– Impactos ambientais no mundo moderno
vemos os principais aspectos de um conjunto significativo de impactos ambientais, como os diversos tipos de poluição, a retirada de coberturas vegetais e as ameaças freqüentes à biodiversidade e à sociobiodiversidade.
· Poluição atmosférica – existem dois tipos de poluição: o acréscimo de substâncias a ambientes onde já estão presentes naturalmente em baixas quantidades (poluentes quantitativos) e aquele que é composto por materiais estranhos ao ambiente onde são lançados (poluentes qualitativos). Alguns dos efeitos da poluição atmosférica é a chuva ácida e o surgimento do buraco na camada de ozônio.
· Poluição das águas – existem vários tipos de poluição das águas: a poluição orgânica; a poluição tóxica, causada especialmente pelas indústrias; a poluição por matérias em suspensão, resultante de processos erosivos naturais ou de dejetos artificiais; a poluição por nutrientes como fosfato e nitrato.
· Degradação dos solos e a retirada da cobertura vegetal – as principais conseqüências da destruição do solo no mundo são: a erosão, a perda de matéria orgânica, a compactação do solo, o rebaixamento dos níveis do lençol freático, a desertificação e a perda da biodiversidade.
· A extinção de animais – A intervenção das sociedades humanas levou à rarefação ou a extinção de muitas espécies animais e vegetais.
– Os referendos internacionais
. são apontados os princípios essenciais para a gestão racional dos recursos naturais, a limitação de agentes poluentes e aspectos normativos valorizados nos principais fóruns internacionais oficiais e não-governamentais ocorridos a partir da década de 70.
. Rio 92: Maior evento mundial onde vários princípios apontados na declaração são apoiados no conceito de desenvolvimento sustentável.
Fórum Global das ONGs: evento realizado com o objetivo de elaborar mecanismos de cooperação e articulação em escala global das ONGs.
. Ecologia e política
. Os movimentos e associações ecologistas-ambientalistas, juntamente com outros movimentos sociais, são co-responsáveis pelo crescimento das preocupações com o esgotamento dos recursos e com a vida na Terra, pelo questionamento profundo do modo de vida moderno e pela implementação de políticas e praticas sustentáveis no campo e na cidade.
. – O uso sustentável dos recursos no Brasil
. são discutidos alguns projetos nacionais que trazem benefícios sociais e ambientais, como o uso do etanol combustível, a reciclagem e reaproveitamento de lixo e a contenção da poluição atmosférica. Começa uma mudança de mentalidade em relação à questão ambiental no país.
. Tecnologias agrícolas alternativas
· Práticas sustentáveis urbanas
· Extrativismo e processamento industrial sustentáveis
· Cultivos agroflorestais
. Problemas Ambientais
. O homem iniciou o processo de devastação ambiental principalmente no século XX, embora tenha começado durante a Primeira Revolução Industrial.
No decorrer dos anos o homem usou a natureza e seus recursos de forma desordenada e inconsciente quanto à preservação dos mesmos.
. Atualmente o mundo está extremamente poluído e degradado. Aquecimento global, efeito estufa, derretimento das geleiras, tempestades, mudanças climáticas são alguns dos resultados diretos do modelo de sociedade que optamos vinculados ao consumo e automaticamente ao capitalismo.
. O século atual provavelmente enfrentará sérios problemas decorrentes das questões ambientais, como falta de água, aumento do preço dos alimentos, aumento da temperatura global, elevação dos níveis dos oceanos..., mas existem teorias que garantem solucionar os problemas ambientais.
. O mundo detém atualmente uma população de aproximadamente 6,7 bilhões de pessoas, para que o mundo não entre em colapso é preciso encontrar formas sustentáveis de desenvolvimento, além de integrar as questões sociais e ambientais nesse processo.
. O controle de natalidade permite simultaneamente uma melhoria ambiental e social, uma vez que evita o aumento da extração de recursos, além de diminuir a oferta de mão-de-obra, o que favorece o crescimento salarial, pois as empresas teriam que lutar para conseguir trabalhadores, facilitaria a implantação de serviços públicos de qualidade, entre muitos outros benefícios.
. É importante a implantação de medidas comuns a todos os países do mundo, com a finalidade de surtir efeito na mesma escala, nesse caso seria necessária a participação efetiva das nações desenvolvidas.
. É preciso que haja um processo de despoluição das águas que se encontram poluídas, tratamento do esgoto, recuperação de áreas onde as matas ciliares se encontram degradas e a reciclagem do lixo.
. O conjunto de medidas que contribuem para a melhoria das condições ambientais no mundo necessita da participação de todos os países, isso é imprescindível, apesar disso, medidas individuais podem contribuir para a melhoria do mundo em aspectos sociais e ambientais, ou seja, cada indivíduo faz a sua parte.
. VEJA O VÍDEO ABAIXO
. Aquecimento Global e Efeito Estufa
. O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre (não só numa zona específica, mas em todo o planeta) e tem preocupado a comunidade científica cada vez mais. Acredita-se que seja devido ao uso de combustíveis fósseis e outros processos em nível industrial, que levam à acumulação na atmosfera de gases propícios ao Efeito Estufa, tais como o Dióxido de Carbono, o Metano, o Óxido de Azoto e os CFCs.
. Há muitas décadas que se sabe da capacidade que o Dióxido de Carbono tem para reter a radiação infravermelha do Sol na atmosfera, estabilizando assim a temperatura terrestre por meio do Efeito Estufa, mas, ao que parece, isto em nada preocupou a humanidade que continuou a produzir enormes quantidades deste e de outros gases de Efeito Estufa.
. A grande preocupação é se os elevados índices de Dióxido de Carbono que se têm medido desde o século passado, e tendem a aumentar, podem vir a provocar um aumento na temperatura terrestre suficiente para trazer graves conseqüências à escala global, pondo em risco a sobrevivência dos seus habitantes.
. A Mudança Climática é causada pela emissão de poluentes que aumentam o chamado efeito estufa, pelo qual gases na atmosfera criam uma capa protetora ou um efeito de aquecimento da Terra ao impedir que o calor absorvido da irradiação solar escape para o espaço exterior. Os gases responsáveis pelo efeito estufa incluem o vapor de água, dióxido de carbono, metano, ozônio e os halocarbonos, sendo que os quatro últimos têm sido afetados pelas atividades humanas nos últimos 300 anos e aumentaram consideravelmente neste período.
. Veja este video;
. Análises do registro histórico de medições mostram os seguintes fatos:
. a temperatura global aumentou em 0,6ºC desde o início do século XX
. cerca de 0,4ºC deste aquecimento aconteceu desde a década de 1970
. 1998 foi o ano mais quente em 142 anos
. 2001 foi o terceiro ano mais quente no mesmo período
. em termos globais, a década de 90 foi a mais quente dos últimos 100 anos.
Profeta
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
Pode acreditar, essa foto é da Amazônia
Você imagina de onde é essa foto?
Pode acreditar, essa foto é da Amazônia.
O desmatamento e os incêndios florestais são já responsáveis por quase 80% das emissões brasileiras dos gases causadores do efeito estufa. Isso torna o país o quarto maior emissor de carbono do mundo, lembra Giulio Volpi, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas da rede WWF para América Latina e Caribe.
Além disso uma pesquisa da WWF, divulgada dia 6 de abril de 2007, revelou que de 30% a 60% da floresta amazônica podem se tornar cerrado. Os estudos do painel sobre a América Latina mostram ainda que a mudança climática do planeta tende à desertificação e salinização de áreas próprias para a agricultura,diz Carolina Pimentel,repórter da Agência Brasil.
Pela eliminação de florestas para exploração de minerais,extração de madeira,agropecuária,projetos imobiliários,construção de cidades e estradas,o equilíbrio desse ecossistema vem sendo quebrado.
http://area3.updateordie.com/files/2009/06/gado_amazonia.jpg
A derrubada de florestas em grande escala provoca alterações no clima da região,diminui o reservatório de água subterrâneos,aumenta o processo erosivo e a desertificação e elimina inúmeras formas de vida, um patrimônio genético que nem sequer se conhece e que poderia ser utilizado como alimento e remédio.
A queimada é a forma mais comum de realizar desmatamento,o que torna o solo incapaz de absorver matéria orgânica, além de lançar na atmosfera grandes quantidades de dióxido de carbono,responsável pelo efeito estufa.
Desmatamento na Amazônia de acordo com dados do Inpe:
De 1977 a 1988: 21 mil quilômetros quadrados
De 1988 a 1990: 31,5 mil quilômetros quadrados
De 1990 a 1994: 39,7 mil quilômetros quadrados
De 1994 a1998: 77,8 mil quilômetros quadrados (1º governo FHC)
De 1998 a 2002: 76,9 mil quilômetros quadrados (2º governo FHC)
De 2002/03 a 2005/06: 84,4 mil quilômetros quadrados (governo Lula)
Efeito estufa
O aquecimento global é o aumento da temperatura terrestre e se deve ao aumento da concentração de poluentes antropogênicos (provocados pelo homem) na atmosfera que causa o agravamento do efeito estufa.
A atmosfera é composta em grande parte por nitrogênio e oxigênio,está presa a terra pela gravidade.E essa camada de gás é muito importante para o clima do planeta.Parte da atmosfera(2%) é formada por gases de efeito estufa o dióxido de carbono,também conhecido como gás carbônico,o metano e óxido nitroso somado ao vapor d'água eles funcionam como aquecedor e termostado do planeta.
Há muito tempo que se sabe da capacidade que o Dióxido de Carbono tem para reter a radiação infravermelha do Sol na atmosfera, estabilizando assim a temperatura terrestre por meio do Efeito Estufa, mas,isto em nada preocupou a humanidade que continuou a produzir enormes quantidades deste e de outros gases de Efeito Estufa.Todos os dias toneladas de gás carbônico são lançadas na atmosfera por automóveis,indústrias e queimadas(a queima de florestas lançam na atmosfera grandes quantidades de gás carbônico,esse gás é um dos principais responsáveis pelo aumento do efeito estufa e não permite que a radiação solar,depois de refletida na Terra,volte para o espaço,bloqueando o calor).O que estaria alterando o clima do planeta, provocando tempestades e secas fora de lugar e de época.
Gases de efeito estufa
Por ordem de concentração na atmosfera, são estes os gases que têm intensificado o efeito estufa:
Dióxido de carbono
(CO2)
Metano
(CH4)
Óxido nitroso
(N2O)
Hidrofluorcarbonos
(HFCs)
Perfluorcarbonos
(PFCs)
Hexafluoreto de enxofre
(SF6)
Buraco na camada de ozônio
A redução da camada de ozônio é um dos graves problemas ambientais de hoje.O ozônio é um gás que existe em grande quantidade na estratosfera,e filtra os raios ultravioleta do sol,cujo o excesso é nocivo á vida.Esses raios podem causar câncer de pele e doenças oculares como catarata, além de danificar plantações.
A destruição da camada de ozônio é provocada por reação química do ozônio com o cloro dos clorofluorcarbonos(CFCs),liberados na atmosfera pela atividade de aerossóis,emitidos por ar condicionado,refrigeradores e fabrica de plástico.
Desertificação do solo
A desertificação é a transformação de muitas regiões em desertos.As causas da desertificação estão relacionadas com o desmatamento e queimadas,poluentes atmosféricos produzidos pelos automóveis,os sistemas de calefação e as indústrias também podem estar provocando a mudança para um clima mais quente e de maior aridez,contribuindo para o avanço das zonas desérticas.
A vegetação proporciona proteção ao solo e quando perde essa proteção a água da chuva cai diretamente sobre ele e escoa muito rápido pela superfície,cavando pequenos sulcos que vão se tornando cada vez maiores e carregando para os rios,e até para o mar,grande quantidade de solo.
A diminuiçao da infiltração da água no subsolo,sua escassez dificulta o crescimento das plantas,e a região torna-se cada vez mais árida.Se a vegetação já era escassa o processo de desertificação pode ser irreversível.
Brasília - Mais de 1 bilhão de pessoas vive em regiões áridas, semi-áridas e subúmidas secas, responsáveis por 22% da produção de alimentos do mundo. Só no Brasil, de acordo com dados do Ministério do Meio Ambiente, 32 milhões de pessoas habitam áreas que podem se tornar desérticas – áreas que ocupam mais de 1,3 milhão de quilômetros quadrados, ou seja, 15,7% do território nacional. O diretor de Relações Institucionais da Associação Maranhense para a Conservação da Natureza (Amavida), João Otávio Malheiros, aponta o risco de elas se tornarem “refugiados ambientais”.
Segundo Malheiros, se não se reverter a desertificação, essas pessoas não conseguirão permanecer nas áreas em que habitam hoje. “Antes se tinha um processo de êxodo rural a partir das secas, e isso não vai ser mais episódico. Vai ser um problema sério”. Ele é consultor no “Relatório de Implementação de Combate à Desertificação”, documento elaborado sob a coordenação do Ministério do Meio Ambiente e que será apresentado a outros países.(Érica Santana,repórter da Agência Brasil)
Água
O desmatamento nas áreas de bacias hidrogáficas,as pastagens e as práticas de cultivo em zonas íngremes e de altos índices pluviométricos reduzem a capacidade do solo de absorver a água da chuva.Isso aumenta o risco de enchentes, eleva o nível dos rios e reduz as reservas de água disponíveis durante as estações mais secas.A terra carregada pela erosão que desce das áreas elevadas causa a sedimentação das represas, udadas para armazenagem de água e para geração de energia.
Consequencias do aquecimento global
Aumento da evaporação das águas;
Mudança dos índices pluviométricos;
Derretimento nas calotas polares,com o consequente aumento do nível dos oceanos,prejudicando,ou inundando as cidades litorâneas do mundo;
Derretimento da neve em cadeias de montanhosas,aumentando o volume de água dos rios e inundando terras secas;
Mudanças nos ventos,com ocorrência maior de tufões e distribuição diferente da umidade do ar;
Mudanças no clima das regiões do mundo,pela modificação gradual do ciclo da água,da dinâmica dos ventos,das massas de ar,correntes oceânicas e da pressão atmosférica.
Muitas pessoas acreditam que o aquecimento global não é um problema,partindo-se do pressuposto que a Terra é tão grande que seria impossível causar um efeito de ordem definitifa e geral.Mas, sabemos que isso não é verdade,pois o desequilíbrio ocorre na atmosfera,aquela fina camada que envolve a Terra.
Então,se existem pessoas que não acreditam em aquecimento global,ainda que este seja perceptível pelas altas temperaturas atuais,o problema é maior do que penssávamos.Percebemos a necessidade de consientizar a humanidade a reduzir as causas do aquecimento global e preservação do nosso planeta.
O aquecimento global tornou-se um problema "cultural",visto que,muitos dos hábitos causadores deste são passados de geração à geração.Então para que os nossos filhos e netos consiguam usufruir da biodiversidade do que possuimos hoje,é necessário cuidar da crise do clima,agora!
Deixamos aqui uma reflexão acerca disso.
"A Terra é o lugar onde ja aconteceu tudo na história humana.Todos os triunfos e todas as trajédias,todas as guerras,as fomes os avanços.É o nosso único lugar.E é isso que está em risco:A nossa capacidade de viver no planrta Terra,de termos um futuro como civilização."
Podemos reduzir a emissão do co2 a zero,basta querer.Vamos começar agora?
Aqui fica algumas dicas para lhes orientar:
Comprem aparelhos e lâmpadas eficientes;
Poupe energia com aquecimento e refrigeração;
Recicle;
Se puder,compre um carro biocombustível;
Sempre que puder,caminhe ou ande de bicicleta;
Peça que seu pai não destrua o mundo em que você vai viver;
Se for pai,junte-se a seus filhos para salvar o mundo em que viverão;
Plantem árvores...muitas árvores.
Pergunta:
A queda de um asteróide á 65 milhões de anos extinguiu os dinossauros.Nosso planeta sempre se recupera dos desastres mas é preciso muito tempo para que a vida retome a força e a biodiversidade ressurja.A terra está se esquentando cada dia mais,nossa civilização aqueceu o planeta numa velocidade muito grande,desta vez nós seres humanos somos o asteróide.Em alguns milhões de anos a terra pode se recuperar e os seres vivos será que estarão aqui?O que podemos fazer para deter o aquecimento global?Ou vamos entregar a missão aos nossos filhos e netos?Além disso vamos deixar que a floresta Amazônica se transforme em cerrado?
quinta-feira, 12 de novembro de 2009
A Amazônia, que antes era um terreno florestal
O Desmatamento Ilegal da Amazônia
A Amazônia, que antes era um terreno florestal que abrigava inúmeras espécies de animais, aves e índios; transformou-se em uma área destinada à agropecuária, produção de grãos e centro urbano. Estima-se que, se nenhuma providência for tomada, em 40 anos a Amazônia estará totalmente desmatada.
Muitas pessoas já foram vítimas de grande violência por tentarem defender a terra, os índios Manokis, por exemplo, foram expulsos do seu território e outros 170 povos que ali residiam. Tudo começou em 1970, quando a ditadura militar decidiu ocupar o território para não correr o risco de perdê-la. Milhares de pessoas, de todos os lugares do país, chegavam para trabalhar nas terras, mas a maioria morria ou voltava para a terra natal por falta de recursos. Os que conseguiram permanecer nas terras fizeram queimadas para cultivar seu alimento.
Havia e ainda há vários fazendeiros e especuladores interessados em apropriar-se de um pedaço de terra da Amazônia e isso, além de desmatar o que formalmente deveria ser preservado, provoca várias mortes, pois a busca incansável por terras os leva a cometer crimes ambientais e contra a vida humana.
Algumas empresas renomadas também participam da destruição da Amazônia, pois ao comprarem matéria-prima ou qualquer tipo de material ilegal contribuem para que essa ação seja continuada e o ambiente altamente prejudicado. Sem falar que a floresta ameniza o aquecimento global, retendo e absorvendo o dióxido de carbono, limpa a atmosfera, traz circulações de águas, entre outros benefícios que estão sendo inibidos por pessoas sem escrúpulos.
É necessário que medidas rígidas e severas sejam tomadas para o bem da nação e da vida humana, que necessita da Amazônia para amenizar o estrago feito pelo homem.
Por Gabriela Cabral
A Amazônia, que antes era um terreno florestal que abrigava inúmeras espécies de animais, aves e índios; transformou-se em uma área destinada à agropecuária, produção de grãos e centro urbano. Estima-se que, se nenhuma providência for tomada, em 40 anos a Amazônia estará totalmente desmatada.
Muitas pessoas já foram vítimas de grande violência por tentarem defender a terra, os índios Manokis, por exemplo, foram expulsos do seu território e outros 170 povos que ali residiam. Tudo começou em 1970, quando a ditadura militar decidiu ocupar o território para não correr o risco de perdê-la. Milhares de pessoas, de todos os lugares do país, chegavam para trabalhar nas terras, mas a maioria morria ou voltava para a terra natal por falta de recursos. Os que conseguiram permanecer nas terras fizeram queimadas para cultivar seu alimento.
Havia e ainda há vários fazendeiros e especuladores interessados em apropriar-se de um pedaço de terra da Amazônia e isso, além de desmatar o que formalmente deveria ser preservado, provoca várias mortes, pois a busca incansável por terras os leva a cometer crimes ambientais e contra a vida humana.
Algumas empresas renomadas também participam da destruição da Amazônia, pois ao comprarem matéria-prima ou qualquer tipo de material ilegal contribuem para que essa ação seja continuada e o ambiente altamente prejudicado. Sem falar que a floresta ameniza o aquecimento global, retendo e absorvendo o dióxido de carbono, limpa a atmosfera, traz circulações de águas, entre outros benefícios que estão sendo inibidos por pessoas sem escrúpulos.
É necessário que medidas rígidas e severas sejam tomadas para o bem da nação e da vida humana, que necessita da Amazônia para amenizar o estrago feito pelo homem.
Por Gabriela Cabral
'Esse desperdício torna-se mais grave
Amazônia sofre com devastação acelerada
'Esse desperdício torna-se mais grave quando se considera que novas áreas continuam sendo desflorestadas'
Lisandra Paraguassú escreve de Brasília para 'O Globo':
Entre agosto de 2001 e agosto do ano passado foram desmatados 25,5 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica. Após três meses, o grupo do governo federal formado para descobrir as causas do problema constatou que pecuaristas, plantadores de soja, grileiros de terras e madeireiros fizeram o desmatamento aumentar.
O documento, finalizado em outubro deste ano por autoridades de 12 ministérios, mostra que as causas do desmatamento podem extrapolar a influência direta dos governos federal e estaduais. 'No entanto, tem existido uma série de deficiências e contradições históricas no conjunto de políticas públicas que tem exercido uma forte influência', diz o relatório.
Estradas causam danos ambientais
Uma delas, talvez a principal, seja a abertura de estradas e outras obras de infra-estrutura na região amazônica que não levam em conta os danos ambientais. Estima-se que 75% do desmatamento na Amazônia Legal entre 1978 e 1994 tenham ocorrido em uma faixa de 50 quilômetros de cada lado das rodovias que foram abertas na região.
Segundo o relatório, as obras de infra-estrutura tendem a aumentar a valorização das terras mesmo antes de seu início.
'Em muitos casos a mera expectativa de grandes obras estimula a especulação, grilagem de terras, migrações e abertura de novas frentes de desmatamento', diz o documento. A incapacidade do Estado de fazer, com as estradas, ações complementares que impeçam o desmatamento é um dos pontos levantados pelo grupo interministerial.
Pecuária é o grande vilão
A pecuária continua sendo a maior responsável pela destruição ambiental na região.
'A pecuária é responsável por 80% de toda a área desmatada na Amazônia legal', diz o documento, que aponta a disponibilidade de terra barata e, em muitos casos, a falta de cumprimento das leis ambientais e trabalhistas como fatores para a expansão da atividade na Amazônia.
Mas o estudo reconhece que, muitas vezes, a pecuária apenas ocupa terras que foram desmatadas por outras formas de ocupação humana.
'Os principais agentes do desmatamento para a implantação de pastagens são grandes e médios pecuaristas', afirma o documento.
'Entretanto, existe um elevado número de agentes intermediários, geralmente com baixos custos de oportunidade, que se antecipam a estes pecuaristas, e que são responsáveis, de forma direta, por grande parte dos desmatamentos.'
As plantações de soja são outro fator que preocupa o governo. Segundo o IBGE, apenas nos municípios do chamado Arco do Desmatamento, a área da soja cresceu 57,3% entre 1999 e 2001.
O arco abrange cem municípios entre o sudeste do Maranhão, o norte do Tocantins, o sul do Pará, o norte do Mato Grosso, Rondônia, o sul do Amazonas e o sudeste do Acre.
Mas entram na conta dos problemas causados pela agricultura a grilagem de terras e os assentamentos rurais feitos sem preocupações ambientais.
O documento interministerial aponta que a falta de supervisão do poder público sobre os cartórios, que muitas vezes registram transações fraudulentas na compra de terras, e interesses eleitorais, que facilitam a entrada de posseiros na área, têm contribuído para a ocupação desordenada das áreas de floresta.
'A região amazônica tem sido priorizada pelo governo federal para a criação de assentamentos rurais, servindo inclusive como válvula de escape para injustiças sociais em outras regiões do país', diz o relatório.
Sem planejamento e instalados em locais isolados - desconsiderando a paisagem natural e a existência de populações indígenas - os assentamentos acabam tendo seus lotes vendido a madeireiros, comerciantes e pecuaristas, ampliando o desmatamento.
A falta de fiscalização que permite a ação dos grileiros e posseiros também facilita a ação dos madeireiros ilegais. Calcula-se que menos de 10% de toda a madeira retirada da Amazônia venha de empresas legais. A área total de desmatamento autorizada pelo Ibama foi de apenas 8,7% em 2000.
Toras são tiradas ou queimadas
A abertura de estradas clandestinas para a retirada das toras da floresta também serve para a entrada de grileiros em regiões ainda inexploradas. A mata é transformada em madeira e vendida para as empresas ilegais ou, simplesmente, queimada.
Um outro detalhe ainda chama a atenção no relatório: apesar de cerca de 15% da área da floresta amazônica já ter sido desmatada, cerca de 650 mil quilômetros quadrados - ou 25% do que já perdeu a vegetação nativa - está abandonada ou está sendo usada abaixo de sua capacidade.
Muitas vezes, estas áreas estão degradadas. Apenas no Mato Grosso existem entre 12 e 15 milhões de hectares abandonados.
'Esse desperdício torna-se mais grave quando se considera que novas áreas continuam sendo desflorestadas', diz o relatório.
O grupo interministerial foi criado para analisar a situação da Amazônia depois que, em junho, foram apresentados os resultados do desmatamento entre 2001 e 2002.
Comparado com o período anterior, a retirada de mata nativa havia crescido 40%, chegando a 25,5 mil quilômetros quadrados - área maior do que o Sergipe. Apenas em 1995, quando foram desmatados 29 mil km² situação esteve pior.
O levantamento mostra também que, entre 2000 e 2001, 70% do desmatamento aconteceram em 50 municípios de Mato Grosso, Pará e Rondônia. Em alguns desses municípios a área desmatada chega a 90% do território.
fonte:O Globo, 28/12
'Esse desperdício torna-se mais grave quando se considera que novas áreas continuam sendo desflorestadas'
Lisandra Paraguassú escreve de Brasília para 'O Globo':
Entre agosto de 2001 e agosto do ano passado foram desmatados 25,5 mil quilômetros quadrados de floresta amazônica. Após três meses, o grupo do governo federal formado para descobrir as causas do problema constatou que pecuaristas, plantadores de soja, grileiros de terras e madeireiros fizeram o desmatamento aumentar.
O documento, finalizado em outubro deste ano por autoridades de 12 ministérios, mostra que as causas do desmatamento podem extrapolar a influência direta dos governos federal e estaduais. 'No entanto, tem existido uma série de deficiências e contradições históricas no conjunto de políticas públicas que tem exercido uma forte influência', diz o relatório.
Estradas causam danos ambientais
Uma delas, talvez a principal, seja a abertura de estradas e outras obras de infra-estrutura na região amazônica que não levam em conta os danos ambientais. Estima-se que 75% do desmatamento na Amazônia Legal entre 1978 e 1994 tenham ocorrido em uma faixa de 50 quilômetros de cada lado das rodovias que foram abertas na região.
Segundo o relatório, as obras de infra-estrutura tendem a aumentar a valorização das terras mesmo antes de seu início.
'Em muitos casos a mera expectativa de grandes obras estimula a especulação, grilagem de terras, migrações e abertura de novas frentes de desmatamento', diz o documento. A incapacidade do Estado de fazer, com as estradas, ações complementares que impeçam o desmatamento é um dos pontos levantados pelo grupo interministerial.
Pecuária é o grande vilão
A pecuária continua sendo a maior responsável pela destruição ambiental na região.
'A pecuária é responsável por 80% de toda a área desmatada na Amazônia legal', diz o documento, que aponta a disponibilidade de terra barata e, em muitos casos, a falta de cumprimento das leis ambientais e trabalhistas como fatores para a expansão da atividade na Amazônia.
Mas o estudo reconhece que, muitas vezes, a pecuária apenas ocupa terras que foram desmatadas por outras formas de ocupação humana.
'Os principais agentes do desmatamento para a implantação de pastagens são grandes e médios pecuaristas', afirma o documento.
'Entretanto, existe um elevado número de agentes intermediários, geralmente com baixos custos de oportunidade, que se antecipam a estes pecuaristas, e que são responsáveis, de forma direta, por grande parte dos desmatamentos.'
As plantações de soja são outro fator que preocupa o governo. Segundo o IBGE, apenas nos municípios do chamado Arco do Desmatamento, a área da soja cresceu 57,3% entre 1999 e 2001.
O arco abrange cem municípios entre o sudeste do Maranhão, o norte do Tocantins, o sul do Pará, o norte do Mato Grosso, Rondônia, o sul do Amazonas e o sudeste do Acre.
Mas entram na conta dos problemas causados pela agricultura a grilagem de terras e os assentamentos rurais feitos sem preocupações ambientais.
O documento interministerial aponta que a falta de supervisão do poder público sobre os cartórios, que muitas vezes registram transações fraudulentas na compra de terras, e interesses eleitorais, que facilitam a entrada de posseiros na área, têm contribuído para a ocupação desordenada das áreas de floresta.
'A região amazônica tem sido priorizada pelo governo federal para a criação de assentamentos rurais, servindo inclusive como válvula de escape para injustiças sociais em outras regiões do país', diz o relatório.
Sem planejamento e instalados em locais isolados - desconsiderando a paisagem natural e a existência de populações indígenas - os assentamentos acabam tendo seus lotes vendido a madeireiros, comerciantes e pecuaristas, ampliando o desmatamento.
A falta de fiscalização que permite a ação dos grileiros e posseiros também facilita a ação dos madeireiros ilegais. Calcula-se que menos de 10% de toda a madeira retirada da Amazônia venha de empresas legais. A área total de desmatamento autorizada pelo Ibama foi de apenas 8,7% em 2000.
Toras são tiradas ou queimadas
A abertura de estradas clandestinas para a retirada das toras da floresta também serve para a entrada de grileiros em regiões ainda inexploradas. A mata é transformada em madeira e vendida para as empresas ilegais ou, simplesmente, queimada.
Um outro detalhe ainda chama a atenção no relatório: apesar de cerca de 15% da área da floresta amazônica já ter sido desmatada, cerca de 650 mil quilômetros quadrados - ou 25% do que já perdeu a vegetação nativa - está abandonada ou está sendo usada abaixo de sua capacidade.
Muitas vezes, estas áreas estão degradadas. Apenas no Mato Grosso existem entre 12 e 15 milhões de hectares abandonados.
'Esse desperdício torna-se mais grave quando se considera que novas áreas continuam sendo desflorestadas', diz o relatório.
O grupo interministerial foi criado para analisar a situação da Amazônia depois que, em junho, foram apresentados os resultados do desmatamento entre 2001 e 2002.
Comparado com o período anterior, a retirada de mata nativa havia crescido 40%, chegando a 25,5 mil quilômetros quadrados - área maior do que o Sergipe. Apenas em 1995, quando foram desmatados 29 mil km² situação esteve pior.
O levantamento mostra também que, entre 2000 e 2001, 70% do desmatamento aconteceram em 50 municípios de Mato Grosso, Pará e Rondônia. Em alguns desses municípios a área desmatada chega a 90% do território.
fonte:O Globo, 28/12
Saiba mais sobre o desmatamento e entenda quem viola a floresta
De olho na Amazônia
Por Lilian Burgardt
Até a criação do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) pelo Imazon basicamente dois sistemas faziam as vezes de "observadores da Amazônia": o Prodes e o Deter, ambos programas coordenados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Cada um dos sistemas tem por objetivo duas funções distintas. O Prodes visa produzir um relatório mais abrangente sobre o desmatamento na Amazônia, apresentando dados para cálculos e estatísticas do panorama de destruição da região. Já o Deter, idealizado para ser mais ágil, tem como missão fornecer dados precisos e em curto prazo para que o Ibama - órgão federal responsável pela fiscalização da destruição da floresta - consiga coibir a ação dos vilões do verde.
Ambos os sistemas são considerados por especialistas como tecnologia de ponta e conferem ao Brasil o "status" de ser o país mais bem preparado para fiscalizar o seu grande patrimônio verde. O trabalho com o Prodes começou a ser realizado em 1988, quando se sentiu a necessidade de desenvolver um sistema capaz de mostrar o tamanho do problema na Amazônia. Até 2003, segundo o coordenador de monitoramento ambiental da Amazônia no Inpe, Dalton Valeriano, não havia uma política de interesse em saber o quanto e onde era desmatado para estabelecer um programa de coação às práticas ilegais. "Apenas em 2003 este interesse começou a aparecer. Então, a pedidos do MMA (Ministério do Meio Ambiente) desenvolvemos um protótipo de sistema de monitoramento mais ágil, afim de facilitar a ação de fiscalização do Ibama", revela. No ano seguinte, nascia o Deter.
Diante deste histórico é inevitável se questionar: desde quando o Brasil vem abrindo seus olhos para o que acontece na Amazônia? Especialistas dizem que a preocupação é recente, muito mais do que o histórico da depredação da região. Para se ter uma idéia, a Amazônia Legal tem uma extensão de aproximadamente 5 milhões de km2, constituindo 59% do território brasileiro. Cerca de 80% da região apresenta cobertura florestal. Atualmente, a área total desmatada chega a 652.908 km2, o que corresponde a 16,3% da floresta amazônica brasileira. "Só nos últimos 30 anos, fomos responsáveis pelo desmatamento de 10% da Amazônia", lamenta o campaigner do Greenpeace, Marcelo Marquezine. A passos largos, em sua opinião, é provável que o Brasil chegue ao índice de 40% previsto em um estudo do professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Britaldo Soares Filho.
Mas quem são, afinal, os grandes vilões da Amazônia?
Quando assistimos aos telejornais e vemos as grandes madeireiras extraindo madeira ilegal da região, ficamos com a impressão que apenas elas são as assassinas do nosso verde. A verdade porém, não é bem essa. Estudiosos atribuem aos agropecuários a devastação das maiores porções de terra da região. Tanto é que, em 2003, o estado do Mato Grosso, líder na produção de soja, foi o que apresentou o maior índice de desmatamento. O Mato Grosso desmatou 38 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 3,5 Jamaicas. "Basta lembrar que o governador do estado foi manchete da imprensa internacional como o estuprador da Amazônia ", lembra Marquezine.
O coordenador do centro de desenvolvimento sustentável da UnB (Universidade de Brasília), Marcel Bursztyn, lamenta que a expansão da soja - tão benéfica para o País do ponto de vista econômico - ainda seja o grande inimigo da nossa floresta. "Sou totalmente a favor da produção da soja, acho mesmo que o Brasil tem que crescer, mas isso teria de ser feito de forma equacionada. É lamentável que ainda não tenhamos políticas públicas fortes neste sentido", afirma. E o ritmo econômico ditado pela soja é quem ainda dá as cartas na Amazônia. Se o preço da soja no mercado internacional aumenta, como aconteceu em 2003, cresce a devastação. Agora, quando ele está em queda, também cai o índice de desmatamento, como foi visto no último índice apontado pelo Prodes. "Fico pensando: até quando a valorização ou não da soja fora do Brasil será a única responsável pelo equilíbrio e a preservação da nossa floresta?", indaga Bursztyn.
É claro que a repercussão negativa para o estado do Mato Grosso foi responsável por algumas mudanças significativas a respeito do cuidado com a região Amazônica. A mais importante delas foi uma considerável injeção de recursos no orçamento do Meio Ambiente que saltou de R$ 5 milhões para R$ 18 milhões. "Se há vontade política, as coisas acontecem", reforça Marquezine. Fora isso, segundo o campaigner, o estado também investiu na contratação de engenheiros, fiscais, juízes e promotores a fim de mudar a realidade local. "Agora, é preciso que outros estados também assumam o compromisso e passem a se responsabilizar pelo que acontece dentro de seus territórios", afirma.
Por Lilian Burgardt
Até a criação do SAD (Sistema de Alerta de Desmatamento) pelo Imazon basicamente dois sistemas faziam as vezes de "observadores da Amazônia": o Prodes e o Deter, ambos programas coordenados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Cada um dos sistemas tem por objetivo duas funções distintas. O Prodes visa produzir um relatório mais abrangente sobre o desmatamento na Amazônia, apresentando dados para cálculos e estatísticas do panorama de destruição da região. Já o Deter, idealizado para ser mais ágil, tem como missão fornecer dados precisos e em curto prazo para que o Ibama - órgão federal responsável pela fiscalização da destruição da floresta - consiga coibir a ação dos vilões do verde.
Ambos os sistemas são considerados por especialistas como tecnologia de ponta e conferem ao Brasil o "status" de ser o país mais bem preparado para fiscalizar o seu grande patrimônio verde. O trabalho com o Prodes começou a ser realizado em 1988, quando se sentiu a necessidade de desenvolver um sistema capaz de mostrar o tamanho do problema na Amazônia. Até 2003, segundo o coordenador de monitoramento ambiental da Amazônia no Inpe, Dalton Valeriano, não havia uma política de interesse em saber o quanto e onde era desmatado para estabelecer um programa de coação às práticas ilegais. "Apenas em 2003 este interesse começou a aparecer. Então, a pedidos do MMA (Ministério do Meio Ambiente) desenvolvemos um protótipo de sistema de monitoramento mais ágil, afim de facilitar a ação de fiscalização do Ibama", revela. No ano seguinte, nascia o Deter.
Diante deste histórico é inevitável se questionar: desde quando o Brasil vem abrindo seus olhos para o que acontece na Amazônia? Especialistas dizem que a preocupação é recente, muito mais do que o histórico da depredação da região. Para se ter uma idéia, a Amazônia Legal tem uma extensão de aproximadamente 5 milhões de km2, constituindo 59% do território brasileiro. Cerca de 80% da região apresenta cobertura florestal. Atualmente, a área total desmatada chega a 652.908 km2, o que corresponde a 16,3% da floresta amazônica brasileira. "Só nos últimos 30 anos, fomos responsáveis pelo desmatamento de 10% da Amazônia", lamenta o campaigner do Greenpeace, Marcelo Marquezine. A passos largos, em sua opinião, é provável que o Brasil chegue ao índice de 40% previsto em um estudo do professor da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), Britaldo Soares Filho.
Mas quem são, afinal, os grandes vilões da Amazônia?
Quando assistimos aos telejornais e vemos as grandes madeireiras extraindo madeira ilegal da região, ficamos com a impressão que apenas elas são as assassinas do nosso verde. A verdade porém, não é bem essa. Estudiosos atribuem aos agropecuários a devastação das maiores porções de terra da região. Tanto é que, em 2003, o estado do Mato Grosso, líder na produção de soja, foi o que apresentou o maior índice de desmatamento. O Mato Grosso desmatou 38 mil quilômetros quadrados, o equivalente a 3,5 Jamaicas. "Basta lembrar que o governador do estado foi manchete da imprensa internacional como o estuprador da Amazônia ", lembra Marquezine.
O coordenador do centro de desenvolvimento sustentável da UnB (Universidade de Brasília), Marcel Bursztyn, lamenta que a expansão da soja - tão benéfica para o País do ponto de vista econômico - ainda seja o grande inimigo da nossa floresta. "Sou totalmente a favor da produção da soja, acho mesmo que o Brasil tem que crescer, mas isso teria de ser feito de forma equacionada. É lamentável que ainda não tenhamos políticas públicas fortes neste sentido", afirma. E o ritmo econômico ditado pela soja é quem ainda dá as cartas na Amazônia. Se o preço da soja no mercado internacional aumenta, como aconteceu em 2003, cresce a devastação. Agora, quando ele está em queda, também cai o índice de desmatamento, como foi visto no último índice apontado pelo Prodes. "Fico pensando: até quando a valorização ou não da soja fora do Brasil será a única responsável pelo equilíbrio e a preservação da nossa floresta?", indaga Bursztyn.
É claro que a repercussão negativa para o estado do Mato Grosso foi responsável por algumas mudanças significativas a respeito do cuidado com a região Amazônica. A mais importante delas foi uma considerável injeção de recursos no orçamento do Meio Ambiente que saltou de R$ 5 milhões para R$ 18 milhões. "Se há vontade política, as coisas acontecem", reforça Marquezine. Fora isso, segundo o campaigner, o estado também investiu na contratação de engenheiros, fiscais, juízes e promotores a fim de mudar a realidade local. "Agora, é preciso que outros estados também assumam o compromisso e passem a se responsabilizar pelo que acontece dentro de seus territórios", afirma.
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De olho na Amazônia /Panorama da sobrevivência
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
A descoberta das imensas jazidas do pré-sal convida a um debate
Incertezas e cobiça sobre o petróleo do Brasil
Sérgio Ferolla e Paulo Metri, para o Le Monde Diplomatique Brasil
A descoberta das imensas jazidas do pré-sal convida a um debate, que a mídia insiste em omitir. Quem irá tirar proveito dos recursos de nosso subsolo? Por que manter uma legislação que favorece as empresas estrangeiras? Que alternativas permitiriam usar as reservas em favor das maiorias?
é comum vermos em camisetas, carros e janelas das cidades, a palavra “paz”, demonstrando um nobre e justificado anseio da sociedade. Mas a sociedade também precisa se mobilizar para a conquista dessa paz, fazendo impor suas decisões em setores de grande significado nacional, evitando a degradação do meio-ambiente e a injustiça social, e reagindo, com indignação, contra os usurpadores dos bens nacionais que repousam no subsolo brasileiro. No presente momento, em especial, alguns predadores sociais, movidos pela ganância e usando recursos reprováveis para ludibriar toda a nação, concebem novas artimanhas para se apropriar, ainda mais, do precioso petróleo das nossas jazidas, riqueza que só o Estado nacional tem como transformar em benefícios para a coletividade.
Desde a década de 1990, a propalada globalização, privilegiando interesses dos países desenvolvidos e associada aos dogmas doutrinários do neoliberalismo, serviu de instrumento de apoio à expansão comercial dos países centrais e à usurpação das riquezas dos povos periféricos. Como decorrência, injustiças ao Sul do equador foram incrementadas e riquezas no norte foram acumuladas, acentuando-se a disparidade entre pobres e ricos. No entanto, a globalização não incluiu, alem do livre comércio e livre fluxo de capitais, a livre migração dos cidadãos dos dois hemisférios. Os marginalizados do mundo subdesenvolvido não podem participar do opulento banquete do Norte, apesar de aqueles cidadãos serem compradores cativos de produtos e serviços dos grandes grupos das potências industriais e, também, as riquezas econômicas dos desenvolvidos serem impulsionadas pelo fornecimento, a custos degradados, de produtos primários oriundos do Sul. Essa segregação dos povos foi agravada com as recentes medidas anti-imigratórias impostas pela União Européia, no mesmo estilo das truculentas ações policiais dos Estados Unidos da América.
Essa moderna forma de colonização, com a espoliação dos bens nacionais alheios e a decorrente exclusão social, concebida no seio de estruturas internacionais aparentemente neutras — mas baseada em falsos e perniciosos arcabouços teóricos — é ajudada pela mídia local, no mínimo complacente. O resultado é a cooptação de setores decisórios estratégicos, sem que a sociedade compreenda o que realmente está ocorrendo em detrimento de toda a nação. Todos estes fatos são bem identificados no setor do petróleo brasileiro.
Até a década dos 90, sob a égide de um monopólio administrado pelo Estado e tendo como objetivo principal o interesse nacional, o setor nacional de petróleo evoluiu em tecnologia e capacidade industrial. Assegurouao país a demarcação de razoáveis reservas, passíveis de exploração controlada, pelo Estado, por várias décadas. Em 1995, o Brasil já produzia a metade do petróleo que precisava e tinha seu abastecimento de médio prazo equacionado, uma vez que os planejamentos e investimentos asseguravam acréscimos na produção, alguns anos à frente.
Interesses alienígenas, apoiados por seus agentes locais, vislumbrando nossa potencialidade e assustados com o perturbador cenário internacional (especialmente no Oriente Médio) estimularam o teatral e bem ensaiado “discurso da modernidade”. Propagaram os falsos conceitos de que o Estado estava falido e que teria de ser mínimo, restando-lhe, somente, as funções básicas, como segurança e saúde. Como decorrência, impunha-se a necessidade de recursos privados serem investidos no setor de petróleo brasileiro, entre outros.
Desde sua criação, a ANP favorerceu as petrolíferas estrangeiras. Limitou, na prática, a participação da Petrobrás nos leilões de reservas. Ou obrigou-a a parcerias indesejáveis
Políticos foram assediados para mudar o monopólio estatal, sendo muito reveladoras as duas manchetes da primeira página do Jornal do Brasil de 8 de junho de 1995, o dia seguinte ao da votação, em primeiro turno, na Câmara, do Projeto de Emenda Constitucional, que terminou com o monopólio estatal do petróleo: “Governo esmaga oposição no petróleo” e “Cargos em troca de votos”. Abaixo desta última manchete, podia-se ler: “Para garantir a vitória de ontem, o governo recorreu à distribuição de cargos. O Presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a falar ao telefone com deputados que condicionavam o voto a nomeações. O apoio da bancada ruralista custará pelo menos R$ 1 bilhão (diferença entre as taxas de mercado e os juros de 16% para agricultores).”
Realizada, com sucesso, a mudança constitucional, a Lei 2004/53, que estabelecia o monopólio estatal no país precisava ser modificada. Assim, aprovou-se a Lei 9.478/97, a “lei do petróleo”, como ficou conhecida. No novo texto, ficou definido que qualquer empresa que descubra petróleo aqui e o produza será a proprietária do bem, pagando ao país uma taxa sobre o valor da produção que, nos dias atuais, é uma das mais baixas do mundo. Se quiser exportar o petróleo, poderá fazê-lo livremente. Mas se uma empresa privada colocar o produto no mercado brasileiro, irá querer receber, sempre, o mesmo valor que seria pago pelo mercado internacional. é muito diferente do que faz até hoje a Petrobrás que, alheia às oscilações cíclicas das cotações internacionais, e sempre que possível cooperando com a política macro-econômica do governo, busca postergar ao máximo o aumento dos derivados, aliviando o fator inflacionário para a população e criando uma vantagem comparativa para os produtos nacionais.
Apesar de escancararem a porteira para os grandes grupos entrarem no país e mesmo colocando áreas do território brasileiro em liquidação, com os leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os estrangeiros aqui chegaram de forma contida. Preferiam investir, à época, no Cazaquistão, na Nigéria e outras regiões consideradas prioritárias em seus planos de negócios. Os arautos dessa modernidade danosa para o povo brasileiro, deixaram de explicar, no momento das mudanças, que o centro das decisões relativas ao nosso petróleo não estaria mais apenas no Brasil. Passaria a incluir, também, o exterior, onde as sedes das empresas estrangeiras formulam a defesa seus interesses estratégicos corporativos.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) buscou de várias formas, desde a sua criação, precipitar a transferência do petróleo nacional para as petrolíferas estrangeiras. Inicialmente reduziu, com seguidas ofertas de áreas para concessão, a possibilidade de a Petrobrás alocar os necessários recursos para tocar tantos projetos simultâneos, obrigando-a, assim, a limitar sua participação nos leilões de jazidas petrolíferas. Também abriu as nossas áreas para os grandes grupos estrangeiros. Isso obrigou a Petrobrás a atrair alguns dos principais competidores para apresentarem em conjunto propostas de exploração, de forma a não perder determinadas áreas julgadas promissoras por seus técnicos. A conseqüência foi a necessidade de repartir, de diferentes maneiras, o petróleo mais tarde descoberto e extraído.
Apesar de a lei do petróleo favorecer as transnacionais, devem-se à Petrobrás quase todas as descobertas de jazidas, desde 1997. A manutenção do monopólio teria permitido resultados muito mais interessantes
Além desses pontos, altamente danosos para os interesses nacionais, os contratos da ANP visaram, sempre, maximizar a produção, criando inclusive excedentes, para os quais só restava a exportação. Para a ANP, quando ainda não se conhecia o petróleo do pré-sal, era algo impensável buscar adequar a curva de produção à da demanda nacional, preservando as reservas para um futuro que se mostrava cheio de incertezas.
Com isenção e buscando analisar os verdadeiros resultados da atual legislação para os diversos segmentos da economia brasileira, vejamos a história recente da exploração e produção petrolífera em nosso país. Sob o aspecto técnico e industrial, constata-se ser bem diversa a realidade do processo, comparada com as falsas e fantasiosas colocações de conhecidos agentes do mercado e determinados expoentes da política brasileira. No período que se seguiu à aprovação da perniciosa lei do petróleo — ou seja, de 1997 até os dias atuais — devem-se basicamente à Petrobrás todas as descobertas de novas jazidas. Na maior parte das situações, as empresas estrangeiras, quando descobriram algo, estavam consorciadas com a Petrobrás e esta era a operadora do consórcio. Sendo a Petrobrás quem basicamente descobriu petróleo no período, se tivesse continuado a existir o monopólio, modelo em que ela tinha maior liberdade de ação, certamente e já há algum tempo, teria descoberto mais petróleo.
Enfocando-se os resultados econômicos, os defensores, nada patrióticos, da entrega das reservas nacionais aos gananciosos agentes internacionais do mercado petrolífero, lançam outro falso argumento, dizendo que o salto da participação do setor do petróleo no PIB brasileiro, no período de 1997 a 2007, de 2% para 10%, foi decorrente da introdução da lei do petróleo. Na análise deste argumento, deve ser considerado que o valor do produto do setor de petróleo, em determinado ano, é função dos preços do petróleo, bem como dos volumes de gás natural e derivados produzidos no país. Assim, os preços citados são fortemente influenciados pelo preço do barril no mercado mundial, no período considerado.
Pode-se verificar que o preço médio do barril era, em 1997, de US$ 19 e a produção brasileira média de petróleo foi de 868 mil barris por dia. Já em 2007, o preço médio do barril foi de US$ 70 e a produção brasileira média atingiu 1,833 milhão de barris por dia. Ou seja: nesses dez anos, o preço do barril cresceu 268% e a produção brasileira subiu 111%.
Como pouquíssimos campos, dentre os que entraram em operação no decênio em análise, foram descobertos depois da sanção da nefasta Lei 9.478, mais de 95% deste fabuloso acréscimo da participação do setor do petróleo no PIB brasileiro não decorreu da influência desta lei. O aumento do percentual deveu-se à alta do preço do barril no mercado internacional e às descobertas de petróleo ocorridas antes da sanção da referida lei.
Por ignorância ou interesses escusos, comentaristas com espaço na mídia procuram impedir mudanças na legislação. E atacam o governo, que decidiu corretamente não fazer leilões de petróleo em 2008
Cabe ressaltar que a Lei 9.478 buscou, basicamente, trocar o monopólio estatal nacional por um oligopólio privado estrangeiro, que, como todos os outros oligopólios, procura só maximizar seus lucros — não tendo nenhum compromisso com o desenvolvimento local. Alem disso, um monopólio estatal pode ser socialmente controlado, o que é impossível de ocorrer com um oligopólio privado. Temos que reconhecer que, graças ao monopólio, existiu grande desenvolvimento, não só na exploração e produção de petróleo mas também no refino, transporte, distribuição e abastecimento. A engenharia e tecnologia nacional beneficiaram-se com este desenvolvimento no período do monopólio, assim como os fornecedores de bens e serviços do setor. Alem disso, o modelo anterior não obrigava o país a entregar seu petróleo para o exterior, impossibilitando qualquer ação geopolítica e estratégica.
Paradoxalmente, articulistas e comentaristas econômicos com razoável destaque na mídia nacional empregam — por desconhecimento da realidade dos fatos e às vezes para defender interesses escusos — uma lógica totalmente invertida e tendenciosa, em suas manifestações públicas.
Demonstram, por exemplo, grande indignação em relação a qualquer hipótese de mudança na legislação vigente, argumentando que o Brasil vinha, há nove anos, fazendo uma rodada de leilões por ano e, em 2008, como já informou o governo, tal rodada não acontecerá, o que significaria um desabono para o país.
O jogo de poderosos interesses se maximizou após a comprovação da existência de petróleo na camada do pré-sal, mobilizando grupos econômicos internacionais do setor de petróleo e seus agentes nacionais. As empresas estrangeiras se anteciparam, com a maquiavélica e despudorada proposta de aceitarem um aumento da taxação, evitando qualquer alteração no texto da lei que lhes beneficia. Buscam impor esse argumento, por recearem que, com uma mudança do marco regulatório, passem somente a compartilhar a produção, como ocorre em alguns países. é importante enfatizar que o simples aumento da taxação não atende os interesses brasileiros. As petrolíferas estrangeiras continuariam tendo a propriedade do petróleo produzido, contrariamente ao que ocorre em muitos países, em que só se apoderam de 15% da produção. Aceitam a regra, nestes casos, sem qualquer contestação, por saberem ser essa a regra basilar dos contratos onde impera a ética pública, em defesa dos interesses da sociedade.
Diversos outros aspectos no campo da tecnologia e das cláusulas contratuais inseridas nas negociações exigirão das entidades governamentais responsáveis cautela, sagacidade e o sentimento superior de fazer valer, acima de todos, o interesse nacional. Não caberia nesse espaço maior aprofundamento em tão complexo setor do petróleo, o combustível ainda mais importante e estratégico para toda a humanidade. Mas é preciso consolidar uma consciência cívica coletiva em repúdio às manobras sorrateiras destinadas a espoliar patrimônios da sociedade. O Brasil não aceita mais procedimentos traiçoeiros e submissos aos falsos e superados dogmas do poder econômico internacional, perturbadores da harmonia que sempre imperou no seio da nossa sociedade.
Nesse momento de consolidação dos novos e grandiosos patamares para a nação brasileira, com a pujança do parque industrial e do agronegócio, e as portentosas reservas do pré-sal, decisões soberanas precisam ser considerados pelos organismos governamentais responsáveis. Acima dos interesses particularistas, com forte influência na ANP, faz-se urgente o estabelecimento de um novo marco regulatório, dando ao Estado a posse de todo o produto da exploração das jazidas brasileiras, a menos da pequena parcela compartilhada, de forma a evitar a transferência descomunal de lucro para mãos privadas e garantir a possibilidade de o país agir considerando aspectos geopolíticos no futuro. Os recursos a serem auferidos pelo Estado deverão representar, para a nação, investimentos em hospitais, escolas, equipamentos médicos, infra-estrutura, saneamento, habitação, transporte, ciência e tecnologia, entre muitos outros usos prioritários para reduzir as assimetrias sociais e regionais, proporcionando a tão almejada paz com justiça social.
(Envolverde/Le Monde Diplomatique Brasil)
Sérgio Ferolla e Paulo Metri, para o Le Monde Diplomatique Brasil
A descoberta das imensas jazidas do pré-sal convida a um debate, que a mídia insiste em omitir. Quem irá tirar proveito dos recursos de nosso subsolo? Por que manter uma legislação que favorece as empresas estrangeiras? Que alternativas permitiriam usar as reservas em favor das maiorias?
é comum vermos em camisetas, carros e janelas das cidades, a palavra “paz”, demonstrando um nobre e justificado anseio da sociedade. Mas a sociedade também precisa se mobilizar para a conquista dessa paz, fazendo impor suas decisões em setores de grande significado nacional, evitando a degradação do meio-ambiente e a injustiça social, e reagindo, com indignação, contra os usurpadores dos bens nacionais que repousam no subsolo brasileiro. No presente momento, em especial, alguns predadores sociais, movidos pela ganância e usando recursos reprováveis para ludibriar toda a nação, concebem novas artimanhas para se apropriar, ainda mais, do precioso petróleo das nossas jazidas, riqueza que só o Estado nacional tem como transformar em benefícios para a coletividade.
Desde a década de 1990, a propalada globalização, privilegiando interesses dos países desenvolvidos e associada aos dogmas doutrinários do neoliberalismo, serviu de instrumento de apoio à expansão comercial dos países centrais e à usurpação das riquezas dos povos periféricos. Como decorrência, injustiças ao Sul do equador foram incrementadas e riquezas no norte foram acumuladas, acentuando-se a disparidade entre pobres e ricos. No entanto, a globalização não incluiu, alem do livre comércio e livre fluxo de capitais, a livre migração dos cidadãos dos dois hemisférios. Os marginalizados do mundo subdesenvolvido não podem participar do opulento banquete do Norte, apesar de aqueles cidadãos serem compradores cativos de produtos e serviços dos grandes grupos das potências industriais e, também, as riquezas econômicas dos desenvolvidos serem impulsionadas pelo fornecimento, a custos degradados, de produtos primários oriundos do Sul. Essa segregação dos povos foi agravada com as recentes medidas anti-imigratórias impostas pela União Européia, no mesmo estilo das truculentas ações policiais dos Estados Unidos da América.
Essa moderna forma de colonização, com a espoliação dos bens nacionais alheios e a decorrente exclusão social, concebida no seio de estruturas internacionais aparentemente neutras — mas baseada em falsos e perniciosos arcabouços teóricos — é ajudada pela mídia local, no mínimo complacente. O resultado é a cooptação de setores decisórios estratégicos, sem que a sociedade compreenda o que realmente está ocorrendo em detrimento de toda a nação. Todos estes fatos são bem identificados no setor do petróleo brasileiro.
Até a década dos 90, sob a égide de um monopólio administrado pelo Estado e tendo como objetivo principal o interesse nacional, o setor nacional de petróleo evoluiu em tecnologia e capacidade industrial. Assegurouao país a demarcação de razoáveis reservas, passíveis de exploração controlada, pelo Estado, por várias décadas. Em 1995, o Brasil já produzia a metade do petróleo que precisava e tinha seu abastecimento de médio prazo equacionado, uma vez que os planejamentos e investimentos asseguravam acréscimos na produção, alguns anos à frente.
Interesses alienígenas, apoiados por seus agentes locais, vislumbrando nossa potencialidade e assustados com o perturbador cenário internacional (especialmente no Oriente Médio) estimularam o teatral e bem ensaiado “discurso da modernidade”. Propagaram os falsos conceitos de que o Estado estava falido e que teria de ser mínimo, restando-lhe, somente, as funções básicas, como segurança e saúde. Como decorrência, impunha-se a necessidade de recursos privados serem investidos no setor de petróleo brasileiro, entre outros.
Desde sua criação, a ANP favorerceu as petrolíferas estrangeiras. Limitou, na prática, a participação da Petrobrás nos leilões de reservas. Ou obrigou-a a parcerias indesejáveis
Políticos foram assediados para mudar o monopólio estatal, sendo muito reveladoras as duas manchetes da primeira página do Jornal do Brasil de 8 de junho de 1995, o dia seguinte ao da votação, em primeiro turno, na Câmara, do Projeto de Emenda Constitucional, que terminou com o monopólio estatal do petróleo: “Governo esmaga oposição no petróleo” e “Cargos em troca de votos”. Abaixo desta última manchete, podia-se ler: “Para garantir a vitória de ontem, o governo recorreu à distribuição de cargos. O Presidente Fernando Henrique Cardoso chegou a falar ao telefone com deputados que condicionavam o voto a nomeações. O apoio da bancada ruralista custará pelo menos R$ 1 bilhão (diferença entre as taxas de mercado e os juros de 16% para agricultores).”
Realizada, com sucesso, a mudança constitucional, a Lei 2004/53, que estabelecia o monopólio estatal no país precisava ser modificada. Assim, aprovou-se a Lei 9.478/97, a “lei do petróleo”, como ficou conhecida. No novo texto, ficou definido que qualquer empresa que descubra petróleo aqui e o produza será a proprietária do bem, pagando ao país uma taxa sobre o valor da produção que, nos dias atuais, é uma das mais baixas do mundo. Se quiser exportar o petróleo, poderá fazê-lo livremente. Mas se uma empresa privada colocar o produto no mercado brasileiro, irá querer receber, sempre, o mesmo valor que seria pago pelo mercado internacional. é muito diferente do que faz até hoje a Petrobrás que, alheia às oscilações cíclicas das cotações internacionais, e sempre que possível cooperando com a política macro-econômica do governo, busca postergar ao máximo o aumento dos derivados, aliviando o fator inflacionário para a população e criando uma vantagem comparativa para os produtos nacionais.
Apesar de escancararem a porteira para os grandes grupos entrarem no país e mesmo colocando áreas do território brasileiro em liquidação, com os leilões da Agência Nacional do Petróleo (ANP), os estrangeiros aqui chegaram de forma contida. Preferiam investir, à época, no Cazaquistão, na Nigéria e outras regiões consideradas prioritárias em seus planos de negócios. Os arautos dessa modernidade danosa para o povo brasileiro, deixaram de explicar, no momento das mudanças, que o centro das decisões relativas ao nosso petróleo não estaria mais apenas no Brasil. Passaria a incluir, também, o exterior, onde as sedes das empresas estrangeiras formulam a defesa seus interesses estratégicos corporativos.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) buscou de várias formas, desde a sua criação, precipitar a transferência do petróleo nacional para as petrolíferas estrangeiras. Inicialmente reduziu, com seguidas ofertas de áreas para concessão, a possibilidade de a Petrobrás alocar os necessários recursos para tocar tantos projetos simultâneos, obrigando-a, assim, a limitar sua participação nos leilões de jazidas petrolíferas. Também abriu as nossas áreas para os grandes grupos estrangeiros. Isso obrigou a Petrobrás a atrair alguns dos principais competidores para apresentarem em conjunto propostas de exploração, de forma a não perder determinadas áreas julgadas promissoras por seus técnicos. A conseqüência foi a necessidade de repartir, de diferentes maneiras, o petróleo mais tarde descoberto e extraído.
Apesar de a lei do petróleo favorecer as transnacionais, devem-se à Petrobrás quase todas as descobertas de jazidas, desde 1997. A manutenção do monopólio teria permitido resultados muito mais interessantes
Além desses pontos, altamente danosos para os interesses nacionais, os contratos da ANP visaram, sempre, maximizar a produção, criando inclusive excedentes, para os quais só restava a exportação. Para a ANP, quando ainda não se conhecia o petróleo do pré-sal, era algo impensável buscar adequar a curva de produção à da demanda nacional, preservando as reservas para um futuro que se mostrava cheio de incertezas.
Com isenção e buscando analisar os verdadeiros resultados da atual legislação para os diversos segmentos da economia brasileira, vejamos a história recente da exploração e produção petrolífera em nosso país. Sob o aspecto técnico e industrial, constata-se ser bem diversa a realidade do processo, comparada com as falsas e fantasiosas colocações de conhecidos agentes do mercado e determinados expoentes da política brasileira. No período que se seguiu à aprovação da perniciosa lei do petróleo — ou seja, de 1997 até os dias atuais — devem-se basicamente à Petrobrás todas as descobertas de novas jazidas. Na maior parte das situações, as empresas estrangeiras, quando descobriram algo, estavam consorciadas com a Petrobrás e esta era a operadora do consórcio. Sendo a Petrobrás quem basicamente descobriu petróleo no período, se tivesse continuado a existir o monopólio, modelo em que ela tinha maior liberdade de ação, certamente e já há algum tempo, teria descoberto mais petróleo.
Enfocando-se os resultados econômicos, os defensores, nada patrióticos, da entrega das reservas nacionais aos gananciosos agentes internacionais do mercado petrolífero, lançam outro falso argumento, dizendo que o salto da participação do setor do petróleo no PIB brasileiro, no período de 1997 a 2007, de 2% para 10%, foi decorrente da introdução da lei do petróleo. Na análise deste argumento, deve ser considerado que o valor do produto do setor de petróleo, em determinado ano, é função dos preços do petróleo, bem como dos volumes de gás natural e derivados produzidos no país. Assim, os preços citados são fortemente influenciados pelo preço do barril no mercado mundial, no período considerado.
Pode-se verificar que o preço médio do barril era, em 1997, de US$ 19 e a produção brasileira média de petróleo foi de 868 mil barris por dia. Já em 2007, o preço médio do barril foi de US$ 70 e a produção brasileira média atingiu 1,833 milhão de barris por dia. Ou seja: nesses dez anos, o preço do barril cresceu 268% e a produção brasileira subiu 111%.
Como pouquíssimos campos, dentre os que entraram em operação no decênio em análise, foram descobertos depois da sanção da nefasta Lei 9.478, mais de 95% deste fabuloso acréscimo da participação do setor do petróleo no PIB brasileiro não decorreu da influência desta lei. O aumento do percentual deveu-se à alta do preço do barril no mercado internacional e às descobertas de petróleo ocorridas antes da sanção da referida lei.
Por ignorância ou interesses escusos, comentaristas com espaço na mídia procuram impedir mudanças na legislação. E atacam o governo, que decidiu corretamente não fazer leilões de petróleo em 2008
Cabe ressaltar que a Lei 9.478 buscou, basicamente, trocar o monopólio estatal nacional por um oligopólio privado estrangeiro, que, como todos os outros oligopólios, procura só maximizar seus lucros — não tendo nenhum compromisso com o desenvolvimento local. Alem disso, um monopólio estatal pode ser socialmente controlado, o que é impossível de ocorrer com um oligopólio privado. Temos que reconhecer que, graças ao monopólio, existiu grande desenvolvimento, não só na exploração e produção de petróleo mas também no refino, transporte, distribuição e abastecimento. A engenharia e tecnologia nacional beneficiaram-se com este desenvolvimento no período do monopólio, assim como os fornecedores de bens e serviços do setor. Alem disso, o modelo anterior não obrigava o país a entregar seu petróleo para o exterior, impossibilitando qualquer ação geopolítica e estratégica.
Paradoxalmente, articulistas e comentaristas econômicos com razoável destaque na mídia nacional empregam — por desconhecimento da realidade dos fatos e às vezes para defender interesses escusos — uma lógica totalmente invertida e tendenciosa, em suas manifestações públicas.
Demonstram, por exemplo, grande indignação em relação a qualquer hipótese de mudança na legislação vigente, argumentando que o Brasil vinha, há nove anos, fazendo uma rodada de leilões por ano e, em 2008, como já informou o governo, tal rodada não acontecerá, o que significaria um desabono para o país.
O jogo de poderosos interesses se maximizou após a comprovação da existência de petróleo na camada do pré-sal, mobilizando grupos econômicos internacionais do setor de petróleo e seus agentes nacionais. As empresas estrangeiras se anteciparam, com a maquiavélica e despudorada proposta de aceitarem um aumento da taxação, evitando qualquer alteração no texto da lei que lhes beneficia. Buscam impor esse argumento, por recearem que, com uma mudança do marco regulatório, passem somente a compartilhar a produção, como ocorre em alguns países. é importante enfatizar que o simples aumento da taxação não atende os interesses brasileiros. As petrolíferas estrangeiras continuariam tendo a propriedade do petróleo produzido, contrariamente ao que ocorre em muitos países, em que só se apoderam de 15% da produção. Aceitam a regra, nestes casos, sem qualquer contestação, por saberem ser essa a regra basilar dos contratos onde impera a ética pública, em defesa dos interesses da sociedade.
Diversos outros aspectos no campo da tecnologia e das cláusulas contratuais inseridas nas negociações exigirão das entidades governamentais responsáveis cautela, sagacidade e o sentimento superior de fazer valer, acima de todos, o interesse nacional. Não caberia nesse espaço maior aprofundamento em tão complexo setor do petróleo, o combustível ainda mais importante e estratégico para toda a humanidade. Mas é preciso consolidar uma consciência cívica coletiva em repúdio às manobras sorrateiras destinadas a espoliar patrimônios da sociedade. O Brasil não aceita mais procedimentos traiçoeiros e submissos aos falsos e superados dogmas do poder econômico internacional, perturbadores da harmonia que sempre imperou no seio da nossa sociedade.
Nesse momento de consolidação dos novos e grandiosos patamares para a nação brasileira, com a pujança do parque industrial e do agronegócio, e as portentosas reservas do pré-sal, decisões soberanas precisam ser considerados pelos organismos governamentais responsáveis. Acima dos interesses particularistas, com forte influência na ANP, faz-se urgente o estabelecimento de um novo marco regulatório, dando ao Estado a posse de todo o produto da exploração das jazidas brasileiras, a menos da pequena parcela compartilhada, de forma a evitar a transferência descomunal de lucro para mãos privadas e garantir a possibilidade de o país agir considerando aspectos geopolíticos no futuro. Os recursos a serem auferidos pelo Estado deverão representar, para a nação, investimentos em hospitais, escolas, equipamentos médicos, infra-estrutura, saneamento, habitação, transporte, ciência e tecnologia, entre muitos outros usos prioritários para reduzir as assimetrias sociais e regionais, proporcionando a tão almejada paz com justiça social.
(Envolverde/Le Monde Diplomatique Brasil)
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Incertezas e cobiça sobre o petróleo do Brasil
ESTA reflexão não é dirigida aos governos, mas sim aos povos irmãos da América Latina.
REFLEXÕES DE FIDEL - É hora da análise retrospectiva e da marcha unida.
ESTA reflexão não é dirigida aos governos, mas sim aos povos irmãos da América Latina.
começará na Argentina a Cúpula da Unasul, cuja importância não se pode ignorar. Nela deve-se analisar a concessão de sete bases militares no território da Colômbia, à superpotência norte-americana. As conversações prévias de ambos os governos se mantiveram em segredo rigoroso. O acordo devia ser apresentado ao mundo como um fato consumado.
Na madrugada de 1º de março de 2008, as Forças Armadas da Colômbia, treinadas e armadas pelos Estados Unidos, atacaram com bombas de precisão um grupo de guerrilheiros que penetrou uma zona afastada do território equatoriano. Ao amanhecer, homens das tropas elites colombianas, transportados em helicópteros, ocuparam o pequeno acampamento, remataram os feridos e se apoderaram do cadáver do chefe da guerrilha, Raúl Reyes, que aparentemente nesses dias tinha um encontro com jovens visitantes de outras nacionalidades, interessados em saberem das experiências da guerrilha, que desde a morte do líder liberal, Jorge Eliécer Gaitán, há mais de 50 anos, trava a luta armada. Entre as vítimas, havia estudantes universitários do México e Equador que não carregavam armas. O método era brutal, ao estilo ianque. O governo do Equador não tinha recebido advertência nenhuma antes do ataque.
O fato constituiu uma ação humilhante para o pequeno e heróico país sul-americano, envolvido num processo político e democrático. Havia grande suspeita de que a base aérea norte-americana de Manta havia fornecido informação e cooperado com os atacantes. O presidente Rafael Correa tomou a corajosa decisão de solicitar a devolução do território ocupado da base militar de Manta, cumprindo estritamente os termos estabelecidos no acordo militar com os Estados Unidos, e retirou seu embaixador de Bogotá.
A entrega de território para o estabelecimento de sete bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, ameaça diretamente a soberania e a integridade dos outros povos da América do Sul e da América Central, com que nossos próceres sonharam em criar a grande pátria latino-americana.
O imperialismo ianque é cem vezes mais poderoso que os impérios colonialistas da Espanha e Portugal, alheio completamente à origem, aos hábitos e à cultura dos nossos povos.
Não se trata de estreitos chauvinismos. "Pátria é humanidade", como proclamou Martí, mas nunca sob o domínio de um império que impôs ao mundo uma tirania sangrenta. Em nosso próprio hemisfério, as centenas de milhares de compatriotas latino-americanos assassinados, torturados e desaparecidos na Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Panamá, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e outros países da Nossa América, durante as últimas cinco décadas por golpes de Estado e ações que os Estados Unidos promoveram e apoiaram, demonstram de maneira irrefutável o que afirmo.
Quando analiso os argumentos com que os Estados Unidos pretendem justificar a concessão de bases militares no território da Colômbia, o mínimo que posso fazer é qualificar de cínicos tais pretextos. Afirma que precisa dessas bases para cooperar na luta contra o narcotráfico, o terrorismo, o tráfico de armas, a emigração ilegal, a posse de armas de destruição em massa, os excessos nacionalistas e os desastres naturais.
Esse poderoso país é o maior comprador e consumidor de drogas do planeta. Uma análise das notas que circulam em Washington, capital dos Estados Unidos, revela que 95% passou pelas mãos de pessoas que consomem drogas; é o maior mercado e, ao mesmo tempo, o maior fornecedor de armas para o crime organizado na América Latina, com elas estão morrendo todos os anos dezenas de milhares de pessoas ao Sul de sua fronteira; é o maior estado terrorista que jamais existira. Não só lançou as bombas contra cidades civis em Hiroshima e Nagasaki; nas guerras imperiais, como as promovidas no Vietnã, Iraque, Afeganistão, Paquistão e noutros países localizados a milhares de quilômetros de distância, em que morreram milhares de pessoas; é o maior produtor e possuidor de armas de extermínio em massa, inclusive, as nucleares, as químicas e as biológicas.
Os paramilitares colombianos, muitos dos quais foram desmobilizados das Forças Armadas e constituem, em parte, suas reservas, são os melhores aliados e protetores dos narcotraficantes.
O chamamento pessoal civil que acompanharia os soldados nas bases da Colômbia são, em regra, ex-militares norte-americanos perfeitamente treinados que são contratados depois por companhias privadas como a Blackwater, que se tornou famosa pelos crimes cometidos no Iraque e noutras partes do mundo.
Um país que respeite a si próprio não precisa de mercenários, nem soldados, nem bases militares norte-americanas para combater o narcotráfico, nem para proteger a população em casos de desastres naturais, ou oferecer ajuda humanitária a outros povos.
Cuba é um país sem problemas de drogas nem altos índices de mortes violentas, cujo número diminui a cada ano.
O único propósito dos Estados Unidos com essas bases é porem a América Latina ao alcance de suas tropas em questão de horas. A alta hierarquia militar do Brasil recebeu com verdadeiro desprazer a surpreendente notícia do acordo sobre a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia. A base de Palanquero é muito próxima da fronteira com o Brasil. Com essas bases, além das das Ilhas Malvinas, o Paraguai, Peru, Honduras, Aruba, Curazao e outras, não ficaria um só ponto do território do Brasil e do resto da América do Sul fora do alcance do Comando de Sul, onde em questão de horas, mediante o emprego de seus mais modernos aviões de transporte, pode fazer chegar tropas e outros meios sofisticados de combate. Os melhores especialistas na matéria forneceram os dados necessários para demonstrar o alcance militar do acordo ianque-colombiano. Tal programa, que incluiu o restabelecimento da IV Frota, foi desenhado por Bush e herdado pelo atual governo dos Estados Unidos, de quem alguns líderes sul-americanos exigem o esclarecimento de sua política militar na América Latina. Não se precisam de porta-aviões nucleares para combater as drogas.
O objetivo imediato desse plano é liquidar o processo revolucionário bolivariano e garantir o controle do petróleo e outros recursos naturais da Venezuela. Por outro lado, o império não aceita a concorrência das novas economias emergentes em seu quintal, nem países verdadeiramente independentes na América Latina. Conta com a oligarquia reacionária, a direita fascista e o controle dos principais meios de comunicação social, internos e externos. Qualquer coisa que se pareça com verdadeira equidade e justiça social terá seu apoio.
A emigração de latino-americanos para os Estados Unidos é conseqüência do subdesenvolvimento, e este é consequência da pilhagem a que fomos submetidos por parte desse país e do intercâmbio desigual com as nações industrializadas.
O México foi afastado da América Latina pelo Nafta. A maioria dos 12 milhões de emigrantes ilegais nos EUA, são mexicanos e também a maior parte das centenas que morrem todos os anos no muro da fronteira com aquele país.
Com uma população de 107 milhões de habitantes, em meio à atual crise econômica internacional, o índice de pobreza crítica no México cresceu para 18% e a pobreza geral atinge mais da metade de seus habitantes.
Nada perturbou tanto a vida de Martí, o Apóstolo de nossa independência, como a anexação aos Estados Unidos. Desde 1889, vinha tomando consciência de que esse era o maior perigo para a América Latina. Sempre sonhou com a Pátria Grande, desde o rio Bravo até a Patagônia; por ela e por Cuba deu sua vida.
Em 10 de janeiro de 1891, escreveu em La Revista Ilustrada de Nova Iorque um ensaio intitulado "Nossa América", onde expressou frases inesquecíveis: "… as árvores hão-de fazer fileira para que não passe o gigante das sete léguas! É hora da análise retrospectiva e da marcha unida, e hemos-de andar em quadro fechado, como a prata nas raízes do Andes".
Quatro anos mais tarde, após do desembarque por Playitas, na província oriental de Cuba, quando já marchava pelos campos insurretos, teve um encontro com o jornalista do Herald George E. Bryson, em 2 de maio de 1895. Ele lhe contou que em Havana tinha entrevistado o famoso general Arsenio Martínez Campo. O chefe espanhol diz-lhe que antes de conceder a independência a Cuba, preferia entregá-la aos Estados Unidos.
De tal maneira impressionou a notícia a Martí, que em 18 de maio escreveu ao amigo mexicano Manuel Mercado a famosa carta póstuma na qual fala do "… caminho que se vai cegar e com o nosso sangue estamos cegando, da anexação dos povos da Nossa América, ao Norte revolto e brutal que os despreza…".
No dia seguinte, desobedecendo ao conselho do general Máximo Gómez, que lhe indicou permanecer na retaguarda, pediu ao seu ajudante um revólver, lançou-se contra uma tropa espanhola bem situada e morreu no combate.
"Vivi no monstro, e conheço suas entranhas", sentenciou na sua última carta.
Fonte:Granma Internacional.
ESTA reflexão não é dirigida aos governos, mas sim aos povos irmãos da América Latina.
começará na Argentina a Cúpula da Unasul, cuja importância não se pode ignorar. Nela deve-se analisar a concessão de sete bases militares no território da Colômbia, à superpotência norte-americana. As conversações prévias de ambos os governos se mantiveram em segredo rigoroso. O acordo devia ser apresentado ao mundo como um fato consumado.
Na madrugada de 1º de março de 2008, as Forças Armadas da Colômbia, treinadas e armadas pelos Estados Unidos, atacaram com bombas de precisão um grupo de guerrilheiros que penetrou uma zona afastada do território equatoriano. Ao amanhecer, homens das tropas elites colombianas, transportados em helicópteros, ocuparam o pequeno acampamento, remataram os feridos e se apoderaram do cadáver do chefe da guerrilha, Raúl Reyes, que aparentemente nesses dias tinha um encontro com jovens visitantes de outras nacionalidades, interessados em saberem das experiências da guerrilha, que desde a morte do líder liberal, Jorge Eliécer Gaitán, há mais de 50 anos, trava a luta armada. Entre as vítimas, havia estudantes universitários do México e Equador que não carregavam armas. O método era brutal, ao estilo ianque. O governo do Equador não tinha recebido advertência nenhuma antes do ataque.
O fato constituiu uma ação humilhante para o pequeno e heróico país sul-americano, envolvido num processo político e democrático. Havia grande suspeita de que a base aérea norte-americana de Manta havia fornecido informação e cooperado com os atacantes. O presidente Rafael Correa tomou a corajosa decisão de solicitar a devolução do território ocupado da base militar de Manta, cumprindo estritamente os termos estabelecidos no acordo militar com os Estados Unidos, e retirou seu embaixador de Bogotá.
A entrega de território para o estabelecimento de sete bases militares dos Estados Unidos na Colômbia, ameaça diretamente a soberania e a integridade dos outros povos da América do Sul e da América Central, com que nossos próceres sonharam em criar a grande pátria latino-americana.
O imperialismo ianque é cem vezes mais poderoso que os impérios colonialistas da Espanha e Portugal, alheio completamente à origem, aos hábitos e à cultura dos nossos povos.
Não se trata de estreitos chauvinismos. "Pátria é humanidade", como proclamou Martí, mas nunca sob o domínio de um império que impôs ao mundo uma tirania sangrenta. Em nosso próprio hemisfério, as centenas de milhares de compatriotas latino-americanos assassinados, torturados e desaparecidos na Guatemala, El Salvador, Honduras, Nicarágua, Panamá, Chile, Argentina, Paraguai, Uruguai e outros países da Nossa América, durante as últimas cinco décadas por golpes de Estado e ações que os Estados Unidos promoveram e apoiaram, demonstram de maneira irrefutável o que afirmo.
Quando analiso os argumentos com que os Estados Unidos pretendem justificar a concessão de bases militares no território da Colômbia, o mínimo que posso fazer é qualificar de cínicos tais pretextos. Afirma que precisa dessas bases para cooperar na luta contra o narcotráfico, o terrorismo, o tráfico de armas, a emigração ilegal, a posse de armas de destruição em massa, os excessos nacionalistas e os desastres naturais.
Esse poderoso país é o maior comprador e consumidor de drogas do planeta. Uma análise das notas que circulam em Washington, capital dos Estados Unidos, revela que 95% passou pelas mãos de pessoas que consomem drogas; é o maior mercado e, ao mesmo tempo, o maior fornecedor de armas para o crime organizado na América Latina, com elas estão morrendo todos os anos dezenas de milhares de pessoas ao Sul de sua fronteira; é o maior estado terrorista que jamais existira. Não só lançou as bombas contra cidades civis em Hiroshima e Nagasaki; nas guerras imperiais, como as promovidas no Vietnã, Iraque, Afeganistão, Paquistão e noutros países localizados a milhares de quilômetros de distância, em que morreram milhares de pessoas; é o maior produtor e possuidor de armas de extermínio em massa, inclusive, as nucleares, as químicas e as biológicas.
Os paramilitares colombianos, muitos dos quais foram desmobilizados das Forças Armadas e constituem, em parte, suas reservas, são os melhores aliados e protetores dos narcotraficantes.
O chamamento pessoal civil que acompanharia os soldados nas bases da Colômbia são, em regra, ex-militares norte-americanos perfeitamente treinados que são contratados depois por companhias privadas como a Blackwater, que se tornou famosa pelos crimes cometidos no Iraque e noutras partes do mundo.
Um país que respeite a si próprio não precisa de mercenários, nem soldados, nem bases militares norte-americanas para combater o narcotráfico, nem para proteger a população em casos de desastres naturais, ou oferecer ajuda humanitária a outros povos.
Cuba é um país sem problemas de drogas nem altos índices de mortes violentas, cujo número diminui a cada ano.
O único propósito dos Estados Unidos com essas bases é porem a América Latina ao alcance de suas tropas em questão de horas. A alta hierarquia militar do Brasil recebeu com verdadeiro desprazer a surpreendente notícia do acordo sobre a instalação de bases militares dos Estados Unidos na Colômbia. A base de Palanquero é muito próxima da fronteira com o Brasil. Com essas bases, além das das Ilhas Malvinas, o Paraguai, Peru, Honduras, Aruba, Curazao e outras, não ficaria um só ponto do território do Brasil e do resto da América do Sul fora do alcance do Comando de Sul, onde em questão de horas, mediante o emprego de seus mais modernos aviões de transporte, pode fazer chegar tropas e outros meios sofisticados de combate. Os melhores especialistas na matéria forneceram os dados necessários para demonstrar o alcance militar do acordo ianque-colombiano. Tal programa, que incluiu o restabelecimento da IV Frota, foi desenhado por Bush e herdado pelo atual governo dos Estados Unidos, de quem alguns líderes sul-americanos exigem o esclarecimento de sua política militar na América Latina. Não se precisam de porta-aviões nucleares para combater as drogas.
O objetivo imediato desse plano é liquidar o processo revolucionário bolivariano e garantir o controle do petróleo e outros recursos naturais da Venezuela. Por outro lado, o império não aceita a concorrência das novas economias emergentes em seu quintal, nem países verdadeiramente independentes na América Latina. Conta com a oligarquia reacionária, a direita fascista e o controle dos principais meios de comunicação social, internos e externos. Qualquer coisa que se pareça com verdadeira equidade e justiça social terá seu apoio.
A emigração de latino-americanos para os Estados Unidos é conseqüência do subdesenvolvimento, e este é consequência da pilhagem a que fomos submetidos por parte desse país e do intercâmbio desigual com as nações industrializadas.
O México foi afastado da América Latina pelo Nafta. A maioria dos 12 milhões de emigrantes ilegais nos EUA, são mexicanos e também a maior parte das centenas que morrem todos os anos no muro da fronteira com aquele país.
Com uma população de 107 milhões de habitantes, em meio à atual crise econômica internacional, o índice de pobreza crítica no México cresceu para 18% e a pobreza geral atinge mais da metade de seus habitantes.
Nada perturbou tanto a vida de Martí, o Apóstolo de nossa independência, como a anexação aos Estados Unidos. Desde 1889, vinha tomando consciência de que esse era o maior perigo para a América Latina. Sempre sonhou com a Pátria Grande, desde o rio Bravo até a Patagônia; por ela e por Cuba deu sua vida.
Em 10 de janeiro de 1891, escreveu em La Revista Ilustrada de Nova Iorque um ensaio intitulado "Nossa América", onde expressou frases inesquecíveis: "… as árvores hão-de fazer fileira para que não passe o gigante das sete léguas! É hora da análise retrospectiva e da marcha unida, e hemos-de andar em quadro fechado, como a prata nas raízes do Andes".
Quatro anos mais tarde, após do desembarque por Playitas, na província oriental de Cuba, quando já marchava pelos campos insurretos, teve um encontro com o jornalista do Herald George E. Bryson, em 2 de maio de 1895. Ele lhe contou que em Havana tinha entrevistado o famoso general Arsenio Martínez Campo. O chefe espanhol diz-lhe que antes de conceder a independência a Cuba, preferia entregá-la aos Estados Unidos.
De tal maneira impressionou a notícia a Martí, que em 18 de maio escreveu ao amigo mexicano Manuel Mercado a famosa carta póstuma na qual fala do "… caminho que se vai cegar e com o nosso sangue estamos cegando, da anexação dos povos da Nossa América, ao Norte revolto e brutal que os despreza…".
No dia seguinte, desobedecendo ao conselho do general Máximo Gómez, que lhe indicou permanecer na retaguarda, pediu ao seu ajudante um revólver, lançou-se contra uma tropa espanhola bem situada e morreu no combate.
"Vivi no monstro, e conheço suas entranhas", sentenciou na sua última carta.
Fonte:Granma Internacional.
As notícias diretas procedentes dos Estados Unidos
REFLEXÕES DE FIDEL - O fim não justifica os meios.
• As notícias diretas procedentes dos Estados Unidos às vezes causam indignação e, outras, repugnância.
Com certeza, nos últimos tempos, muitas delas se referiam aos problemas associados à grave crise econômica internacional e a suas consequências no seio do império. Não são, certamente, as únicas referentes a esse poderoso país. Qualquer página do grosso volume de notícias procedentes de um continente, região ou país do mundo, geralmente tem a ver com a política dos Estados Unidos. Não existe ponto do planeta onde não se experimente a avassaladora presença do império.
Como é lógico, durante quase dez anos, as notícias sobre suas guerras brutais ocuparam espaços importantes da imprensa e mais ainda quando havia uma eleição presidencial.
Contudo, ninguém imaginou que, em meio ao drama das guerras de conquista, apareceram as notícias sobre cárceres secretos e centros de tortura, um vergonhoso e bem guardado segredo do governo dos Estados Unidos.
O autor da grotesca política que conduziu a esse ponto usurpou a presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro de 2000, mediante a fraude eleitoral no estado sulista da Flórida, onde se decidiu a contenda.
Depois de usurpar o poder, W. Bush não só arrastou o país a uma política de guerra, mas também não assinou o Protocolo de Kyoto, negando ao mundo durante dez anos, na luta pelo meio ambiente, o apoio da nação que consome 25% do combustível fóssil, o que pode ocasionar à espécie humana um dano irreparável. A mudança climática já se pode constatar no incremento mundial do calor, que os pilotos de aviões executivos podem observar através dos tornados de crescente força que se formam nas primeiras horas da tarde em suas rotas tropicais e podem ser motivo de perigo para seus modernos jatos. Ainda se ignoram as causas do acidente do avião da Air France que se desintegrou em pleno voo.
Nada seria comparável com as consequências do degelo da enorme massa de água acumulada sobre o continente antártico, além da que se derrete na Groenlândia. Minha opinião a respeito da responsabilidade que tem Bush nisso sustentei-a num encontro recente com o cineasta norte-americano Oliver Stone, ao comentar-lhe seu filme: "W", referido ao penúltimo presidente dos Estados Unidos.
Limito-me a assinalar que, depois dos erros e horrores políticos de George W. Bush, o ex-vice-presidente Cheney, que foi seu conselheiro, sustenta a ideia de que as torturas ordenadas à CIA para obter informação estavam justificadas, porque salvaram vidas norte-americanas graças à informação obtida com esse método.
Com certeza, não salvou as vidas dos milhares de norte-americanos que morreram no Iraque, nem as de quase um milhão de iraquianos, nem os que em número crescente morrem no Afeganistão. Também não se sabe quais são as consequências do ódio acumulado pelos genocídios que se estão cometendo ou podem cometer-se por essas vias.
Trata-se, entenda-se bem, de um problema elementar de ética política: "o fim não justifica os meios". A tortura não justifica a tortura; o crime não justifica o crime.
Tal princípio foi debatido e sustentado durante séculos. Em virtude dele, a humanidade condenou todas as guerras de conquista e todos os crimes cometidos. É muito grave que o império mais poderoso e a superpotência mais colossal que tenha existido no mundo proclame tal política. Ainda mais preocupante é não só que o ex-vice-presidente e principal inspirador de tão pérfida política a proclame abertamente, mas sim que um elevado número de cidadãos desse país, talvez mais da metade, apoie isso. Nesse caso, seria uma prova do abismo moral ao qual pode conduzir o capitalismo desenvolvido, o consumismo e o imperialismo. De ser assim, deve proclamar-se abertamente e pedir opinião ao resto do mundo.
Penso, contudo, que os cidadãos mais cientes dos Estados Unidos serão capazes de travar e ganhar essa batalha moral à medida que compreendam a dolorosa realidade. Nenhuma pessoa honesta no mundo deseja para eles, ou para qualquer outro país, a morte de pessoas inocentes, vítimas de qualquer forma de terror, venha de onde vier.
fonte:Granma Internacional.
• As notícias diretas procedentes dos Estados Unidos às vezes causam indignação e, outras, repugnância.
Com certeza, nos últimos tempos, muitas delas se referiam aos problemas associados à grave crise econômica internacional e a suas consequências no seio do império. Não são, certamente, as únicas referentes a esse poderoso país. Qualquer página do grosso volume de notícias procedentes de um continente, região ou país do mundo, geralmente tem a ver com a política dos Estados Unidos. Não existe ponto do planeta onde não se experimente a avassaladora presença do império.
Como é lógico, durante quase dez anos, as notícias sobre suas guerras brutais ocuparam espaços importantes da imprensa e mais ainda quando havia uma eleição presidencial.
Contudo, ninguém imaginou que, em meio ao drama das guerras de conquista, apareceram as notícias sobre cárceres secretos e centros de tortura, um vergonhoso e bem guardado segredo do governo dos Estados Unidos.
O autor da grotesca política que conduziu a esse ponto usurpou a presidência dos Estados Unidos nas eleições de novembro de 2000, mediante a fraude eleitoral no estado sulista da Flórida, onde se decidiu a contenda.
Depois de usurpar o poder, W. Bush não só arrastou o país a uma política de guerra, mas também não assinou o Protocolo de Kyoto, negando ao mundo durante dez anos, na luta pelo meio ambiente, o apoio da nação que consome 25% do combustível fóssil, o que pode ocasionar à espécie humana um dano irreparável. A mudança climática já se pode constatar no incremento mundial do calor, que os pilotos de aviões executivos podem observar através dos tornados de crescente força que se formam nas primeiras horas da tarde em suas rotas tropicais e podem ser motivo de perigo para seus modernos jatos. Ainda se ignoram as causas do acidente do avião da Air France que se desintegrou em pleno voo.
Nada seria comparável com as consequências do degelo da enorme massa de água acumulada sobre o continente antártico, além da que se derrete na Groenlândia. Minha opinião a respeito da responsabilidade que tem Bush nisso sustentei-a num encontro recente com o cineasta norte-americano Oliver Stone, ao comentar-lhe seu filme: "W", referido ao penúltimo presidente dos Estados Unidos.
Limito-me a assinalar que, depois dos erros e horrores políticos de George W. Bush, o ex-vice-presidente Cheney, que foi seu conselheiro, sustenta a ideia de que as torturas ordenadas à CIA para obter informação estavam justificadas, porque salvaram vidas norte-americanas graças à informação obtida com esse método.
Com certeza, não salvou as vidas dos milhares de norte-americanos que morreram no Iraque, nem as de quase um milhão de iraquianos, nem os que em número crescente morrem no Afeganistão. Também não se sabe quais são as consequências do ódio acumulado pelos genocídios que se estão cometendo ou podem cometer-se por essas vias.
Trata-se, entenda-se bem, de um problema elementar de ética política: "o fim não justifica os meios". A tortura não justifica a tortura; o crime não justifica o crime.
Tal princípio foi debatido e sustentado durante séculos. Em virtude dele, a humanidade condenou todas as guerras de conquista e todos os crimes cometidos. É muito grave que o império mais poderoso e a superpotência mais colossal que tenha existido no mundo proclame tal política. Ainda mais preocupante é não só que o ex-vice-presidente e principal inspirador de tão pérfida política a proclame abertamente, mas sim que um elevado número de cidadãos desse país, talvez mais da metade, apoie isso. Nesse caso, seria uma prova do abismo moral ao qual pode conduzir o capitalismo desenvolvido, o consumismo e o imperialismo. De ser assim, deve proclamar-se abertamente e pedir opinião ao resto do mundo.
Penso, contudo, que os cidadãos mais cientes dos Estados Unidos serão capazes de travar e ganhar essa batalha moral à medida que compreendam a dolorosa realidade. Nenhuma pessoa honesta no mundo deseja para eles, ou para qualquer outro país, a morte de pessoas inocentes, vítimas de qualquer forma de terror, venha de onde vier.
fonte:Granma Internacional.
O pavor físico que a presença de Hugo Chávez na presidência da Venezuela provoca
SAUDADES DO COMUNISMO.
Não deixa de ser engraçado – e emblemático – o pavor físico que a presença de Hugo Chávez na presidência da Venezuela provoca numa quantidade razoável de colunistas e analistas de aleatoriedades políticas que abundam na imprensa brasileira. De certa forma, o chavismo veio suprir a lacuna deixada pelo comunismo como doutrina do medo, expediente muito caro à direita no mundo todo, mas que no Brasil sempre oscilou entre o infantilismo ideológico e o mau caratismo. Antes do fim dos regimes comunistas da União Soviética e de seus países satélites, no final dos anos 1980, era fácil compor um bicho-papão guloso por criancinhas, ateu e cruel, prestes a ocupar condomínios de luxo com gente grosseira e sem modos, a mijar nas piscinas e sujar o mármore dos lavabos com graxa e estrume roubado a latifúndios expropriados. Ao longo dos anos 1990, muita gente ainda conseguiu sobreviver falando disso, embora fosse um discurso maluco sobre um mundo que não mais existia. Entende-se: certos vícios, sobretudo os bem remunerados, são difíceis de largar.
No vasto império da América do Norte, onde o fim do comunismo também foi comemorado como o fim da História, os falcões republicanos perceberam de cara que seria inviável continuar a assustar os eleitores com o fantasma débil e inacabado da ditadura de Fidel Castro, esse sujeito que, incrivelmente, ainda faz sujar as calças dos ruralistas brasileiros e de suas penas de aluguel. Por essa razão, e para manter azeitado o bilionário negócio de venda de armas, os americanos inventaram a tal guerra contra as drogas, cujo resultado prático, duas décadas depois, vem a ser o aumento planetário da produção e do consumo de todo tipo de entorpecente, da maconha às super anfetaminas. O Brasil, claro, embarcou na mesma canoa furada, quando, assim como no resto da América Latina de então, o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu militarizar o comando do combate às drogas no país – o que, aliás, não mudou muito. Na Secretaria Nacional de Políticas Antidrogas (Senad), da Presidência da República, reina soberano, desde o governo FHC, o general Paulo Roberto Uchoa.
Georg W. Bush usou o medo do terrorismo para também suprir a ausência da ameaça comunista, embora não tenha sequer tido o cuidado de mudar os métodos, baseados na mentira e na tortura, nem sempre nessa ordem. Assim foi, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, com as invencionices sobre as armas de destruição de massa do Iraque e a prisão de Guantánamo, em Cuba, uma espécie de Auschwitz hightech. Ao sul do Equador, consolidou o tal Plano Colômbia, um desaguadouro de dólares cujo pretexto é o combate às drogas, embora qualquer índio isolado da fronteira saiba que o país de Gabriel García Márquez se tornou um estado preposto dos EUA, um Israel sulamericano. No fim das contas, uma estratégia para se opor ao “perigo chavista”, embora não haja nenhum argumento realmente sério que sustente essa novíssima e encomendada paranóia tão bem nutrida pelas elites locais.
O mote agora, replicado aqui e acolá por analistas apavorados, é a sombra de Hugo Chávez sobre Honduras, onde um golpe de Estado passou a ser descaradamente justificado nesse contexto. Graças aos golpistas, visivelmente uma elite branca e desesperada, como aquela que faz manifestações trajando jogging em Caracas, o chavismo teria sido abortado em Honduras, antes que virasse coisa como a Bolívia, o Equador e o Paraguai – ou seja, repúblicas perigosamente dominadas por governos populares. São os novos comunistas, revolucionários da pior espécie porque, justamente, abriram mão das revoluções para tomar o poder pela via do voto, da democracia. E, pior, muitos são cristãos.
Quando tucanos e pefelistas se mobilizaram, inclusive à custa de compra de votos, para aprovar o projeto de reeleição de FHC, em 1997, os editoriais e colunas da mídia nacional se desmancharam em elogios e rapapés. Saudaram a quebra da regra eleitoral como um alento à democracia e condição essencial à continuidade do desmonte do Estado e à privatização dos setores estratégicos da economia, a qualquer custo. Quando o assunto é Chávez, no entanto, qualquer movimento institucional, todos previstos nas regras constitucionais da Venezuela, é golpe. Reeleição? É golpe. Plebiscito? É golpe. TV pública? É golpe. Usar o dinheiro do petróleo em projetos populares? Isso, então nem se fala: é mais do que golpe, é covardia.
As tentativas de re-reeleição de Álvaro Uribe, na Colômbia, contudo, ainda passeiam no noticiário brasileiro como “nova reeleição” do corajoso cruzado contra os narcoguerrilheiros das Farc. No Brasil, a simples insinuação de que Lula pudesse querer o mesmo virou o “golpe do terceiro mandato”. Em Honduras, as multidões contrárias ao golpe contra o presidente Zelaya são chamadas de “manifestantes contrários ao governo interino”. Mais ou menos o que acontece com a resistência iraquiana à invasão das tropas americanas, cujos membros foram singelamente apelidados de “insurgentes” pelo jornalismo nacional.
Os tempos do anticomunismo eram estúpidos, mas pelo menos a gente sabia do que os idiotas tinham medo, de verdade.
Fonte:Revista Fórum
Não deixa de ser engraçado – e emblemático – o pavor físico que a presença de Hugo Chávez na presidência da Venezuela provoca numa quantidade razoável de colunistas e analistas de aleatoriedades políticas que abundam na imprensa brasileira. De certa forma, o chavismo veio suprir a lacuna deixada pelo comunismo como doutrina do medo, expediente muito caro à direita no mundo todo, mas que no Brasil sempre oscilou entre o infantilismo ideológico e o mau caratismo. Antes do fim dos regimes comunistas da União Soviética e de seus países satélites, no final dos anos 1980, era fácil compor um bicho-papão guloso por criancinhas, ateu e cruel, prestes a ocupar condomínios de luxo com gente grosseira e sem modos, a mijar nas piscinas e sujar o mármore dos lavabos com graxa e estrume roubado a latifúndios expropriados. Ao longo dos anos 1990, muita gente ainda conseguiu sobreviver falando disso, embora fosse um discurso maluco sobre um mundo que não mais existia. Entende-se: certos vícios, sobretudo os bem remunerados, são difíceis de largar.
No vasto império da América do Norte, onde o fim do comunismo também foi comemorado como o fim da História, os falcões republicanos perceberam de cara que seria inviável continuar a assustar os eleitores com o fantasma débil e inacabado da ditadura de Fidel Castro, esse sujeito que, incrivelmente, ainda faz sujar as calças dos ruralistas brasileiros e de suas penas de aluguel. Por essa razão, e para manter azeitado o bilionário negócio de venda de armas, os americanos inventaram a tal guerra contra as drogas, cujo resultado prático, duas décadas depois, vem a ser o aumento planetário da produção e do consumo de todo tipo de entorpecente, da maconha às super anfetaminas. O Brasil, claro, embarcou na mesma canoa furada, quando, assim como no resto da América Latina de então, o presidente Fernando Henrique Cardoso decidiu militarizar o comando do combate às drogas no país – o que, aliás, não mudou muito. Na Secretaria Nacional de Políticas Antidrogas (Senad), da Presidência da República, reina soberano, desde o governo FHC, o general Paulo Roberto Uchoa.
Georg W. Bush usou o medo do terrorismo para também suprir a ausência da ameaça comunista, embora não tenha sequer tido o cuidado de mudar os métodos, baseados na mentira e na tortura, nem sempre nessa ordem. Assim foi, desde os atentados de 11 de setembro de 2001, com as invencionices sobre as armas de destruição de massa do Iraque e a prisão de Guantánamo, em Cuba, uma espécie de Auschwitz hightech. Ao sul do Equador, consolidou o tal Plano Colômbia, um desaguadouro de dólares cujo pretexto é o combate às drogas, embora qualquer índio isolado da fronteira saiba que o país de Gabriel García Márquez se tornou um estado preposto dos EUA, um Israel sulamericano. No fim das contas, uma estratégia para se opor ao “perigo chavista”, embora não haja nenhum argumento realmente sério que sustente essa novíssima e encomendada paranóia tão bem nutrida pelas elites locais.
O mote agora, replicado aqui e acolá por analistas apavorados, é a sombra de Hugo Chávez sobre Honduras, onde um golpe de Estado passou a ser descaradamente justificado nesse contexto. Graças aos golpistas, visivelmente uma elite branca e desesperada, como aquela que faz manifestações trajando jogging em Caracas, o chavismo teria sido abortado em Honduras, antes que virasse coisa como a Bolívia, o Equador e o Paraguai – ou seja, repúblicas perigosamente dominadas por governos populares. São os novos comunistas, revolucionários da pior espécie porque, justamente, abriram mão das revoluções para tomar o poder pela via do voto, da democracia. E, pior, muitos são cristãos.
Quando tucanos e pefelistas se mobilizaram, inclusive à custa de compra de votos, para aprovar o projeto de reeleição de FHC, em 1997, os editoriais e colunas da mídia nacional se desmancharam em elogios e rapapés. Saudaram a quebra da regra eleitoral como um alento à democracia e condição essencial à continuidade do desmonte do Estado e à privatização dos setores estratégicos da economia, a qualquer custo. Quando o assunto é Chávez, no entanto, qualquer movimento institucional, todos previstos nas regras constitucionais da Venezuela, é golpe. Reeleição? É golpe. Plebiscito? É golpe. TV pública? É golpe. Usar o dinheiro do petróleo em projetos populares? Isso, então nem se fala: é mais do que golpe, é covardia.
As tentativas de re-reeleição de Álvaro Uribe, na Colômbia, contudo, ainda passeiam no noticiário brasileiro como “nova reeleição” do corajoso cruzado contra os narcoguerrilheiros das Farc. No Brasil, a simples insinuação de que Lula pudesse querer o mesmo virou o “golpe do terceiro mandato”. Em Honduras, as multidões contrárias ao golpe contra o presidente Zelaya são chamadas de “manifestantes contrários ao governo interino”. Mais ou menos o que acontece com a resistência iraquiana à invasão das tropas americanas, cujos membros foram singelamente apelidados de “insurgentes” pelo jornalismo nacional.
Os tempos do anticomunismo eram estúpidos, mas pelo menos a gente sabia do que os idiotas tinham medo, de verdade.
Fonte:Revista Fórum
INICIO DE UMA NOVA GUERRA
USO PELOS EUA DE BASES COLOMBIANAS CRIA TENSÃO.
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, advertiu que o uso de bases colombianas pelos EUA poderia ser o início de uma guerra na América do Sul. "Em vez de mandar mais soldados e mais aviões e mais dólares e mais helicópteros para a Colômbia, para que haja mais guerra e mais morte, Barack Obama deveria fazer ver à Colômbia que podia por-se à frente de um processo de paz", disse Chávez, que anunciou novas medidas económicas contra a Colômbia.
O acordo militar entre a Colômbia e os EUA, que permitirá o uso por parte dos EUA de sete bases militares colombianas, está a causar um profundo mal estar na região. O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, está a fazer uma viagem-relâmpago por toda a América Latina para explicar o acordo. Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael Correa, e da Nicarágua, Daniel Ortega, já denunciaram o acordo. Na Bolívia, onde Uribe esteve na noite de terça-feira, o presidente Evo Morales expressou a sua preocupação: "Não aceitamos militares americanos na Bolívia, e desejamos que esta rejeição seja unânime na América Latina", declarou.
O Brasil e o Chile têm uma posição mais moderada, mas também expressaram preocupação, e pediram uma reunião do Conselho de Defesa Sul-Americano no fim deste mês.
As medidas económicas contra a Colômbia anunciadas por Chávez são o cancelamento da importação de 10 mil carros colombianos e o bloqueio da exploração petrolífera na região venezuelana de Orinoco por parte da empresa colombiana Ecopetrol.
Chávez recordou que a Venezuela assinou no mês passado um acordo para reforçar a cooperação militar com a Rússia.
Em Brasília, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, disse que os Estados Unidos não vão recuar da negociação com o governo da Colômbia para a utilização de sete bases militares colombianas, defendendo que o acordo entre os EUA e a Colômbia na área militar não significa uma "mudança dramática da posição" de ambos os países em torno do combate ao narcotráfico. "O acordo não traz uma revisão de política, não (é) uma mudança dramática de posição. É o mesmo que nós já fizemos no passado. Talvez, apenas necessite de uma melhor explicação", afirmou Jones ao diário brasileiro O Estado de S.Paulo.
Numm artigo publicado no portal Cuba Debate, o ex-presidente cubano Fidel Castro considera que as bases são "sete punhais no coração da América" e uma "dor de cabeça" para qualquer governo da região.
Fonte:Esquerda.net
O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, advertiu que o uso de bases colombianas pelos EUA poderia ser o início de uma guerra na América do Sul. "Em vez de mandar mais soldados e mais aviões e mais dólares e mais helicópteros para a Colômbia, para que haja mais guerra e mais morte, Barack Obama deveria fazer ver à Colômbia que podia por-se à frente de um processo de paz", disse Chávez, que anunciou novas medidas económicas contra a Colômbia.
O acordo militar entre a Colômbia e os EUA, que permitirá o uso por parte dos EUA de sete bases militares colombianas, está a causar um profundo mal estar na região. O presidente da Colômbia, Alvaro Uribe, está a fazer uma viagem-relâmpago por toda a América Latina para explicar o acordo. Os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael Correa, e da Nicarágua, Daniel Ortega, já denunciaram o acordo. Na Bolívia, onde Uribe esteve na noite de terça-feira, o presidente Evo Morales expressou a sua preocupação: "Não aceitamos militares americanos na Bolívia, e desejamos que esta rejeição seja unânime na América Latina", declarou.
O Brasil e o Chile têm uma posição mais moderada, mas também expressaram preocupação, e pediram uma reunião do Conselho de Defesa Sul-Americano no fim deste mês.
As medidas económicas contra a Colômbia anunciadas por Chávez são o cancelamento da importação de 10 mil carros colombianos e o bloqueio da exploração petrolífera na região venezuelana de Orinoco por parte da empresa colombiana Ecopetrol.
Chávez recordou que a Venezuela assinou no mês passado um acordo para reforçar a cooperação militar com a Rússia.
Em Brasília, o assessor de Segurança Nacional da Casa Branca, general Jim Jones, disse que os Estados Unidos não vão recuar da negociação com o governo da Colômbia para a utilização de sete bases militares colombianas, defendendo que o acordo entre os EUA e a Colômbia na área militar não significa uma "mudança dramática da posição" de ambos os países em torno do combate ao narcotráfico. "O acordo não traz uma revisão de política, não (é) uma mudança dramática de posição. É o mesmo que nós já fizemos no passado. Talvez, apenas necessite de uma melhor explicação", afirmou Jones ao diário brasileiro O Estado de S.Paulo.
Numm artigo publicado no portal Cuba Debate, o ex-presidente cubano Fidel Castro considera que as bases são "sete punhais no coração da América" e uma "dor de cabeça" para qualquer governo da região.
Fonte:Esquerda.net
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Hugo Chavez “revoluciona” Veneza
HUGO CHAVES EM VENEZA.
Hugo Chavez “revoluciona” Veneza e dá autografos como astro do festival europeu
“Hugooo!! ¡Hugooo!”, gritavam os fotógrafos que queríam captar uma imagem rara: o dirigente da Venezuela considerado por alguns o condutor do “socialismo do Século XXI” , pisando o tapete vermelho do Festival de Veneza de 2009. A glória para qualquer político do mundo!
Mas Hugo Chavez está ali na qualidade de presidente, e sim como protagonista do documentário “South of the Border”, que o cineasta norteamericano Oliver Stone, um dos mais famosos e polêmicos diretores de cinema do mundial, rodou para questionar a informação dos grandes veículos de comuncicação dos Estado Unidos sobre o mandatário venezuelado e seu trabalho.
“Stone é um grande trabalhador, um grande descobridor de histórias verdadeiras. Estou aqui muito feliz de acompanhar a ele e a toda a equipe de produção do documentário. Estou muito feliz de estar aqui”, repetiu Chavez, elegantemente vestido de terno e jaqueta escuros, mas exibindo gravata vermelha, sua cor preferida.
A nuvem de fotógrafos e câmeras acompanhou o presidente, que deu autógrafos como as estrelas de Hollyood. Ao saudar a alguns turistas espanhóis que ondeavam bandeirinhas venezuelanas que lhes haviam dado antes, lhes disse que esta semana irá “falar com o rei (de Espanha, Juan Carlos) e tomar café com José Luis Rodríguez Zapatero” .
Hugo Chavez, que se encontra em giro mundial e acabou de visitar o Irã, comentou que teve tempo inclusive para visitar a cidade dos canais. Os “carabinieri” lhe levaram a um passeio pela cidade de Veneza “que é muito linda, uma maravilha, o melhor do mundo”.
RENASCIMENTO – O presidente da Venezuela, que disse gostar muito de cinema, aproveitou a ocasião para defender o trabalho nesta área em seu governo. “Nós, na revolução bolivariana, levantamos o cinema”, afirmou.
“Na América Latina -continuou- há um renascimento e Stone captou com a sua cãmera e seu gênio este renascimento”.
South of the Border, que foi acolhido com aplausos na sessão para a imprensa do festival de Veneza, oferece uma aproximação esquemática e positiva do mandatário venezuelano, que o diretorr de “Natural Born Killers” defende a capa e espada.
No festival de Veneza, o protagonismo do famoso cineasta ficou relegado a segundo plano com a presença de Chavez, que hoje foi o astro de todos os flashes. A exceção do midiático diretor estadounidense Michael Moore, os documentarios, genero considerado o irmão mais pobre do cinema, jamais suscitaram tanto interesse.
(Texto postado por Vitor Hugo Soares, traduzido do portal argentino INFOBAE, e informações de agencias de notícias européias).
FONTE:Blog Bahia em Pauta.
Hugo Chavez “revoluciona” Veneza e dá autografos como astro do festival europeu
“Hugooo!! ¡Hugooo!”, gritavam os fotógrafos que queríam captar uma imagem rara: o dirigente da Venezuela considerado por alguns o condutor do “socialismo do Século XXI” , pisando o tapete vermelho do Festival de Veneza de 2009. A glória para qualquer político do mundo!
Mas Hugo Chavez está ali na qualidade de presidente, e sim como protagonista do documentário “South of the Border”, que o cineasta norteamericano Oliver Stone, um dos mais famosos e polêmicos diretores de cinema do mundial, rodou para questionar a informação dos grandes veículos de comuncicação dos Estado Unidos sobre o mandatário venezuelado e seu trabalho.
“Stone é um grande trabalhador, um grande descobridor de histórias verdadeiras. Estou aqui muito feliz de acompanhar a ele e a toda a equipe de produção do documentário. Estou muito feliz de estar aqui”, repetiu Chavez, elegantemente vestido de terno e jaqueta escuros, mas exibindo gravata vermelha, sua cor preferida.
A nuvem de fotógrafos e câmeras acompanhou o presidente, que deu autógrafos como as estrelas de Hollyood. Ao saudar a alguns turistas espanhóis que ondeavam bandeirinhas venezuelanas que lhes haviam dado antes, lhes disse que esta semana irá “falar com o rei (de Espanha, Juan Carlos) e tomar café com José Luis Rodríguez Zapatero” .
Hugo Chavez, que se encontra em giro mundial e acabou de visitar o Irã, comentou que teve tempo inclusive para visitar a cidade dos canais. Os “carabinieri” lhe levaram a um passeio pela cidade de Veneza “que é muito linda, uma maravilha, o melhor do mundo”.
RENASCIMENTO – O presidente da Venezuela, que disse gostar muito de cinema, aproveitou a ocasião para defender o trabalho nesta área em seu governo. “Nós, na revolução bolivariana, levantamos o cinema”, afirmou.
“Na América Latina -continuou- há um renascimento e Stone captou com a sua cãmera e seu gênio este renascimento”.
South of the Border, que foi acolhido com aplausos na sessão para a imprensa do festival de Veneza, oferece uma aproximação esquemática e positiva do mandatário venezuelano, que o diretorr de “Natural Born Killers” defende a capa e espada.
No festival de Veneza, o protagonismo do famoso cineasta ficou relegado a segundo plano com a presença de Chavez, que hoje foi o astro de todos os flashes. A exceção do midiático diretor estadounidense Michael Moore, os documentarios, genero considerado o irmão mais pobre do cinema, jamais suscitaram tanto interesse.
(Texto postado por Vitor Hugo Soares, traduzido do portal argentino INFOBAE, e informações de agencias de notícias européias).
FONTE:Blog Bahia em Pauta.
A próxima "Base de Paz"
VENEZUELA - Cháves quer instalar 70 "bases de paz" na América Latina.
A próxima "Base de Paz" deverá ser instalada no Panamá. Na segunda-feira (12), acadêmicos, estudantes e profissionais se reuniram na Embaixada venezuelana no Panamá para discutir sobre a instalação da primeira "Base de paz" no país. A informação é da Rádio Venezuela.
Na ocasião, os participantes também debateram sobre os efeitos que terão os povos da região com a instalação das sete bases militares estadunidenses na Colômbia. As discussões seguiram até terça-feira (13), quando movimentos e organizações populares do Panamá realizaram, na Universidade do Panamá, o Fórum "Contra as bases militares e pela paz".
As "Bases de paz" são uma resposta do mandatário venezuelano, Hugo Chávez, ao acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia, firmado em 14 de setembro. Tal acordo permite a instalação de sete bases militares estadunidenses nas áreas colombianas, como em: Cartagena e Larandia (Caquetá), Tolemaida (Cundinarca), Málaga (Pacífico), Apiay (Meta), Palanquero (Cundinamarca), e Malambo (Atlântico).
A ideia do mandatário venezuelano é instalar, até março de 2010, 70 bases de paz na América Latina. Estas terão o objetivo de compensar a violência que gerarão as bases militares estadunidenses. Assim, as bases são um espaço "para falar, discutir sobre a paz", como mesmo definiu Chávez em 7 de agosto passado, em reunião com representantes de "Colombianas e colombianos pela paz", na Venezuela.
No entanto, as instalações das Bases de Paz também são alvos de críticas. O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, afirmou, hoje, que desconhece o propósito das bases. "Esse é um capo em que Venezuela não nos tem que ensinar absolutamente nada. Eu realmente não entendo. Um pode aprender da Venezuela como jogar melhor beisebol, mas sobre a paz não nos pode ensinar nada", considerou o mandatário da Costa Rica.
A instalação da primeira Base de Paz ocorreu em 17 de agosto, em Táchira, Venezuela. Além deste país, México, Cuba e Nicarágua também já possuem as bases consideradas como pontos de encontro para fóruns e debates sobre a realidade social e política da Colômbia. Ademais, são espaços para discutir sobre a ameaça à soberania da região, representada pela presença dos Estados Unidos na América Latina.
Com informações de EFE e Telesul
A próxima "Base de Paz" deverá ser instalada no Panamá. Na segunda-feira (12), acadêmicos, estudantes e profissionais se reuniram na Embaixada venezuelana no Panamá para discutir sobre a instalação da primeira "Base de paz" no país. A informação é da Rádio Venezuela.
Na ocasião, os participantes também debateram sobre os efeitos que terão os povos da região com a instalação das sete bases militares estadunidenses na Colômbia. As discussões seguiram até terça-feira (13), quando movimentos e organizações populares do Panamá realizaram, na Universidade do Panamá, o Fórum "Contra as bases militares e pela paz".
As "Bases de paz" são uma resposta do mandatário venezuelano, Hugo Chávez, ao acordo militar entre Estados Unidos e Colômbia, firmado em 14 de setembro. Tal acordo permite a instalação de sete bases militares estadunidenses nas áreas colombianas, como em: Cartagena e Larandia (Caquetá), Tolemaida (Cundinarca), Málaga (Pacífico), Apiay (Meta), Palanquero (Cundinamarca), e Malambo (Atlântico).
A ideia do mandatário venezuelano é instalar, até março de 2010, 70 bases de paz na América Latina. Estas terão o objetivo de compensar a violência que gerarão as bases militares estadunidenses. Assim, as bases são um espaço "para falar, discutir sobre a paz", como mesmo definiu Chávez em 7 de agosto passado, em reunião com representantes de "Colombianas e colombianos pela paz", na Venezuela.
No entanto, as instalações das Bases de Paz também são alvos de críticas. O presidente da Costa Rica, Oscar Arias, afirmou, hoje, que desconhece o propósito das bases. "Esse é um capo em que Venezuela não nos tem que ensinar absolutamente nada. Eu realmente não entendo. Um pode aprender da Venezuela como jogar melhor beisebol, mas sobre a paz não nos pode ensinar nada", considerou o mandatário da Costa Rica.
A instalação da primeira Base de Paz ocorreu em 17 de agosto, em Táchira, Venezuela. Além deste país, México, Cuba e Nicarágua também já possuem as bases consideradas como pontos de encontro para fóruns e debates sobre a realidade social e política da Colômbia. Ademais, são espaços para discutir sobre a ameaça à soberania da região, representada pela presença dos Estados Unidos na América Latina.
Com informações de EFE e Telesul
Os EUA querem manter um papel protagonista no mundo
EUA-COM OS PÉS NA CÕLONBIA E OS OLHOS NO BRASIL
Os EUA querem manter um papel protagonista no mundo e, para tanto, tentam expulsar a China da África e impedir uma aliança entre Rússia e Europa Ocidental. Essas duas grandes estratégias estão fracassando, daí a necessidade de garantir que a América Latina seja sua zona de influência exclusiva. A presença militar na Colômbia é um passo nesta direção, mas o verdadeiro alvo de Washington na região é o Brasil, país com maior poder relativo da região. A análise é dos cientistas políticos argentinos Marcelo Gullo e Carlos Alberto Pereyra Mele.
Nos centros de planejamento do traçado estratégico dos Estados Unidos sabe-se que passou o tempo da potência única e global. Para enfrentar a União Européia, China e Rússia, Washington quer assegurar o controle da América Latina. Para isso precisa “acabar” com o Brasil. As possibilidades de resistência na região, o papel da Unasul e outras iniciativas de integração – esses pontos foram de uma entrevista exclusiva à Agencia Periodística del Mercosul, concedida pelos cientistas políticos especialistas e geopolítica, Marcelo Gullo (autor dos livros “Argentina-Brasil: a grande oportunidade” e “A insubordinação fundadora. Breve história da construção do poder das nações”) e Carlos Alberto Pereyra Mele, do Centro de Estudos Estratégicos Sulamericanos.
Para Gullo, o interesse geopolítico dos Estados Unidos consiste em atrasar o processo de passagem da condição de potência global para a de uma potência regional. A crise que atingiu o país, acrescenta, não é conjuntural, mas sim estrutural, porque, pela primeira vez desde 1970, ocorreu uma dissociação entre os interesses da alta burguesia norte-americana e os do Estado. A partir da década de 80, as indústrias estadunidenses, buscando pagar salários mais baixos, foram para a Ásia para produzir para o mercado interno norte-americano, alimentando assim um processo de desindustrialização dentro do próprio território. “Isso gerou um enorme processo de desemprego. Esse seria o eixo conceitual da crise financeira global, deixando os EUA desindustrializado, sem empregos suficientes e com 40 milhões de pobres”, diz Gullo.
E acrescenta: “Os EUA querem manter um papel protagonista e, para tanto, tentam expulsar a China da África e impedir a aliança entre Rússia e Europa Ocidental. Essas duas grandes estratégias estão fracassando, daí a necessidade de colocar um pé na Colômbia, um passo para que a América Latina seja sua zona de influência exclusiva”.
Os EUA, lembra, só produzem 15% da energia que consome e a América Latina provê 25% de suas necessidades em matéria de recursos. Pereyra Mele assinala que “a Colômbia é um país bioceânico, é vizinho do país (Venezuela) que vende 15% do petróleo consumido pelos EUA e também do Equador, outro país petroleiro. Desde as bases navais de Málaga e Cartagena de Índias, Washington tem rápido acesso ao maior ponto de comunicação comercial do mundo, o canal do Panamá”. Na mesma direção, Gullo observa que a importância geopolítica da Colômbia para os EUA se expressa tanto no plano tático como no estratégico.
Do ponto de vista tático, ele assinala: “o complexo militar necessita criar focos bélicos para justificar a produção e renovação de material bélico. Sem tal esquema, esse aparato não tem como justificar sua existência”. E do ponto de vista estratégico, “o objetivo é conseguir a capitulação do poder nacional brasileiro; para isso, procura traçar um cerco em volta do Brasil, começando na Colômbia e com a idéia de continuar pela Bolívia e pelo Paraguai”.
Nesse marco, a América Latina é obrigar a reforçar seus acordos regionais, como Unasul, Comunidade Andina de Nações e Mercosul, para evitar fraturas e controlar as turbulências domésticas (como o golpe de Estado em Honduras), que possibilitem a expansão das forças armadas dos EUA na região. Para Pereyra Mele, “a solução ao problema colocado pela ofensiva estadunidense sobre a América do Sul passa pela defesa irrestrita das áreas por onde fluem e se conectam os três sistemas hidrográficos mais importantes: o Orinoco, a Amazônia e o Prata”.
“Para isso devem ser desenvolvidas políticas internacionais coerentes, levando em conta as limitações colocadas pela potência hegemônica. É muito importante aprofundar o Mercosul, aumentar a presença da Unasul e dos organismos de defesa regionais. É necessária a criação de um complexo industrial militar argentino-brasileiro para melhorar nossa capacidade de defesa, sem dependência externa, incorporando outros países”, conclui Pereyra Mele.
Para Marcelo Gullo, a América a conforma uma comunidade cultural única. “Lamentavelmente, do ponto de vista político, a região está dividida em duas. De um lado México, América Central e o Caribe, zona de influência exclusiva dos EUA, e de outro a América do Sul”.
A respeito dessa última reflexão, talvez pudesse se acrescentar que o ódio sistemático dos poderes estadunidenses à Revolução Cubana pode ser explicado pelo fato de esta ter sido a única experiência concreta de freio à hegemonia de Washington sobre as regiões Norte, Central e Caribenha da América Latina. Diante disso, conclui Gullo, “a responsabilidade principal é do Brasil, por ser o país com maior poder relativo da região. O problema é que a classe dirigente brasileira não compreende adequadamente que, para resistir à agressão dos EUA, precisa de sócios fortes e não fracos. Devem compreender que o importante não é sua industrialização isolada, mas sim a industrialização de toda a América do Sul”.
As mudanças de política militares que Barack Obama prometeu em sua campanha presidencial até agora não apareceram. A menos que alguém queira que o caráter identitário passa exclusivamente pela pigmentação da pele, nem que sequer podemos dizer que um afroamericano chegou à presidência. Para além do discurso, Obama solicitou ao Congresso dos EUA a aprovação de 83,4 bilhões de dólares em fundos extras para financiar as aventuras bélicas no Iraque e no Afeganistão, avança com a
instalação de novas bases militares na Colômbia e manteve uma posição mais do que ambígua em relação ao golpe de Estado em Honduras.
O orçamento do Pentágono é 50 vezes superior ao total de gastos militares do conjunto de países do sistema internacional. Além disso, realiza os maiores investimentos, em nível mundial, em pesquisas militares e espaciais. Essa disponibilidade de recursos permite aos EUA agir de forma simultânea com ingerências bélicas em diferentes áreas do planeta.
Os EUA querem manter um papel protagonista no mundo e, para tanto, tentam expulsar a China da África e impedir uma aliança entre Rússia e Europa Ocidental. Essas duas grandes estratégias estão fracassando, daí a necessidade de garantir que a América Latina seja sua zona de influência exclusiva. A presença militar na Colômbia é um passo nesta direção, mas o verdadeiro alvo de Washington na região é o Brasil, país com maior poder relativo da região. A análise é dos cientistas políticos argentinos Marcelo Gullo e Carlos Alberto Pereyra Mele.
Nos centros de planejamento do traçado estratégico dos Estados Unidos sabe-se que passou o tempo da potência única e global. Para enfrentar a União Européia, China e Rússia, Washington quer assegurar o controle da América Latina. Para isso precisa “acabar” com o Brasil. As possibilidades de resistência na região, o papel da Unasul e outras iniciativas de integração – esses pontos foram de uma entrevista exclusiva à Agencia Periodística del Mercosul, concedida pelos cientistas políticos especialistas e geopolítica, Marcelo Gullo (autor dos livros “Argentina-Brasil: a grande oportunidade” e “A insubordinação fundadora. Breve história da construção do poder das nações”) e Carlos Alberto Pereyra Mele, do Centro de Estudos Estratégicos Sulamericanos.
Para Gullo, o interesse geopolítico dos Estados Unidos consiste em atrasar o processo de passagem da condição de potência global para a de uma potência regional. A crise que atingiu o país, acrescenta, não é conjuntural, mas sim estrutural, porque, pela primeira vez desde 1970, ocorreu uma dissociação entre os interesses da alta burguesia norte-americana e os do Estado. A partir da década de 80, as indústrias estadunidenses, buscando pagar salários mais baixos, foram para a Ásia para produzir para o mercado interno norte-americano, alimentando assim um processo de desindustrialização dentro do próprio território. “Isso gerou um enorme processo de desemprego. Esse seria o eixo conceitual da crise financeira global, deixando os EUA desindustrializado, sem empregos suficientes e com 40 milhões de pobres”, diz Gullo.
E acrescenta: “Os EUA querem manter um papel protagonista e, para tanto, tentam expulsar a China da África e impedir a aliança entre Rússia e Europa Ocidental. Essas duas grandes estratégias estão fracassando, daí a necessidade de colocar um pé na Colômbia, um passo para que a América Latina seja sua zona de influência exclusiva”.
Os EUA, lembra, só produzem 15% da energia que consome e a América Latina provê 25% de suas necessidades em matéria de recursos. Pereyra Mele assinala que “a Colômbia é um país bioceânico, é vizinho do país (Venezuela) que vende 15% do petróleo consumido pelos EUA e também do Equador, outro país petroleiro. Desde as bases navais de Málaga e Cartagena de Índias, Washington tem rápido acesso ao maior ponto de comunicação comercial do mundo, o canal do Panamá”. Na mesma direção, Gullo observa que a importância geopolítica da Colômbia para os EUA se expressa tanto no plano tático como no estratégico.
Do ponto de vista tático, ele assinala: “o complexo militar necessita criar focos bélicos para justificar a produção e renovação de material bélico. Sem tal esquema, esse aparato não tem como justificar sua existência”. E do ponto de vista estratégico, “o objetivo é conseguir a capitulação do poder nacional brasileiro; para isso, procura traçar um cerco em volta do Brasil, começando na Colômbia e com a idéia de continuar pela Bolívia e pelo Paraguai”.
Nesse marco, a América Latina é obrigar a reforçar seus acordos regionais, como Unasul, Comunidade Andina de Nações e Mercosul, para evitar fraturas e controlar as turbulências domésticas (como o golpe de Estado em Honduras), que possibilitem a expansão das forças armadas dos EUA na região. Para Pereyra Mele, “a solução ao problema colocado pela ofensiva estadunidense sobre a América do Sul passa pela defesa irrestrita das áreas por onde fluem e se conectam os três sistemas hidrográficos mais importantes: o Orinoco, a Amazônia e o Prata”.
“Para isso devem ser desenvolvidas políticas internacionais coerentes, levando em conta as limitações colocadas pela potência hegemônica. É muito importante aprofundar o Mercosul, aumentar a presença da Unasul e dos organismos de defesa regionais. É necessária a criação de um complexo industrial militar argentino-brasileiro para melhorar nossa capacidade de defesa, sem dependência externa, incorporando outros países”, conclui Pereyra Mele.
Para Marcelo Gullo, a América a conforma uma comunidade cultural única. “Lamentavelmente, do ponto de vista político, a região está dividida em duas. De um lado México, América Central e o Caribe, zona de influência exclusiva dos EUA, e de outro a América do Sul”.
A respeito dessa última reflexão, talvez pudesse se acrescentar que o ódio sistemático dos poderes estadunidenses à Revolução Cubana pode ser explicado pelo fato de esta ter sido a única experiência concreta de freio à hegemonia de Washington sobre as regiões Norte, Central e Caribenha da América Latina. Diante disso, conclui Gullo, “a responsabilidade principal é do Brasil, por ser o país com maior poder relativo da região. O problema é que a classe dirigente brasileira não compreende adequadamente que, para resistir à agressão dos EUA, precisa de sócios fortes e não fracos. Devem compreender que o importante não é sua industrialização isolada, mas sim a industrialização de toda a América do Sul”.
As mudanças de política militares que Barack Obama prometeu em sua campanha presidencial até agora não apareceram. A menos que alguém queira que o caráter identitário passa exclusivamente pela pigmentação da pele, nem que sequer podemos dizer que um afroamericano chegou à presidência. Para além do discurso, Obama solicitou ao Congresso dos EUA a aprovação de 83,4 bilhões de dólares em fundos extras para financiar as aventuras bélicas no Iraque e no Afeganistão, avança com a
instalação de novas bases militares na Colômbia e manteve uma posição mais do que ambígua em relação ao golpe de Estado em Honduras.
O orçamento do Pentágono é 50 vezes superior ao total de gastos militares do conjunto de países do sistema internacional. Além disso, realiza os maiores investimentos, em nível mundial, em pesquisas militares e espaciais. Essa disponibilidade de recursos permite aos EUA agir de forma simultânea com ingerências bélicas em diferentes áreas do planeta.
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EUA-COM OS PÉS NA CÕLONBIA E OS OLHOS NO BRASIL
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