Profeta

terça-feira, 27 de julho de 2010

Curitiba na copa 2014?

A aparição de um novo plano B criou uma saia-justa entre o Atlético-PR, a prefeitura e o Comitê Paranaense da Copa 2014. A nova saída foi sugerida pelo ex-presidente do IPPUC e atual administrador da Regional Matriz, Luiz Hayakawa, com apoio do Instituto de Engenharia do Paraná e alguns vereadores.

Insatisfeitos com a ideia de distribuir R$ 90 milhões em potencial construtivo para o Rubro-Negro, eles viram na Vila Capanema uma solução mais viável para a cidade. A justificativa foi a de que, mesmo um novo estádio custando R$ 600 milhões, já existiriam vários projetos planejados para a área que beneficiariam uma parcela maior da população.

Como a reunião na Câmara Municipal era para discutir a infraestrutura da cidade, mas na prática também tinha a intenção de começar um trabalho de convencimento sobre a doação dos títulos imobiliários, a sugestão deixou atônitos os representantes do Atlético-PR e do governo.

- Fui pego de surpresa. Trouxeram um plano B aqui enquanto estão nos convidando a assinar o plano A - disse Gláucio Geara, presidente do Conselho Deliberativo rubro-negro.

- Estão dando um tiro no pé. Vou ligar agora para o prefeito - rebateu Algaci Túlio, secretário especial para Assuntos da Copa, ligado ao estado, que já havia ido tirar satisfações com Hayakawa.

O funcionário da prefeitura, contudo, explicou que aquela seria apenas uma saída para o caso de não serem encontradas as soluções jurídicas para viabilizar o empréstimo que o governo estadual pretende fazer à construtora que ficar encarregada da obra, pegando como garantia o potencial construtivo. Mais tarde, a assessoria de imprensa da prefeitura entrou em contato com a Gazeta do Povo para reforçar que a Arena da Baixada é o único plano oficial.

A manobra jurídica está sendo elaborada pelas procuradorias estadual e municipal, e deverá ser apresentada até sexta-feira. Além de um termo de conduta, são necessários mais dois projetos de lei: um para a Assembleia Legislativa votar, outro para a Câmara de Vereadores. No âmbito municipal, entretanto, há uma relutância grande em relação ao potencial construtivo.

Boa parte dos vereadores presentes na reunião trataram a estratégia diretamente como uso de dinheiro público. Para alguns, a utilização dos títulos imobiliários já configuraria isso. Para outros, por achar que, no fim das contas, serão os títulos o pagamento ao Fundo de Desenvolvimento Econômico do governo estadual - no caso de a construtura não honrar os compromissos.

- Isso ainda irá causar muita polêmica - afirmou o vereador Mário Celso Cunha, presidente da comissão da casa para a Copa.

Nessa terça-feira, o governador Orlando Pessuti enviou à Assembleia um anteprojeto de lei para isentar de tributos estaduais até dezembro de 2014 todos os “fatos geradores” relacionados à Copa das Confederações e à Copa do Mundo. Na sede do governo, ninguém foi encontrado para explicar, na prática, como isso irá funcionar.


Segundo o governador e o presidente do Atlético, uma solução pró-Arena foi encontrada e e "só uma reviravolta" tira o Mundial do estádio atleticano

Arena da Baixada: projeto viável, que pode ser cortado pela postura do Atlético-PR
Arena da Baixada: projeto viável, que pode ser cortado pela postura do Atlético-PR (Crédito: Denis Ferreira Netto)
A reunião entre der
po
público e o Clube Atlético Paranaense sobre a presença da Arena da Baixada na Copa do Mundo 2014, com sede no Brasil. De acordo com o governador do Paraná, Orlando Pessuti, foi encontrada uma solução pró-Arena que não envolve a utilização de recursos do fundo de desenvolvimento do estado.

A confirmação do projeto, no entanto, ainda precisaria da aceitação de uma construtora em utilizar o potencial construtivo, que seria cedido pela Prefeitura de Curitiba, como pagamento.

Ao contrário de outros encontros, o presidente atleticano Marcos Malucelli saiu otimista e disse que agora “apenas uma grande reviravolta tira a Copa da Arena”

Ao contrário de outros encontros, o presidente atleticano Marcos Malucelli saiu otimista e disse que agora “apenas uma grande reviravolta tira a Copa da Arena

O Comitê Organizador Local da Copa de 2014 (COL) já es
tá pronto para efetuar duas substituições nas sedes do Mundial do Brasil. Segundo o planejamento do COL, São Paulo e Curitiba podem perder o direito de sediarem jogos em alguns dias, pelos problemas que ainda apresentam. E a substituição seria rápida: já há duas alternativas prontas para serem executada

As duas cidades que o Comitê pode utilizar estavam entre as postulantes, mas acabaram não sendo selecionadas. Apesar disso, continuaram tocando o projeto de seus estádios (com obras prontas para começar) e mantém a CBF informada. Caso sejam solicitadas, já trazem tudo pronto para aprovação técnica e sua respectiva viabilidade financeira. Belém e Goiânia, por terem estádios públicos, são possibilidades concretas.

Na verdade, o prazo técnico de corte dos dois problemas (Curitiba e São Paulo) já se esgotou. Mas há a questão política, que se sobrepõe neste momento. É neste ponto que São Paulo aposta. Por isso, a insistência com o Morumbi. Alguns membros do comitê paulista acreditam que os patrocinadores da Fifa não vão gostar de saber que a cidade está fora do mapa e pressionarão o COL. Inclusive, uma destas empresas é patrocinadora de camarotes no Morumbi e é um dos trunfos do São Paulo.

Já a situação de Curitiba é diferente. No Comitê, o projeto é considerado o mais fácil dos 12. Tem projeto técnico aprovado, vontade do governo estadual e municipal, valor baixo para ser complementado.

Mas a postura do Atlético-PR, que afirma que não mexerá uma palha sequer, pode impedir uma resolução da questão.

Não há um prazo fixado para o corte das duas cidades – se é que ele vai acontecer
realmente. Mas há o entendimento de que o tempo para conseguir licenças ambientais e organizar a burocracia foi ultrapassado. No caso de Curitiba, o projeto é possível de ser realizado em menos tempo, pois o estádio não éum dos principais e já está de pé.

O prazo máximo para início das obras, porém, já está estabelecido: dezembro. Quem não cumprir, sai de cena para a entrada do plano B – isso se for seguido o planejamento do COL, e a política não interferir.

Problemas de Curitiba:

BNDES: O banco só aceita títulos, como o de potencial construtivo, para projetos públicos. No caso do Atlético-PR, o clube teria de conseguir uma ponte com um banco privado ou do próprio estado.

Atlético-PR: A diretoria do clube afirmou ontem que não vai se endividar. Assim, fica praticamente impossível conseguir a ponte que foi sinalizada pelo BNDES.
Possíveis soluções: Como foi o comitê paranaense que indicou a Arena da Baixada, só ele pode substituir o estádio. O que não acontecerá, pois não existe outro projeto. O jeito seria o governo bancar, através de fundos estaduais.