Vamos mostrar aqui como as assim chamadas catástrofes da natureza têm aumentado sistematicamente nos últimos tempos, tanto em quantidade como em intensidade.
Apesar de este acúmulo de catástrofes ser um dos mais exortadores sinais do Juízo Final, muitas pessoas reagem a isso com um indiferente encolher de ombros, como se o assunto não lhes dissesse respeito. "Ora, catástrofes sempre ocorreram! Apenas continuam ainda ocorrendo agora!", dizem.
O que elas não percebem (ou não querem perceber) é que essas catástrofes ocorrem com uma freqüência cada vez maior. Terremotos, furacões, erupções e inundações se superpõem continuamente no mundo todo, com uma freqüência e intensidade cada vez maiores.
Há também aquelas pessoas que tranqüilizadoramente asseguram que isso sempre foi assim. Explicam: "Tudo isso sempre aconteceu. A única diferença é que hoje em dia os meios de comunicação nos permitem acompanhar vários desses acontecimentos simultaneamente, e em séculos passados só se ficava sabendo deles meses depois de ocorridos…"
Não é verdade. Os dados estatísticos demonstram, de maneira inequívoca, que todos esses fenômenos da natureza vêm crescendo de maneira ininterrupta, conforme se verá a seguir. De acordo com a ONU, o número de catástrofes naturais no mundo vêm aumentando nos últimos trinta anos numa taxa média anual de 6%.
Alguns poucos já começaram a perceber esse acúmulo de sinais da natureza como aquilo que ele realmente é: algo que nunca havia ocorrido antes no planeta. Num artigo publicado na revista Isto É em fevereiro de 1995, o jornalista Peter Moon montou um mapa da Terra com a indicação das principais catástrofes que eclodiram nos últimos anos. O quadro mostrava ocorrências de terremotos, enchentes, erupções vulcânicas, ciclones, secas, incêndios, dava o número de mortos e de desabrigados, e ainda mencionava o buraco na camada de ozônio e o efeito estufa. O título da matéria: "Deu a louca no mundo. Nunca tantos desastres naturais mataram tanta gente em tão pouco tempo."
Num trecho da matéria, Peter Moon dizia: "Chuvas torrenciais paralisam São Paulo, a maior enchente do século submerge a Holanda e obriga 250 mil pessoas a abandonar suas casas, um terremoto mortífero se abate sobre o Japão, o efeito estufa eleva as temperaturas do planeta e o buraco na camada de ozônio aumenta sem parar. De alguns anos para cá, parece que as forças da natureza resolveram se revoltar contra o homem, incapaz de encontrar meios em sua civilização tecnológica para deter os caprichos da mãe Terra."
É realmente um alento encontrar um posicionamento desses, numa época em que cada palavra de alerta é imediatamente ridicularizada e posta de lado, como altamente inconveniente. É preciso, no entanto, dizer que esse número impressionante de catástrofes da natureza não são "caprichos da mãe Terra", e sim um dos efeitos terrenamente visíveis da última fase do Juízo Final. Aliás, cada vez mais visíveis, já que a intensidade é também cada vez maior e assim também suas conseqüências.
Estima-se que durante o ano de 1994, 10.150 pessoas tenham perecido em desastres naturais; em 1995 contabilizou-se cerca de 18 mil mortes pelo mesmo motivo. Há estimativas indicando que em 1996, apenas na China, as tragédias ocorridas nos primeiros seis meses do ano (terremotos, seca, inundações) acarretaram prejuízos de US$ 8,55 bilhões e atingiram de uma maneira ou de outra 200 milhões de pessoas... De acordo com a Organização dos Estados Americanos (OEA), de 1960 a 1994 os desastres naturais provocaram danos da ordem de US$ 9 bilhões em 16 países do Caribe, afetando diretamente 9,3 milhões de pessoas, quase a metade do total da população nesta região em 1990 (20,5 milhões de habitantes); morreram 14.817 pessoas no período.
As inundações
As inundações aumentam continuamente em todos os países da Terra. A cada ano elas surgem com ímpeto redobrado, acarretando a destruição de cidades e vilas, perdas agrícolas, doenças e mortes.
De acordo com dados do World Almanac, em todo o século XIX foram registradas três grandes inundações, onde pereceram cerca de 938 mil pessoas. No século XX, até agosto de 1996, haviam ocorrido 82 grandes inundações em diversos pontos do globo, as quais mataram aproximadamente 4 milhões e 72 mil pessoas. Um exemplo localizado é o rio Mississipi, nos Estados Unidos, que ocasionou apenas uma grande inundação em todo o século passado (em 1844); no nosso século, esse mesmo rio já provocou oito grandes inundações (até 1993). A tabela a seguir mostra o número de grandes inundações por década no século XX1.
GRANDES INUNDAÇÕES NO MUNDO |
Década | Número de Inundações |
1900 a 1909 | 2 |
1910 a 1919 | 3 |
1920 a 1929 | 2 |
1930 a 1939 | 3 |
1940 a 1949 | 2 |
1950 a 1959 | 6 |
1960 a 1969 | 16 |
1970 a 1979 | 18 |
1980 a 1989 | 15 |
1990 a 1996 | 26 |
Observe-se o extraordinário aumento do número dessas inundações nas últimas décadas do nosso século. Nos primeiros 40 anos (1900 a 1939) houve 10 grandes inundações. Nos 40 anos seguintes (de 1940 a 1979) houve 41 grandes inundações. Se plotarmos os dados da tabela acima num gráfico de barras, teremos uma visão clara da mudança de patamar do número de inundações por década:
Na primeira metade do século, o número de grandes inundações por década oscilou entre 2 e 3. Na década de 50 houve um salto para 6 inundações. Já nas décadas de 60, 70 e 80 o número de inundações variou entre 15 e 18. Em média, o número de grandes inundações nos últimos anos cresceu mais de 6 vezes em relação aos anos do começo do século. Na década de 90 ocorreram 26 grandes inundações até agosto de 1996.
Esse aumento tão significativo é uma decorrência da intensificação dos efeitos do Juízo Final, que força tudo a se movimentar cada vez mais aceleradamente, abrangendo também, naturalmente, os fenômenos da natureza. Um exemplo: de acordo com o relatório Word Disasters Report, da Cruz Vermelha Internacional, a partir de 1979 a Jamaica passou a sofrer inundações a cada 1,5 ano em média, afetando diretamente mais de 420 mil habitantes. A inundação de 1979 criou um lago de 600 acres com 27 m de profundidade na região de Newmarket...
A figura abaixo mostra as áreas onde ocorreram as maiores inundações no mundo no ano de 1997:
Evidentemente, o critério para se qualificar uma inundação de "grande" é subjetivo. Porém, podemos convencionar que uma inundação foi umfenômeno de vulto caso tenha sido noticiada nos jornais, em razão dos danos e mortes acarretadas. De qualquer forma, muitas das inundações noticiadas são bem mais do que um fenômeno de vulto, como veremos a seguir:
Em agosto de 1950, 489 pessoas morreram afogadas e 10 milhões ficaram desabrigadas em decorrência do transbordamento dos rios Hwai e Yang Tse, na China; cerca de 890 mil habitações foram destruídas e mais de dois milhões de hectares de terras cultivadas ficaram alagados.
Em setembro de 1978, 1.300 pessoas morreram afogadas em Bengala em conseqüências de inundações, e 15 milhões, do total de 40 milhões de habitantes do país, ficaram desabrigados.
As enchentes que se abateram sobre a China em julho de 1994 atingiram 13 de suas 30 províncias, afetando de uma maneira ou de outra 134 milhões de pessoas, muitas das quais ainda não se haviam recuperado das enchentes de 1991. Cerca de 83 mil chineses perderam tudo que possuíam.
Em 1995 as inundações voltaram a castigar a China, desta vez com ímpeto redobrado. De 15 de maio a 30 de junho o país experimentou as seis maiores tempestades já registradas em seu território, as quais afetaram 22 de suas províncias. A precipitação média no período foi de 700 mm, com um nível recorde de 1.720 mm. Numa determinada região choveu 340 mm em quatro horas... As inundações em uma das províncias foram as piores desde 1888. Nas oito províncias mais afetadas morreram 1.450 pessoas, cerca de dois milhões de casas foram destruídas, outras 6,5 milhões sofreram danos e 7,5 milhões de hectares de terras agrícolas foram destruídos. Em julho havia duas mil aldeias submersas.
Ainda em 1995, na Coréia do Norte, as chuvas torrenciais que caíram entre os meses de julho e setembro – as mais intensa em décadas – transformaram as terras aráveis do país em campos de lama e detritos, destruíram 19 mil casas, 4 mil pontes e mataram meio milhão de animais, dando início a um período de fome que iria matar centenas de milhares de coreanos nos anos seguintes (uma estimativa de 1998 falava em dois milhões de mortos).
Em 1996, segundo dados oficiais, as inundações chinesas mataram 3.048 pessoas e feriram 363.800, repetindo-se as cenas de destruição dos anos anteriores, porém em escala aumentada. Em 2 de julho, o rio Yang-Tse estava 33,18 metros acima do nível normal, correspondendo a 4,68 metros acima do "nível de perigo". Centenas de vilas e cidades ficaram submersas. Só na província de Hunan registrou-se 12 mil pontes derrubadas, 8 mil km de linhas de transmissão e 5 mil km de linhas telefônicas destruídas, 130 mil hectares de terra cultivada submersos e cerca de 1,5 milhão de casas arrasadas. Segundo o Word Disaters Report, a duração das chuvas, a área inundada e a magnitude dos danos fizeram de 1996 o pior ano de inundações em toda a história da China. O ano trouxe ainda as piores enchentes em Sumatra desde 1950, na África do Sul desde 1938, no noroeste dos Estados Unidos desde 1930, na Romênia desde 1925 e em Jacarta desde 1920.
Em fevereiro de 1997, dois povoados do Peru desapareceram sob uma capa de lodo, em conseqüência de um gigantesco deslizamento de terra provocado por chuvas torrenciais, sepultando de uma só vez aproximadamente 300 pessoas. Naquele mês, Portugal e Espanha experimentaram as chuvas mais fortes já registradas em todos os tempos, enquanto que o Vietnan era atingido pela pior tempestade desde 1904. Em julho, o sul da Polônia ficou submerso; especialistas da Universidade de Wroclaw afirmaram que desde a Idade Média não ocorriam inundações daquele tipo no país. Em agosto, no Paquistão, 140 pessoas morreram na pior inundação dos últimos cem anos. No final do ano, a Somália contabilizava perto de duas mil mortes e 800 mil desabrigados, em decorrência de inundações sem precedentes no país. O ano de 1997 foi também o mais chuvoso em Hong Kong desde 1884.
Há também casos que deveriam chamar a atenção pela ocorrência de aspectos absolutamente inusitados:
Em junho de 1995, na Argélia, numa região central do deserto do Saara, um oásis transbordou depois de um temporal e matou três pessoas… Em agosto de 1996, na Espanha, uma hora de tempestade fez um riacho normalmente seco transbordar e destruir um camping, deixando um saldo de 76 mortos, 183 feridos e mais de cem desaparecidos. A região do camping recebeu mais de 100 litros de água por metro quadrado; todos os carros, barracas e trailers foram arrastados por até um quilômetro, e alguns corpos foram levados pela correnteza a 15 quilômetros do local da tragédia. O depoimento de um sobrevivente dá uma dimensão aproximada do que aconteceu: "Tudo aconteceu em um instante, não consigo explicar, foi como uma onda gigante levando tudo. (...) Foi uma questão de segundos. A rua principal do camping se tornou um rio, com um ou dois metros de lama..." Em outubro de 1997, 12 pessoas morreram em decorrência de uma tempestade ocorrida em Israel... no deserto de Neguev! Em fevereiro de 1998, uma tempestade com ventos de 100 km/h atingiu a Líbia, o Egito (30 casas destruídas e cinco mortos), Jordânia, Israel e Síria; um detalhe: foi uma tempestade de areia.
As inundações aqui mencionadas são aquelas decorrentes de chuvas torrenciais, associadas ou não a ciclones. Mas há também inundações provocadas por maremotos, os quais geram ondas gigantescas, chamadas "tsunamis", que podem chegar a mais de 30 metros de altura quando atingem a costa de um país. Poder-se-ia dizer que é uma "inundação rápida", porém extremamente destrutiva. O tsunami que atingiu o Japão em julho de 1993, por exemplo, causou 120 mortes. Esse tipo de onda marítima gigantesca pode também atingir um país que não tenha sequer sentido os efeitos do maremoto que a originou. O tsunami que atingiu o Havaí em 1946, varrendo casas e pessoas para o mar, originou-se de tremores submarinos ocorridos cinco horas antes nas Aleutas, a 3.700 quilômetros de distância.
Pessoas que possuem um carma semelhante podem ser atingidas pelos efeitos do Juízo Final de modo coletivo, na forma que elas mesmas prepararam para si. As Leis da natureza se encarregam de fornecer, automática e infalivelmente, a forma prevista para o acontecimento.
Um outro aspecto interessante, que deveria chamar a atenção das pessoas para essa aceleração contínua de catástrofes da natureza, é que grande parte delas constituem "recordes" de acontecimentos já registrados anteriormente. Isso mostra, como já mencionado, que essas catástrofes aumentam não somente em quantidade, mas também em intensidade. Veremos que essa característica de "recordes" continuamente batidos se repete também em vários outros fenômenos, naturais ou não, que atingem a humanidade em nossa época.
A seguir, reproduz-se alguns trechos de notícias não muito espaçadas no tempo, que também atestam este fato:
"Itália: ainda há regiões isoladas pela pior tempestade do país desde 1913 e total de mortes pode passar de cem." (Folha de S. Paulo - 8.11.94)
"Na Alemanha, o rio Reno começou a baixar. Ele atingiu 11 metros, nível mais alto desde 1926, inundando Colônia. (…) A Holanda espera que os diques dos rios Waal e Meuse resistam à ascensão das águas, que ameaçam provocar a pior enchente no país em quatro décadas." (Folha de S. Paulo - 2.2.95) Ainda na mesma época (fevereiro de 1995), extensas regiões dos Estados Unidos foram inundadas, também numa das "piores enchentes do século". (Obs.: A inundação que atingiu a Alemanha se estendeu também para a Inglaterra e a França. A Holanda, que teve 250 mil desabrigados, ficou na iminência de ser tragada pelas águas. A situação aflitiva da Holanda deve ter feito pensar alguns holandeses, que se orgulham de um lema de seu país que certamente não pode ser superado em presunção e arrogância: "Deus fez o mundo, e os holandeses fizeram a Holanda"…)
A lista de recordes continuou ao longo de 1995:
Noruega debaixo d'água: maior enchente dos últimos 125 anos." (Jornal Nacional - 5.6.95)
"Especialistas disseram que a enchente [na China] pode se tornar a maior do século no país." (Folha de S. Paulo - 8.7.95)
"Piores inundações dos últimos cinco anos [na Coréia do Sul]." (O Estado de S. Paulo - 27.8.95)
"(…) Os barcos viraram o principal meio de transporte depois da enchente. A tempestade que caiu na cidade [Port St. Lucie - EUA] foi considerada a mais violenta de que se tem notícia." (O Estado de S. Paulo - 20.10.95)
"Acumulado de chuva do mês de outubro bate recorde de 55 anos [em Santos]." (O Estado de S. Paulo - 31.10.95)
"As chuvas estão entre as piores do país, segundo meteorologistas do Cairo." (Folha de S. Paulo - 3.11.95)
"A tempestade é a mais violenta dos últimos 55 anos [na Turquia]." (O Estado de S. Paulo - 6.11.95)
Em 1996 os recordes continuaram a ser batidos:
"O Estado mais atingido foi a Pensilvânia [nos Estados Unidos], onde 150 mil pessoas tiveram de deixar suas casas por causa da enchente." (Folha de São Paulo 22.1.96)
"(…) Foi a pior enchente no Oregon [nos Estados Unidos] nos últimos 32 anos." (Folha de São Paulo - 9.2.96)
"O maior temporal registrado no Estado [Rio de Janeiro] nos últimos 25 anos já provocou 66 mortes." (O Estado de S. Paulo - 16.2.96)
"As chuvas da semana passada no Rio foram as piores dos últimos 70 anos." (Veja - 21.2.96)
"Em menos de quatro horas, chuvas torrenciais transformaram a cidade de Versilia [na Itália], num amontoado de lodo que arrastou pelo menos 27 pessoas e até ontem causou a morte de 11. (…) A população não foi advertida sobre o dilúvio que estava prestes a cair: 475 litros por metro quadrado." (O Estado de S. Paulo - 21.6.96)
"Há 2 milhões de desabrigados, 810 mil casas ruíram e 2,8 milhões sofreram danos [na China]" (O Estado de S. Paulo - 20.7.96)
"Chuvas torrenciais continuam atingindo vários países da Ásia e causando milhares de mortes. (…) Sobem para 1.600 as vítimas das chuvas este mês, no centro e no sul do país [na China]" (O Estado de S. Paulo - 29.7.96)
"As enchentes atingiram 890 mil pessoas em 974 localidades [na China]. (…) Segundo as autoridades da região de Longyan, é a pior enchente dos últimos 500 anos." (Folha de São Paulo - 12.8.96)
"Inundação mata 200 e deixa pelo menos 70 mil desabrigados [na China]." (Folha de São Paulo - 22.10.96)
"Rios transbordaram, estradas ficaram intransitáveis e os campos alagados [na Espanha]. (…) As inundações forçaram 2.200 moradores a deixar suas casas." (O Estado de S. Paulo - 23 e 25.12.96)
"Tempestade mata 162 na Malásia. (…) Foi um dos piores desastres naturais que já atingiram a região." (Folha de São Paulo - 27 e 30.12.96)
Obs.: Ao final do ano de 1996 haviam sido registradas 84 inundações de vulto em todo o mundo, que acarretaram danos significativos e/ou mortes.
O ano de 1997 seguiu na mesma linha:
"As inundações que mantêm há mais de uma semana vastas regiões dos Estados Unidos debaixo d’água atingiram ontem o norte da Califórnia. O Estado havia conseguido escapar quase sem dano das chuvas e do frio, considerados os piores dos últimos 40 anos." (O Estado de S. Paulo - 3.1.97)
"A cheia, segundo o prefeito de Iporanga [São Paulo] é a maior do século, superando a de 1937. (…) Em Ribeira, o nível do rio subiu 14 metros e arrasou a cidade." (O Estado de S. Paulo - 24.1.97)
"O rio Vermelho, que banha os Estados Unidos e Canadá, provoca a pior enchente dos últimos 145 anos" (O Estado de S. Paulo - 2.5.97)
"O oeste do Pará [Brasil] registra a maior enchente em 30 anos. (...) O rio Amazonas já subiu 8,2m, superando todos os registros das últimas décadas." (O Estado de S. Paulo - 8.5.97)
"Em Santiago [Chile], as chuvas de ontem superaram o volume pluviométrico de um ano inteiro." (Folha de São Paulo - 23.6.97)
"Após a pior seca do século, no ano passado, o Chile está sofrendo uma das maiores tempestades de chuva e neve dos últimos cem anos. (...) A maior parte do território chileno foi declarada zona de catástrofe. Está chovendo onde quase nunca chove, como no deserto de Atacama, no norte do país." (O Estado de S. Paulo - 25.6.97)
"Na Alemanha, perto da fronteira da Polônia, o rio Oder atingiu seu nível mais alto em 50 anos." (Folha de S. Paulo - 21.7.97)
"Situação é crítica na Polônia, República Tcheca, Alemanha e Áustria, afetando 1.107 povoações. (...) Pelo menos 97 pessoas morreram, 2.500 estão feridas e mais de 10 mil perderam suas casas." (O Estado de S. Paulo - 21.7.97)
"O governador de Brandemburg, Manfred Stolpe, classificou a enchente como um 'desastre de proporções sem precedentes'." (O Estado de S. Paulo - 24 e 26.7.97)
"O rio Oder rompeu dois grandes diques (de mais de 250 anos) que continham suas águas, inundando duas vilas. (...) Segundo Stolpe, as enchentes são as piores dos últimos mil anos. " (Folha de São Paulo - 26.7.97)
"As piores inundações em décadas em Myanmar mataram pelo menos 13 pessoas e afetaram mais de 360 mil." (CNN - 4.10.97)
"Violentas tempestades na Península Ibérica provocaram a morte de pelo menos 32 pessoas ontem. (...) A água chegou a 3 metros de altura na povoação espanhola de Valverde." (O Estado de S. Paulo - 7.11.97)
"Até a tarde de ontem, 126 prefeituras [Rio Grande do Sul - Brasil] haviam decretado situação de emergência por causa de cheias, temporais ou granizo. (O Estado de S. Paulo - 4.11.97)
"Os maiores alagamentos dos últimos 40 anos atingiram partes da Etiópia, Quênia e Somália." (Folha de São Paulo - 5.11.97)
"Desabrigados na África chegam a 800 mil. (...) Número de mortos aproxima-se de 2 mil." (O Estado de S. Paulo - 11 e 19.11.97)
"No ano passado, Veneza também passou as festas de Natal atingida por graves inundações, pela segunda vez neste século, em conseqüência de chuvas torrenciais e das marés altas." (O Estado de S. Paulo - 22.12.97)
Se o leitor observar as notícias sobre inundações veiculadas pelos jornais, verificará que muitos outros "recordes" continuam a ser batidos continuamente. No início de 1998 algumas regiões do Canadá foram atingidas por grandes inundações. No mês de abril, havia na Argentina 5 milhões de hectares de terras sob as águas, conseqüência do que o presidente Menen chamou "das piores chuvas da história"; pelo menos 4 pessoas morreram, 4 mil foram obrigadas a se retirar das áreas atingidas e 50 mil ficaram isoladas; um economista previu que os prejuízos chegariam a 25% do PIB do país.
Terremotos
Sobre as atualizações dos dados contidos nesta página, ver "Uma palavra em 2010".
O aumento do número e da intensidade dos terremotos nos últimos anos deveria servir para sacudir também o íntimo dos seres humanos, para que se libertassem ainda em tempo de sua inércia espiritual.
Não passa um mês sem que tomemos conhecimento de algum terremoto significativo. E isso porque os tremores menores, que também causam extensos danos e muita apreensão, não são sequer noticiados.
Estima-se que ocorram a cada ano cerca de 500 mil tremores em todo o globo, havendo quem fale até de um milhão de sismos, dos quais 100 mil são percebidos pelas pessoas com seus próprios sentidos e pelo menos mil causam danos. A Terra está tremendo sem parar, o que nada de bom significa para os seres humanos. Um retrato disso pode ser visto na figura abaixo, montada pelos pesquisadores russos Denis Mischin e Alex Chulkov, que mostra os terremotos com magnitude superior a 4 graus na Escala Richter que sacudiram o planeta de janeiro de 1989 a setembro de 1997 (a cor indica a profundidade do epicentro).
No Japão já se registrou, num único fim de semana, uma cadeia de mais de 200 terremotos de intensidade leve e moderada. Conquanto muitos japoneses considerem isso como uma característica "normal" de seu país, todos esses sismos e também a movimentação dos 86 vulcões ativos do país são na verdade prenúncios de uma catástrofe gigantesca, a qual, ao contrário do que até mesmo pessoas sérias e realistas imaginam, não está reservada a um futuro longínquo. Não é sem razão que desde a década de 70 já se verificava que muitas aves migratórias evitavam o Japão…
Essa situação de grande insegurança já fora prevista há milênios para toda a humanidade. Na Grande Pirâmide de Gizé, no Egito, existe uma câmara, ou sala, chamada Câmara do Rei, ou Sala das Nações, ou ainda Sala do Juízo. Esta sala apresenta um piso desigual, indicando a insegurança dos seres humanos na época do Juízo em relação ao próprio solo que pisam. A explicação original do significado do piso irregular é transmitida por Roselis von Sass em sua obra A Grande Pirâmide Revela seu Segredo:
"O piso desigual indica que na época do Juízo os seres humanos não mais terão sob os pés um solo liso e firme. A terra onde eles se locomovem não contém mais nenhuma segurança para eles. Não sabem o que o próximo passo lhes pode trazer."
Os dados estatísticos que analisaremos a seguir, não deixam margem a dúvidas quanto à veracidade destas palavras.
São considerados grandes terremotos aqueles de magnitude igual ou superior a 6 na escala Richter. Essa escala é logarítmica, por isso um terremoto de magnitude 7, por exemplo, é dez vezes mais forte que um terremoto de magnitude 6, e assim por diante. O terremoto de Kobe, no Japão, ocorrido em 17 de janeiro de 1995 e que foi considerado "o pior dos últimos 70 anos", apresentou uma magnitude de 7,2 graus na escala Richter.
Em todo o século XIX ocorreram 41 grandes terremotos, acarretando pouco mais de 350 mil mortes. No século XX, até maio de 1997, já haviam ocorrido 96 grandes terremotos, que provocaram a morte de mais de 2 milhões e 150 mil pessoas1 .
O gráfico abaixo mostra a ocorrência de grandes terremotos nos últimos 2 mil anos até 1997. Parte dos terremotos ocorridos nos séculos XVII e XVIII, e todos até o século XVI, foram considerados grandes em razão dos danos e mortes provocados.
O gráfico a seguir faz uma comparação por década entre os grandes terremotos ocorridos nos séculos XIX e XX:
Observa-se que com exceção da década de 50, todas as outras décadas do século XX tiveram maior número de grandes terremotos quando comparadas às atividades sísmicas no planeta de cem anos atrás.
Mesmo fazendo-se uso de outros critérios ou fontes, o aumento do número de terremotos em todo o mundo é um fato inquestionável. Uma pesquisadora americana, Sarah Davies, formulou as seguintes perguntas a um grupo de especialistas da área, através da Internet: "Está havendo um aumento na incidência de terremotos em todo o mundo neste século? Caso existam registros antigos, esse aumento tem-se verificado ao longo dos últimos 200 anos?"
Quem respondeu à questão de Sarah foi o vulcanologista Steve Mattox, da Universidade de North Dakota. Ele disse que seria melhor fazer uma análise da incidência apenas dos maiores terremotos já ocorridos, a fim de reduzir a dependência de observadores e do instrumental de medição. Segundo ele, na primeira metade do nosso século houve 15 terremotos desse tipo [de intensidade extrema], e na segunda metade haviam ocorrido até então 20 desses terremotos. Já em todo o século passado registraram-se apenas 7 terremotos extremos2 .O Dr. Steve conclui: "Baseando-se nessa rápida análise de uma única fonte de informação, parece que a freqüência de terremotos está aumentando. A grande questão é o porquê disso" [grifo meu].
Além da freqüência aumentada, verifica-se também um crescimento da intensidade dos terremotos, alguns deles tornando-se até momentaneamente famosos em razão da destruição e do número de mortes, como os da Guatemala (um milhão de desabrigados) e da China (750 mil mortos) em 1976, o do México em 1985 e o do Japão em 1995. Infelizmente, também essas grandes catástrofes acabam sendo esquecidas após um tempo maior ou menor, transformando-se em meras curiosidades históricas.
Em 31 de maio de 1970, por exemplo, houve uma catástrofe no Peru sem paralelo na história humana até o presente (abril de 1998), com a possível exceção talvez da destruição da cidade de Pompéia, no ano 79 d.C., soterrada pela erupção do Vesúvio.
Naquele dia, um sismo violentíssimo numa região costeira do país — que segundo estimativas teria atingido 9 graus na escala Richter (ou próximo disso) — aliado à ação de um fenômeno pouco conhecido na época, o efeito estufa, fez desabar o pico norte do nevado de Huascaran, na cordilheira dos Andes, situado a 14,5 km de um importante centro econômico: a cidade de Yungay.
Em menos de três minutos Yungay foi soterrada por uma massa de gelo e entulho deslocando-se à velocidade de 330 km/h. Estima-se que pelo menos 30 mil pessoas morreram, soterradas por uma camada de 27 milhões de metros cúbicos de entulho, com espessura variando de quatro a dez metros. A repercussão desse extraordinário acontecimento foi, porém, muito pequena; primeiro porque aconteceu num país do 3º mundo, mas principalmente porque naquele dia estava sendo aberta a copa mundial de futebol…
Vamos ver agora como se dá o aumento da incidência de terremotos em algumas partes do mundo. A tabela apresentada a seguir mostra os terremotos registrados neste século, até a década de 70, na região do Oriente Médio:
TERREMOTOS NO ORIENTE MÉDIO |
Décadas do Século XX | Número de terremotos por década |
1900 a 1909 | 141 |
1910 a 1919 | 154 |
1920 a 1929 | 321 |
1930 a 1939 | 358 |
1940 a 1949 | 347 |
1950 a 1959 | 467 |
1960 a 1969 | 1.205 |
1970 a 1979 | 1.553 |
Nos primeiros quarenta anos do século (de 1900 a 1939), ocorreram 974 terremotos na região. Nos quarenta anos seguintes (de 1940 a 1979), ocorreram 3.572 terremotos, quase 4 vezes mais que no primeiro período. Nas décadas de 60 e 70 houve 2.758 terremotos, quase mil a mais que nos sessenta anos anteriores (1.788 terremotos).
A tabela anterior foi plotada no gráfico de barras mostrado a seguir, permitindo visualizar o crescimento do número de terremotos por década naquela região.
No Irã morreram cerca de 126 mil pessoas neste século (até fins de 1997) vítimas de terremotos. O maior deles (até agora), ocorrido em julho de 1990, deixou 40 mil mortos, 60 mil feridos e 500 mil desabrigados; as perdas materiais foram estimadas em US$ 7,2 bilhões.
Este terremoto deu origem a um filme iraniano intitulado "Vida e Nada Mais". Numa cena do filme, em meio àquela destruição total, uma personagem pergunta atônita: "Que crime esta nação cometeu contra Deus para merecer tamanho castigo?" É uma pergunta cuja resposta qualquer um que acompanha com atenção os acontecimentos da nossa época pode dar...
Na China existe uma estatística que registra os terremotos com magnitude igual ou superior a 6,5. Na primeira década do século XX houve 18 tremores deste tipo. Nas três décadas seguintes houve, respectivamente, 35, 33 e 34 desses terremotos no país.
No Japão, os terremotos com magnitude igual ou superior a 6 são mostrados na tabela a seguir, abrangendo o final do século passado e o começo do século XX. Observa-se claramente o crescimento contínuo do número de grandes terremotos já na passagem de um século para outro.
TERREMOTOS NO JAPÃO |
Períodos de 10 anos | Número de terremotos |
1885 a 1894 | 69 |
1895 a 1904 | 127 |
1905 a 1914 | 149 |
1915 a 1924 | 229 |
Na América Latina houve três grandes terremotos nos vinte anos compreendidos entre 1926 a 1945. Nos vinte anos seguintes, de 1946 a 1965, houve quatro grandes terremotos. Já nos vinte anos que vão de 1966 a 1985 houve um total de 12 grandes terremotos.
Nos Estados Unidos e no Canadá ocorreram 15 grandes terremotos no período de trinta anos compreendido entre 1911 e 1940; nos trinta anos seguintes, de 1941 a 1970, houve 18 grandes terremotos. Apenas na década de 70 já haviam ocorrido 10 grandes terremotos na região. Na Califórnia ocorreram, em todo o século passado, 29 grandes terremotos; no século XX, até 1984, já haviam ocorrido 39 grandes terremotos. Em todo o século passado a capital dos Estados Unidos sentiu seis tremores; no século XX, até 1983, Washington já havia experimentado 19 terremotos.
Esses números são apenas uma amostragem do que vem ocorrendo no mundo todo, e demonstram de maneira inequívoca que a humanidade, agora, não tem mais "o solo firme sob os pés". Nesses últimos anos do Juízo Final, os terremotos continuarão aumentando em todo o mundo, tanto em quantidade como em intensidade, como um dos mecanismos automáticos de limpeza e purificação da Terra3. Não são eventos arbitrários da natureza, tampouco uma "provação divina", como alegou recentemente o governante de um país atingido por um sismo violentíssimo.
Os trechos selecionados de algumas notícias sobre terremotos e transcritos abaixo — dentre inúmeras outras veiculadas num período aproximado de três anos — mostram a total vulnerabilidade do ser humano frente a esse acontecimento da natureza. A magnitude dos fenômenos e a perplexidade de sobreviventes e repórteres, evidenciada em seus comentários, é um reconhecimento forçado da incapacidade humana de dominar com o seu intelecto as forças da natureza. O ser humano não pode dominar com a sua inteligência os fenômenos da natureza, ainda mais quando estes lhes trazem o indesviável retorno cármico de suas más ações.
Atualmente esse correto sentimento de incapacidade já está se difundindo na chamada "ciência de previsão de terremotos". Muitos sismólogos americanos admitem que as tentativas de encontrar uma maneira de avisar as pessoas com minutos ou horas antes da ocorrência de um terremoto, resultaram inúteis. O sismólogo Thomas Heanton, da Califórnia, afirmou que "a sensação de otimismo inicial transformou-se em pessimismo". Numa entrevista sobre o assunto, Heanton desabafou: "Se terremotos não podem ser previstos, como se deveria gastar os 100 milhões de dólares reservados nos Estados Unidos para a pesquisa de previsão dos terremotos? (…) Nós nunca seremos capazes de prever em detalhes quando um terremoto se tornará grande."
Que distância não existe entre essas palavras e o tempo em que os seres humanos ainda viviam em harmonia com a natureza! Numa época em que eram avisados a tempo sobre terremotos e outros fenômenos naturais pelos enteais, os seres da natureza, relegados hoje aos contos de fada e grotescamente desfigurados nas imagens dos bonecos vendidos em lojas esotéricas.
Afastados do amor prestimoso dos enteais, confiando tão-somente no seu raciocínio e, por isso, agindo obstinadamente de modo contrário às Leis da natureza, quedam-se os seres humanos hoje impotentes e perplexos ante o recrudescimento dos fenômenos da natureza:
"Tremor se propagou da Argentina ao Canadá. (…) Especialistas do Centro de Pesquisa Geológica de Minessota disseram que o fenômeno foi ‘extremamente raro'."
"O terremoto de ontem foi sentido em todo o território japonês, em diferentes graus de intensidade. (…) Foi um dos mais fortes dos últimos 26 anos."
"Terremoto seguido de maremoto mata 45 e fere 135 nas Filipinas. (…) Mais de 600 tremores secundários foram registrados. (…) ‘O Terremoto foi acompanhado de um rugido. Depois vieram as ondas, de 10 a 15 metros’, disse o governador Rod Valencia. (…) ‘Acordamos com um barulho ensurdecedor; quando tentamos sair, as ondas enormes se precipitaram sobre nós’, disse uma senhora que perdeu quatro filhos."
"Tremor no Japão é o pior em 47 anos. (…) ‘Pior do que a Segunda Guerra’, diz sobrevivente. (…) Há um ano, quando um terremoto de magnitude semelhante atingiu a região de Los Angeles, marcando o mundo com imagens de vias expressas desabadas, os engenheiros japoneses se gabaram, dizendo que a mesma coisa não aconteceria por aqui. Os prédios japoneses eram melhor projetados e construídos, segundo eles. Mas ontem eles reavaliaram suas posições." [relato de um correspondente internacional sobre o terremoto de Kobe, Japão]
"Terremoto no Japão faz milhares de vítimas. (…) Fim do mundo. Essa foi a impressão da maioria das pessoas que residem nas áreas afetadas pelo terremoto."
"O terremoto, o pior dos últimos setenta anos no Japão, derrubou casas e edifícios e transformou quarteirões inteiros em gigantescas fogueiras, cujas labaredas ainda crepitavam depois de três dias."
"O vice-premiê russo Oleg Soskovets disse que o terremoto pode ter sido ‘o pior de toda a história da Rússia’."
"Dois tremores de terra atingiram Roma na noite de ontem. (…) Tremores são raros na capital italiana."
"Foi o sismo mais forte da década no México. (…) Milhões de pessoas saíram às ruas."
"(…) Quatro mil casas foram destruídas e mais de mil tiveram suas estruturas comprometidas. (…) ‘Nossa cidade sumiu’, disse um morador de Dinar [na Turquia]."
"O sismo que devastou a cidade de Sungai Penuh [na Indonésia] é o mais forte a atingir o país desde o começo do século."
"Cerca de 400 tremores de terra foram registrados na Mongólia nos últimos dois dias."
"Como foi a primeira vez que Taiobeiras [cidade de Minas Gerais - Brasil] registrou o fenômeno, muita gente pensou tratar-se do fim do mundo."
"Uma série de pequenos tremores está deixando amedrontados os moradores da pequena cidade de Cajuru [Estado de São Paulo]."
"Pelo menos 304 pessoas morreram e 14 mil ficaram feridas no mais violento terremoto dos últimos oito anos na China. (…) Há mais de 186 mil casas destruídas e pelo menos 300 mil desabrigados."
"O maremoto [na costa do Peru] ocorreu depois de um terremoto de 6,7 graus na escala Richter no Oceano Pacífico. Outro terremoto, na região central do Chile, causou pânico ontem na capital, Santiago."
"Ter uma sucessão de três terremotos sérios numa determinada área em cerca de seis meses é um fenômeno bastante incomum nos últimos anos, disse Li Xuanhu, um dos diretores do Centro de Sismologia da China."
"O tremor foi seguido por mais de 300 réplicas de menor intensidade, que se estenderam até a manhã de ontem [no Equador]."
"O tremor de sábado foi o pior na região de Lijiang [na China] desde 1474."
"Equipes de resgate acreditam que o número de mortos pode chegar a três mil [no Irã]. (...) A movimentação sísmica dos últimos três dias segue-se a uma intensa atividade registrada em seqüência na Armênia, China, Paquistão e Japão.
"Duzentas aldeias foram destruídas, sete foram literalmente engolidas pela terra [no Irã]. (...) Mais de 4 mil pessoas morreram . (...) 'O tremor foi tão forte que várias vezes tentei sair de casa, mas fui empurrada para as paredes', contou a dona de casa Fatemeh Rafie. 'O solo formava ondas de quase meio metro; parecia que eu estava no mar'."
"Uma série de terremotos atingiu ontem várias partes do mundo [Índia, Espanha, México, El Salvador]."
"O terremoto que atingiu o litoral nordeste da Venezuela foi tão forte que a terra tremeu em Manaus, a 1.500 quilômetros de distância. (...) Foi o pior tremor na Venezuela em três décadas."
" 'Parece que houve um bombardeio sobre a basílica', comentou Antônio Paolucci, ex-ministro da Cultura e encarregado, junto com especialistas, de avaliar os danos à preciosa igreja de São Francisco de Assis. (...) De acordo com restauradores, o verdadeiro desastre está nos danos a centenas de igrejas romanas e pré-romanas de Marche e Úmbria." [ Obs.: Este terremoto ocorreu setembro de 1997. Em março de 1998 um novo tremor atingiu o centro da Itália, fazendo balançar novamente a igreja de Assis e causando danos no mosteiro de Santa Clara. O supervisor das obras de restauração da igreja exclamou: "Nós estávamos trabalhando no interior da igreja, quando tudo começou a tremer de novo. Entramos em pânico e saímos correndo para a rua."]
"O primeiro abalo foi seguido por mais de cem réplicas [na Indonésia]."
"Quase no mesmo horário do terremoto do Chile, dois tremores de intensidade mediana foram sentidos no centro da Argentina; também foram registrados tremores perto das ilhas Fiji e na Grécia. Anteontem um sismo de 4,9 graus havia atingido a região central da Itália."
"Tremor assusta população de Mato Grosso. O sismo, de 5 graus na escala Richter, foi o segundo maior já registrado no Brasil. O primeiro aconteceu na mesma região, em janeiro de 1995, e chegou a 5,6 graus.
"Pelo menos 4.400 corpos foram recuperados dos escombros deixados após o terremoto ocorrido terça-feira no Afeganistão. O porta-voz da aliança militar que controla a área disse que as colinas caíram umas sobre as outras, formando uma cratera gigante. Mais de 20 povoados foram destruídos."
Erupções
Sobre as atualizações dos dados contidos nesta página, ver "Uma palavra em 2010".
Estima-se que existam atualmente 1.500 vulcões ativos no mundo, 550 em terra e o restante no oceano. Algumas regiões do planeta estão sendo monitoradas continuamente em relação à atividade vulcânica, como o Alasca, a Islândia, a Indonésia, o Equador, o Japão, a Itália e, mais recentemente, o México. Na Itália há cinco vulcões "preocupantes"; no Japão, oitenta e seis... E o número de erupções no mundo vem aumentando já há tempos.
A título de ilustração, observe-se o gráfico abaixo (extraído da página Volcano), que mostra o registro de erupções conhecidas do vulcão Merapi, na Indonésia, ao longo dos últimos séculos, até o ano de 1997:
As maiores erupções mundiais registradas no século XX ocorreram a partir de 1970, o que demonstra a extraordinária atividade vulcânica no planeta neste final de século. Estima-se que durante a década de 80 pelo menos 450 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas em razão de atividades vulcânicas.
Na década de 70 houve 21 grandes erupções vulcânicas registradas. Já na década de 80 ocorreram 36 erupções desse porte. Apenas nos primeiros cinco anos da década de 90 (1990 a 1994), houve nada menos que 55 grandes erupções vulcânicas. Algumas erupções registradas no nosso século causaram espanto pela súbita entrada em atividade de vulcões "adormecidos" há décadas ou séculos, e também pela inusitada violência das explosões e conseqüências advindas:
Depois de mais de 175 anos de inatividade, o monte St. Helens, na região sudeste do Estado americano de Washington, entrou repentinamente em atividade na manhã do dia 18 de maio de 1980. Foi a maior erupção da história dos Estados Unidos. O estrondo foi ouvido e sentido num raio de 300 quilômetros. A força da explosão atirou a mais de 10 quilômetros de altura uma massa compacta de rocha e espalhou cinzas pela área de seis Estados americanos e três Províncias canadenses, deixando em algumas localidades uma camada de quase um metro. A erupção escureceu o céu em grande parte do Estado de Washington, tendo sido considerada equivalente à mais potente detonação nuclear já feita. Pelo menos 57 pessoas morreram, além de aproximadamente 7 mil animais de grande porte. Até então, em toda a história americana, apenas duas pessoas haviam perdido a vida em decorrência de erupções vulcânicas.
A erupção do vulcão mexicano El Chicón, em 1982, foi tão intensa, que envolveu todo o planeta numa ampla camada de ácido sulfúrico e hidroclórico.
Em 1983, o vulcão Kilauea (Havaí) entrou em erupção, e até fins de 1997 permanecia nesta situação.
Em 1985, a erupção do Nevado del Ruiz, na Colômbia, matou pelo menos 25 mil pessoas.
A erupção do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, ocorrida em junho de 1991 depois de mais de 600 anos de inatividade, foi considerada a segunda maior erupção vulcânica do século, acarretando a morte de aproximadamente 800 pessoas. O material lançado na atmosfera circundou o globo em três semanas e cobriu 42% do planeta dois meses depois da erupção. O inverno extremamente rigoroso da Nova Zelândia em 1992, os violentos ciclones daquele ano (como o Andrew e o Iniki), assim como as chuvas torrenciais que alagaram o meio-oeste dos Estados Unidos em 1993, foram atribuídos aos efeitos atmosféricos ocasionados pelo Pinatubo. Em julho de 1995, chuvas torrenciais transformaram em rios de lama as cinzas e as rochas depositadas na encosta do vulcão durante a erupção de 1991; cerca de 7.800 pessoas tiveram de fugir da lama, que invadiu várias localidades com uma altura de até três metros e cobriu pelo menos 266 casas.
Também em julho de 1995, um vulcão das montanhas Soufrière, na ilha de Montserrat, acordou violentamente depois de 400 anos sem dar sinal de vida. Cerca de 6 mil pessoas tiveram de abandonar suas casas. Desde aquela época o vulcão permanece em atividade.
Em outubro de 1996, um vulcão inativo há 70 anos na Rússia entrou em atividade, ao mesmo tempo em que na Islândia um vulcão entrou em erupção sob uma capa de gelo de cerca de mil metros de espessura, provocando uma enchente de água e enxofre e formando uma espessa nuvem escura sobre o país.
Em 1997, o vulcão Popocatépetl, no México, teve a maior erupção dos últimos 72 anos, lançando fumaça e cinzas a 13 quilômetros de altura.
Em fins de 1997, geólogos descobriram que um vulcão próximo de Roma, extinto há dois mil anos, estava despertando. Uma enorme bolha de magma formara-se a 5km da superfície. De acordo com uma matéria publicada no jornal Sunday Times, estava-se observando nos últimos anos um recrudescimento da atividade vulcânica em toda a Europa...
Alguns especialistas sustentam que as últimas grandes erupções vulcânicas tiveram um impacto significativo nas temperaturas das superfícies do mar e da terra, na pressão atmosférica e nos índices de precipitações pluviométricas. Em dezembro de 1997, cientistas britânicos publicaram um estudo sustentando que a mudança no nível dos mares causada pelo aquecimento global poderia provocar a erupção de centenas de vulcões novos ou inativos. A equipe notou que 90% dos vulcões ficam perto do mar ou são por ele rodeados. O aumento do nível da água corrói a lava e enfraquece as rochas, fazendo com que a montanha não possa suportar a pressão interna do magma e acabe explodindo. Esta teria sido a causa, segundo os cientistas, de um vulcão chamado Pavlov ter entrado em atividade.
Também há estudos que procuram estabelecer uma correlação entre o deslocamento dos pólos magnéticos e as explosões solares com a freqüência das erupções vulcânicas. Os pólos magnéticos da Terra deslocam-se continuamente em torno dos pólos geográficos, os quais tampouco são estáticos. No período compreendido de 1850 a 1950, os pólos magnéticos deslocaram-se em média duas milhas por ano. A partir de 1950 — época do recrudescimento da atividade vulcânica — o pólo norte magnético se deslocou mais de 200 milhas, com um aumento de 400% de declinação. O Dr. R. B. Stother, do Instituto Goddard para Estudos Espaciais, fez uma pesquisa em mais de 55 mil explosões solares catalogadas desde 1500, e encontrou uma relação entre os limites inferiores do ciclo solar e as erupções vulcânicas na Terra. Segundo o que foi divulgado, há 97% de chance de que esta correlação não seja uma simples casualidade.
Assim como com os terremotos, as erupções vulcânicas também têm um índice que mede sua intensidade. É o Índice de Explosão Vulcânica (VEI). A tabela abaixo descreve as características dos oito estágios existentes:
VEI | Descrição | Altura da fumaça | Freqüência |
0 | não-explosivo | <> | diária |
1 | suave | 100 - 1000 m | diária |
2 | explosivo | 1 - 5 km | semanal |
3 | severo | 3 - 15 km | anual |
4 | cataclísmico | 10 - 25 km | um em10 anos |
5 | paroxísmico | > 25 km | um em 100 anos |
6 | colossal | > 25 km | um em 100 anos |
7 | super-colossal | > 25 km | um em 1.000 anos |
8 | mega-colossal | > 25 km | um em 10.000 anos |
Durante o século XX (até 1991) foram registradas cinco erupções com VEI 5 e duas com VEI 6, ultrapassando de muito as expectativas de ocorrência do fenômeno.
O gráfico abaixo, à esquerda, mostra o número das erupções mais mortíferas conhecidas, abrangendo apenas aquelas que causaram mais de 500 mortes; observe-se o recrudescimento desse tipo de erupção no século XX. O gráfico da direita indica o número de mortes ocasionadas por essas erupções em cada século:
O elevado número de mortos registrados no século XIX deve-se basicamente a duas erupções: a de Tambora, Indonésia, em 1815, que acarretou 92 mil mortes, e a famosa erupção de Krakatoa, também na Indonésia, em 1883, que matou mais de 36 mil pessoas.
Uma visão conjunta das notícias sobre erupções vulcânicas, obtidas apenas em um intervalo aleatório de tempo, como amostragem, fornece uma idéia do incremento desse tipo de fenômeno em várias regiões do globo. Os dados apresentados a seguir referem-se apenas ao 2º semestre do ano de 19951. Em todos eles, os habitantes da localidade foram atingidos de uma ou de outra forma:
Em 31 de julho, o vulcão Nevado del Ruiz, na Colômbia, voltou inesperadamente à atividade. Os comitês de emergência declararam alerta ante o aumento dos fenômenos registrados no vulcão, que se situavam entre sete e dez movimentos por hora.
Em 15 de agosto, os especialistas detectaram uma "inusitada e repentina atividade" do vulcão Cerro Negro, na Nicarágua, e avisaram a população para se manter afastada das proximidades. Em fins de novembro o vulcão entrou em erupção, provocando a retirada de 3.500 pessoas das localidades próximas. Os fluxos de lava podiam ser vistos a quase dois quilômetros de distância, e sobre o vulcão subiu uma nuvem branca e cinza de mais de 4 mil metros de altura.
Em 27 de setembro, o vulcão Ruapehu, na Nova Zelândia, entrou em erupção. Durante quatro dias rochas incandescentes, lava e vapor d'água foram arremessados a até 3 mil metros de altura. A erupção foi a mais forte dos últimos 50 anos e provocou a suspensão dos vôos, interdição de estradas e corrida aos supermercados2. Em 10 de dezembro, mais de 200 pessoas tiveram de se refugiar em albergues, em razão do aumento das erupções de gás, cinzas e pedras do vulcão Rincón de La Vieja, na Costa Rica.
Além dos casos mencionados acima, houve ainda erupções ou atividades vulcânicas de grande porte em várias partes do mundo no ano de 1995, as quais, todavia, não mereceram maior interesse da imprensa, provavelmente porque não foram palco de grandes danos materiais ou mortes. O mesmo panorama se repetiu nos anos de 1996 e 1997.
Ciclones
Sobre as atualizações dos dados contidos nesta página, ver "Uma palavra em 2010".
Os ciclones são movimentos circulares de ar fortes e rápidos. Recebem o nome de furacões ou tufões dependendo do lugar em que se formam, respectivamente nos oceanos Atlântico ou Pacífico. Já os fenômenos denominados de tornados, como o da foto acima, são movimentos de ar localizados, mas muito destruidores. O gráfico abaixo mostra a freqüência de ocorrência de tornados no mundo nos últimos anos (obtido no site http://www.accuweather.com). Observa-se que apesar de haver uma oscilação cíclica ao longo dos anos e de um ligeiro decréscimo na ocorrência dos tornados considerados fortes, a tendência é de um crescimento contínuo da somatória de todos os tipos de tornados (Obs.: Nos dias 3 e 4 de abril de 1974 os Estados Unidos foram assolados por 148 tornados):
Aliás, em relação aos tornados fortes e violentos, qualquer temporada "atípica" já pode fazer crescer sua incidência. Em fins de fevereiro de 1998, por exemplo, uma série de 12 tornados atingiu a Flórida com ventos de 400 quilômetros por hora, matando pelo menos 38 pessoas, ferindo 250 e reduzindo bairros inteiros a montanhas de madeira, metal retorcido e vidro quebrado. Esta série de tornados matou mais pessoas que o furacão Andrew, um dos mais destruidores do século, que deixou um saldo de 32 mortes nos EUA em 1992. Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, o número de vítimas foi o maior desde que as informações começaram a ser coletadas, há 50 anos... Em abril de 1998, uma nova série de tornados devastou os Estados do Alabama, Geórgia e Mississipi, causando 42 mortes e deixando pelo menos 104 feridos. Num único condado do Alabama, 500 casas foram destruídas e outras 400 sofreram danos graves; o governador do Estado disse ter sido a pior tormenta que ele já havia visto.
Os ciclones são classificados em 5 categorias, de acordo com a força dos ventos. Na categoria 1 — intensidade mínima, os ventos estão entre 118 km/h e 152 km/h (na prática, até 130 km/h o fenômeno é chamado de tempestade tropical, e a partir daí de furacão). Na categoria 2 — intensidade moderada, os ventos variam de 153 km/h a 176 km/h. Na categoria 3 — intensidade forte, os ventos ficam entre 177 km/h e 208 km/h. Na categoria 4 — intensidade extrema, os ventos situam-se entre 209 km/h e 248 km/h. Na categoria 5 — intensidade catastrófica, os ventos passam de 249 km/h.
De acordo com o cientista e ambientalista Dr. Joe Strykowski, os furacões são as formações atmosféricas mais poderosas da natureza. Segundo ele, um furacão de média intensidade produz energia equivalente ao consumo de eletricidade dos Estados Unidos durante seis meses. As chuvas provocadas pelo fenômeno também são descomunais. Já se registrou uma precipitação de 2.400 mm num período de quatro dias durante a passagem de um furacão pela Jamaica. Para se ter uma idéia do que esta marca significa, basta imaginar que uma piscina vazia, de qualquer tamanho, e com 2,4 m de profundidade teria sido enchida até a boca em quatro dias de chuva...
A figura abaixo mostra a foto de um furacão obtida por satélite:
O tipo mais fraco de furacão, a chamada tempestade tropical, já é porém suficientemente forte para causar graves danos, às vezes até maiores do que os provocados pelos furacões mais intensos. A tempestade que atingiu as Filipinas em agosto de 1995 matou 100 pessoas e deixou cerca de 60 mil desabrigados. Em outubro daquele ano uma nova tempestade tropical atingiu o país, matando 63 pessoas e deixando outras dezenas de milhares desabrigadas. No Texas, uma tempestade tropical com ventos de 110 km/h trouxe junto pedras de granizo do tamanho de bolas de tênis...
Assim como acontece com outros fenômenos da natureza, a freqüência e intensidade dos ciclones também estão aumentando em todo o mundo. O Word Almanac faz menção a apenas um grande furacão no século passado, que matou cerca de 400 pessoas nos EUA entre os dias 11 e 14 de março de 1888. A mesma fonte informa que no século XX houve, até setembro de 1996, 89 grandes furacões e tufões, alguns deles com conseqüências catastróficas: os furacões David e Frederick que devastaram a República Dominicana em 1979 mataram 2 mil pessoas e deixaram 100 mil famílias desabrigadas. O tufão que atingiu as Filipinas em setembro de 1984 matou 1.363 pessoas, feriu 300 e desabrigou 1,12 milhões. O tufão que assolou Bangladesh em 12 de novembro de 1970, com ventos de 240 km/h, matou entre 300 e 500 mil pessoas e gerou uma onda de 15 m de altura que atingiu a costa do Paquistão Oriental, o delta do Ganges e seis ilhas da região; e o que castigou o país em 26 de abril de 1989 deixou cerca de 1.300 mortos e 50 mil desabrigados.
O aumento do número de ciclones pode ser acompanhado também em várias regiões dos Estados Unidos, país bastante suscetível ao fenômeno. Os dados a seguir foram extraídos do relatório "Atlantic Hurricanes" de Gordon Dunn, publicado em 1960. Mesmo já defasados de várias décadas, os dados indicam muito claramente a tendência de um crescimento contínuo do número de ciclones:
Região de Nova Inglaterra
Em todo o século passado foram registrados 15 ciclones na região; com apenas um deles considerado como de extrema intensidade. Nas primeiras décadas do nosso século registrou-se 14 ciclones, dos quais cinco foram de extrema intensidade.
Estados da costa Leste
Em todo o século passado: 16 ciclones. No século XX, até 1955: 17 ciclones.
Flórida
Em todo o século passado: 73 ciclones, nenhum extremo registrado e 14 ciclones sem registro de intensidade. No século XX, até 1958: 81 ciclones, com 7 de extrema intensidade.
Louisiana, Mississipi e Alabama
Em todo o século passado: 34 ciclones. No século XX, até 1957: 51 ciclones.
Texas
Em todo o século passado: 45 ciclones. No século XX, até 1958: 48 ciclones.
No próprio século XX, a intensificação crescente do fenômeno é patente. A tabela a seguir mostra o número de grandes furacões e tufões ocorridos na primeira e segunda metades do nosso século (até 1996):
GRANDES FURACÕES E TUFÕES NO MUNDO |
Período | N.º de furacões e tufões | N.º de mortes |
1900 a 1949 | 12 | 61.874 |
1950 a 1996 | 77 | 1.069.797 |
Obs. Um único ciclone que atingiu Bangladesh em 30 de abril de 1990 causou a morte de 139 mil pessoas.
O pesquisador Christopher W. Landsea fez uma lista com os dez furacões mais destruidores do século. Segundo ele, apenas um ocorreu na primeira metade do século, em 1938, causando prejuízos da ordem de US$ 3,6 bilhões. Os outros nove ocorreram a partir de 1954, acarretando um custo global de US$ 66,4 bilhões. O último deles (até agora) foi o Andrew, que sozinho foi responsável por danos estimados em US$ 25 bilhões.
Transcrevo a seguir as palavras do Dr. Strykowski sobre o aumento da freqüência dos furacões: "Eis o que sabemos com certeza: os furacões estão ocorrendo em intensidade e freqüência maiores. Os dados das companhias de seguro indicam que ocorreram 29 tempestades catastróficas na década de 90 [até 1997]. É mais que o dobro do registrado na década de 70, que foi de 14. E o ano de 1995 produziu mais furacões que toda a década de 60."
O ano de 1995, de fato, assombrou o mundo pela quantidade de furacões, tufões e tempestades tropicais. Foi o maior acúmulo de ciclones desde 1933. No período de maio a dezembro de 1995, os jornais noticiaram a ocorrência de 8 tufões, 11 furacões, 19 tempestades tropicais e 4 tornados de forte intensidade, que mataram cerca de 1.200 pessoas, deixando um saldo de centenas de desaparecidos e mais de um milhão de desabrigados. Uma imagem de satélite de agosto de 1995 mostrava uma imagem inédita: uma fila de 3 tempestades tropicais e 2 furacões atravessando o Atlântico da África para o Caribe. É notório o contraste com o número de ciclones ocorridos na primeira metade do século, que registrava uma média de 2 a 3 por década.
Os trechos transcritos abaixo foram extraídos de vários jornais apenas no período de maio a dezembro de 1995. Observe-se a quantidade de informações sobre a inusitada e inesperada violência dos fenômenos:
"Foram registrados ontem mais de 70 tornados que atingiram todo o sudeste do país [Estados Unidos]."
"Um poderoso tufão atingiu ontem a Coréia do Sul (…) Um ônibus foi arrastado ao mar por ondas de até seis metros."
"O tufão Helen deixou destruídas 40 mil casas e 70 mil hectares de terras cultivadas [na China]."
"Segundo o Serviço Nacional de Meteorologia, o furacão Félix surpreendeu pela força e tamanho, já que os efeitos foram sentidos por toda a costa leste [dos Estados Unidos]."
"(…) Danos à agricultura e prejuízos incalculáveis com a destruição de pontes, portos, avenidas e moradias é o saldo do temporal que atinge o Chile há cinco dias. (…) A situação da agricultura tem sido classificada de ‘catastrófica’ devido à morte de 170 mil cabeças de gado."
"O tufão Kent foi considerado o pior tufão do ano [na China]."
"O furacão Luís é considerado o pior a atingir as Antilhas em 40 anos. Metade das casas de Antígua foram destruídas."
"(…) ‘A ilha está devastada’, afirmou um morador de Porto Rico [em conseqüência da passagem do furacão Marilyn]."
"[Oscar] foi o mais violento tufão que já atingiu a região de Tóquio desde a Segunda Guerra Mundial. (…) [Além de várias outras vítimas], um homem e seu filho morreram depois que ondas de dez metros de altura os arrastaram para o mar."
"Não me lembro de ter visto um tufão parecer tão ameaçador quanto este [tufão Ryan] desde a passagem do Wayne, em 1986, disse um oficial do serviço de meteorologia [de Taiwan]."
"O Opal foi o segundo furacão a causar mais prejuízo na história dos EUA (…) Foi o furacão mais forte a atingir a região norte do Golfo do México desde agosto de 1969 (…) [No Estado de Tabasco], choveu em três dias mais do que em todo o ano de 1994."
"O Roxanne é o segundo furacão a atingir a região [México] em menos de dez dias [depois do Opal]."
"O total de mortos do pior tufão [Ângelo] que já atingiu as Filipinas nos últimos dez anos pode chegar a 700 (…) ‘Nunca havíamos visto um tufão como este’, disse Raul Lee, governador da Província de Sorsagon."
"A tormenta causou danos em 189.600 residências, destruiu 107 mil acres de terrenos com hortaliças, derrubou 44 mil árvores e mais de 40 km de cabos elétricos [na China]."
"O tornado rompeu presilhas de aço de uma polegada de espessura. Ele levantou e retorceu a estrutura do telhado [do ginásio], também de aço, de 200 metros de extensão e 200 toneladas [no Brasil - Universidade de Campinas]."
Em razão do aumento inusitado na freqüência e intensidade dos furacões, têm sido feitas tentativas de se prever o fenômeno, sem muito êxito porém. A tabela abaixo mostra as previsões efetuadas pela Universidade do Colorado em 1995 e 1996 com base no estudo da variação do clima mundial, e as ocorrências efetivamente registradas:
ANO | TEMPESTADES TROPICAIS | FURACÕES | FURACÕES EXTREMOS |
Previsão | Registrado | Previsão | Registrado | Previsão | Registrado |
1995 | 12 | 19 | 8 | 11 | 3 | 5 |
1996 | 10 | 13 | 6 | 9 | 2 | 6 |
Em 1996, os ciclones provocaram milhares de mortes nos seguintes países (alguns deles atingidos mais de uma vez): México, Índia, Bangladesh, Taiwan, Cuba, Nicarágua, Costa Rica, El Salvador, Estados Unidos, Porto Rico, Antígua, Madagascar. O que atingiu Bangladesh no mês de maio (um tornado) acarretou pelo menos 700 mortes; sobreviventes disseram que o pior momento da passagem do ciclone durou apenas cinco minutos, que a temperatura subiu muito e que "o céu ficou vermelho…"
Apesar de não ter sido igual a 1995, o ano de 1996 ultrapassou em muito qualquer previsão dos especialistas. A tabela abaixo mostra a razão entre vários parâmetros do ano de 1996 em relação à média dos dez anos mais ativos desde quando teve início os registros (excetuando-se o ano de 1995):
| Tempestade | Dias com Tempestade | Furacão | Dias com Furacão | Furacões Extremos | Dias com Furacões Extremos | Potencial Destrutivo (HDP) |
Média dos dez anos mais ativos | 7,3 | 38 | 4,2 | 17 | 1,2 | 2,2 | 49 |
Ano de 1996 | 13 | 78 | 9 | 45 | 6 | 13 | 139 |
Razão entre 1996 e os dez anos mais críticos | 1,8 | 2,0 | 2,1 | 2,6 | 5 | 5,9 | 2,8 |
A intensidade dos ciclones em 1997 pode ser avaliada pelas seguintes notas de jornais:
"Um ciclone matou ontem mais de 350 pessoas em Bangladesh e afetou a vida de quase 2,5 milhões, segundo o governo. (...) A ilha de Saint Martin está sob dois metros de água."
"Segundo o ministro do Interior [do Paraguai], Atilio Fernández, o furacão foi o pior dos últimos 20 anos."
"A passagem de seis tornados consecutivos provocou a morte de 33 pessoas no Texas. (...) Foram os mais devastadores desde os que atingiram Waco em 1953 e Goliand em 1902. (...). 'O fenômeno parecia um aspirador gigante, que sugou tudo por onde passou', comparou Max Johnson, voluntário que está ajudando a recuperar os corpos."
" 'Foi a coisa mais incrível que já vi. No acostamento da BR-277, todas as árvores tinham sido arrancadas' [no Estado do Paraná - Brasil], conta o capitão Loemir Mattos, comandante da Defesa Civil da Região. (...) 'A cidade de Nova Laranjeiras desapareceu do mapa, acabou, é o cenário do filme Twister', disse o repórter Alduir Couto. 'Há postes jogados sobre o que restou de algumas casas'. "
"Cerca de 400 pessoas morreram e outras 20 mil ficaram desabrigadas devido à passagem do furacão Pauline [no México]. (...) O Pauline está sendo considerado o furacão mais destrutivo a atingir o México desde o Gilbert, que devastou o norte do país em 1998. (...) Nas ruas de Acapulco a água chegou a 1,5 m de altura. (...) Muitas pessoas passaram a noite dormindo nas ruas, molhadas e cheias de lama, depois de terem perdido suas casas para o furacão." [Obs.: O Gilbert matou cerca de 350 pessoas e deixou 750 mil desabrigados no Caribe, México e Estados Unidos.]
"O tufão Linda, descrito como o pior do século, matou 580 pessoas [no Vietnan]; pelo menos 2, 5 mil pessoas continuam desaparecidas. (...) Cerca de 1,1 mil barcos afundaram e mais de 2 mil casas foram destruídas em Kien Giang. (...) Três quartos das áreas de produção de arroz do país foram inundadas."
"A Força Aérea da Nova Zelândia retirou um terço da população da região norte das ilhas Cook, no Pacífico, devastada pelo ciclone Martin no fim de semana passado."
"O tufão Winnie já matou pelo menos 72 pessoas em Taiwan, na China e nas Filipinas, forçando dezenas de milhares de pessoas a abandonar suas casas."
"Na ilha de Amami Oshima [Japão], mais de 24 mil casas ficaram sem eletricidade depois que os ventos [do tufão Oliva] cortaram as linhas de transmissão elétricas e destruíram edifícios."
"Vítimas do ciclone em Bangladesh chegam a 51. (...) A tormenta provocou a formação de enormes ondas e fez a maré subir mais de 1,5 m, destruindo 80% das casas da região."
Além desses casos mais graves, registrou-se também a passagem da tempestade tropical Bining pelas Filipinas, com um saldo de 22 mortos, e ainda duas mortes provocadas pelo furacão Danny nos Estados Unidos.
No início de 1998, uma série de tornados provocou mortes e destruição num único dia em cinco Estados americanos: Arkansas, Kentucky, Ohio, Mississipi e Tennessee. Em fevereiro, como já mencionado, uma série de 12 tornados devastou completamente uma região da Flórida e em março foi a vez de três outros Estados americanos; saldo dessas duas levas de tornados: 80 mortos e 354 feridos. Também em março um único ciclone que atingiu a Índia deixou pelo menos 200 mortos, 500 desaparecidos, mil feridos e 10 mil desabrigados.