com mais de trezentos soldados da Polícia Militar que cumpriam ordens diretas do comando geral da entidade. Dezenas de professores ficaram feridos e muitos foram presos pela PM. Na época, o então governador, Álvaro Dias, e seu secretário da Segurança, Antônio Lopes de Noronha, afirmaram que a polícia teria agido com "civilidade" no caso. As imagens de "civilidade" da PM repercutiram em todo Brasil: professores sendo pressionados contra as grades do Palácio Iguaçu pelos cavalos da PM, acuados por bombas de efeito moral e atacados com cassetetes.
O fatídico episódio transformou o 31 de agosto em um marco de luta dentro da APP-Sindicato, que realiza manifestações anuais lembrando a data. Professores da rede estadual do interior e da capital percorrem o mesmo trajeto daquele 31 de agosto, da Praça Santos Andrade até o Palácio Iguaçu.
A morte nas grandes cidades:
Depois de uma ligeira alta em 2006 (3,2%), uma ligeira baixa em 2007 (2,9%). Como resultado, o número de homicídios no Brasil voltou ao patamar de 2005, de acordo com a última atualização do DataSus/Ministério da Saúde (dica de José Roberto de Toledo, especialista em reportagens com uso de estatísticas). Foram 47.458 assassinatos em 2005, 49.145 em 2006 e 47.707 em 2007. Mas esta relativa estabilidade (em patamares altos, diga-se) mascara uma forte compensação entre a progressiva redução da violência em algumas grandes cidades, em particular São Paulo, e seu aumento vertiginoso em polos regionais ou locais. No gráfico abaixo, as áreas correspondem ao número de homicídios, e as cores indicam aumento (laranja) ou queda (azul) das ocorrências (clique para conferir sua versão dinâmica) entre 2006 e 2007.
Para entender essa compensação, o blog preparou uma série de gráficos da evolução dos crimes em 117 cidades que concentraram os homicídios em 2007. Neles, vêem-se diferentes ‘relevos’: formas de montanha cujos traçados variam conforme a velocidade do crescimento dos assassinatos ao longo dos anos. Analisar atentamente os declives e picos desses desenhos pode ajudar a conhecer a história e a trajetória da violência em diferentes pontos do País (clique para conferir a versão dinâmica do gráfico).
Tome-se o caso do Rio de Janeiro, por exemplo. Desde 1979, o crescimento dos homicídios na capital carioca acelerou e arrefeceu de maneira intermitente. São três pequenas montanhas ladeadas por um vasto maciço que começa a se formar nos anos 1990, década em que os assassinatos estabilizam em um patamar elevado. Já a evolução dos assassinatos em São Paulo forma um morro imponente, que representa a constância tanto do crescimento como da queda de assassinatos ao longo de quase trinta anos. A montanha paulistana atinge seu ponto mais alto em 1999 para depois decrescer ano a ano.
As diferenças entre a evolução histórica das curvas são tais que em 2007 o Rio de Janeiro superou São Paulo em número de homicídios – tanto a cidade como o Estado. Na série histórica do DataSus, é a primeira vez que isso acontece desde 1980 (para o Estado) e 1981 (para o município). Confira abaixo (e clique para ver sua versão dinâmica).
Em 2007, a capital paulista registrou 1929 assassinatos, e a fluminense, 1935. Para ambas, trata-se de uma significativa queda na comparação com 2006 (24% e 23% respectivamente). Mas uma ressalva pesa contra a redução dos homicídios no Rio: um impressionante aumento de 117% no número de mortes sob a rubrica ‘eventos cuja intenção é indeterminada’. Eram 891 em 2006, foram para 1938 em 2007, superando, portanto, o número de homicídios na cidade (1935) e mais do que compensando sua queda: somadas as categorias, as mortes no Rio subiram de 3406 em 2006 para 3873 em 2007. Em São Paulo, caíram de 3302 para 2846. Abaixo, mostramos a série histórica de homicídios versus eventos de causa indeterminada, de acordo com o DataSus (clique para ver a versão dinâmica), desde 1979.
Um evento cuja intenção não foi determinada pode ser homicídio, suicídio ou acidente. Determiná-lo é tarefa que cabe em geral ao IML, com base nas informações prestadas pela polícia – além do exame do corpo, claro. “Mas na grande maioria das vezes”, conta ao blog um experiente epidemiologista, “o que passa é o que está no boletim de ocorrência mesmo”. “Muitas vezes, a polícia é bastante econômica na descrição (da ocorrência). E frequentemente só informam as lesões.” Embora o aumento tenha sido mais expressivo no Rio, o fenômento da intenção indeterminada é nacional: após recuar em 2006, o número total de mortes de intenção não determinada saltou de 9147 para 11367 (aumento de 24%). Em São Paulo, o aumento foi de 20% (subiu de 764 para 917).
Embora as cidades de maior peso demográfico contribuam mais decisivamente para a conta nacional, são as cidades médias e pequenas que registram as taxas mais altas de homicídios (por 100 mil habitantes). O fenômeno espelha certa interiorização da violência, um processo que tem marcado especialmente cidades em regiões de fronteira, desmatamento, grilagem, rotas tradicionais de tráfico e, no litoral, de turismo predatório. O que também é exposto pelo descolamento entre o tamanho da população e a taxa de violência (em homicídios por 100 mil habitantes). Confira no gráfico abaixo (e clique para conferir sua versão dinâmica).
Os jovens e o crime:
O Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram hoje um retrato da exposição dos jovens à violência. O levantamento toma por base 266 municípios com população acima de 100 mil habitantes e calcula para cada um o que chama de Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violância, ou IVJ-V. Trata-se de uma média ponderada de outros cinco indicadores, a saber: homicídios, acidentes de trânsito, emprego ou frequência na escola, pobreza e desigualdade. Feitas as contas, resta o ranking que o blog divulga a seguir:
Das 266 cidades, em dez a vulnerabilidade foi considerada muito alta (IVJ-V maior que 0,5). Chama a atenção o fato de que neste grupo não há nenhuma capital. No segundo grupo, de vulnerabilidade alte (IVJ-V entre 0,45 e 0,5), aparecem 33 cidades e as primeiras capitais (Maceió, Porto Velho, Recife, Belém e Teresina). O Rio de Janeiro, por este critério, está no grupo de 86 cidades de vulnerabilidade média, e São Paulo, entre os 95 municípios de vulnerabilidade média-baixa. O relatório encontrou também 42 cidades onde a vulnerabilidade é considerada baixa (IVJ-V menor que 0,3), mais da metade (26) no interior do Estado de São Paulo.
Em muitos aspectos, o resultado reprisa fenômenos captados peloO Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram hoje um retrato da exposição dos jovens à violência. O levantamento toma por base 266 municípios com população acima de 100 mil habitantes e calcula para cada um o que chama de Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violância, ou IVJ-V. Trata-se de uma média ponderada de outros cinco indicadores, a saber: homicídios, acidentes de trânsito, emprego ou frequência na escola, pobreza e desigualdade. Feitas as contas, resta o ranking que o blog divulga a seguir:
Das 266 cidades, em dez a vulnerabilidade foi considerada muito alta (IVJ-V maior que 0,5). Chama a atenção o fato de que neste grupo não há nenhuma capital. No segundo grupo, de vulnerabilidade alte (IVJ-V entre 0,45 e 0,5), aparecem 33 cidades e as primeiras capitais (Maceió, Porto Velho, Recife, Belém e Teresina). O Rio de Janeiro, por este critério, está no grupo de 86 cidades de vulnerabilidade média, e São Paulo, entre os 95 municípios de vulnerabilidade média-baixa. O relatório encontrou também 42 cidades onde a vulnerabilidade é considerada baixa (IVJ-V menor que 0,3), mais da metade (26) no interior do Estado de São Paulo.
Em muitos aspectos, o resultado reprisa fenômenos captados pelo O Ministério da Justiça e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgaram hoje um retrato da exposição dos jovens à violência. O levantamento toma por base 266 municípios com população acima de 100 mil habitantes e calcula para cada um o que chama de Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violância, ou IVJ-V. Trata-se de uma média ponderada de outros cinco indicadores, a saber: homicídios, acidentes de trânsito, emprego ou frequência na escola, pobreza e desigualdade. Feitas as contas, resta o ranking que o blog divulga a seguir:
Das 266 cidades, em dez a vulnerabilidade foi considerada muito alta (IVJ-V maior que 0,5). Chama a atenção o fato de que neste grupo não há nenhuma capital. No segundo grupo, de vulnerabilidade alte (IVJ-V entre 0,45 e 0,5), aparecem 33 cidades e as primeiras capitais (Maceió, Porto Velho, Recife, Belém e Teresina). O Rio de Janeiro, por este critério, está no grupo de 86 cidades de vulnerabilidade média, e São Paulo, entre os 95 municípios de vulnerabilidade média-baixa. O relatório encontrou também 42 cidades onde a vulnerabilidade é considerada baixa (IVJ-V menor que 0,3), mais da metade (26) no interior do Estado de São Paulo.
Em muitos aspectos, o resultado reprisa fenômenos captados pelo Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros, que encontrou altas taxas de mortalidade e acidentes de trânsito associadas a regiões de fronteira e de desmatamento, induzindo certa interiorização da violência – e, portanto, da vulnerabilidade. Confira no mapa abaixo o mapa da vulnerabilidade juvenil à violência:
, que encontrou altas taxas de mortalidade e acidentes de trânsito associadas a regiões de fronteira e de desmatamento, induzindo certa interiorização da violência – e, portanto, da vulnerabilidade.
Fóz do Iguaçu, na fronteira do Brasil com o Paraguai, é a terceira cidade do País considerada com maior grau de vulnerabilidade à violência entre jovens de 12 a 29 anos.O ranking nacional foi apontado com base no Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ-Violência), pesquisa sobre a exposição de jovens à violência divulgada ontem pelo Ministério da Justiça (MJ) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.
Foram analisadas as 266 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes, das quais dez municípios têm vulnerabilidade elevada. Junto com Foz, aparecem as cidades de Itabuna (BA); Marabá (PA); Camaçari (BA); Governador Valadares (MG); Cabo de Santo Agostinho (PE); Jaboatão dos Guararapes (PE); Teixeira de Freitas (BA); Linhares (ES) e Serra (ES). Conforme ressaltado pelo ministério, muitas dessas cidades são de regiões metropolitanas, embora nenhuma capital apareça na lista.
Entre as cidades paranaenses que fazem parte da pesquisa, as que aparecem nas primeiras posições são da região oeste, seguidas por cidades da região metropolitana de Curitiba.
O cálculo do índice leva em consideração a mortalidade por homicídios e acidentes de trânsito, frequência dos jovens à escola e emprego, indicador de pobreza e de desigualdade.Moradores de favelas são mais expostos à violência e a pesquisa identifica ainda que há relação direta entre os casos de violência, a participação no mercado de trabalho e a escolaridade.
O último exemplo veio em julho, com a divulgação de que a cidade lidera os homicídios entre adolescentes no País, de acordo com a Unicef e o governo federal. Pelo resultado, Foz tem 9,7 mortes em cada grupo de mil jovens, enquanto que a média nacional é de 2,3 mortes.Levantamento realizado com mais de cinco mil jovens brasileiros constatou que quase um terço deles sofre presença constante da violência. Do total de entrevistados, 31% admitem ter facilidade na obtenção de armas de fogo e metade declarou presenciar violência policial, sendo que para 11% dos entrevistados esse comportamento é “comum”.No resultado das últimas pesquisas sobre criminalidade ou violência divulgadas por diferentes institutos, a região de Foz do Iguaçu acaba aparecendo nas primeiras posições.
Já o Mapa da Violência dos Municípios Brasileiros do ano passado, feito pela Rede de Informação Tecnológica Latino Americana (Ritla), coloca Foz em 5.º lugar no Brasil com o maior número de homicídios, com 98,7 assassinatos a cada 100 mil habitantes.
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