Tsunami não é fenômeno natural:catástrofe fabricada?
No dia 26 de dezembro de 2004, ondas gigantescas destruíram diversas cidades da costa sul do Pacífico, matando cerca de 300 mil pessoas na Ásia e na África.
por Alexandre Petillo e Eduardo Paland
Duas teorias afirmam que as ondas gigantes que destruíram a costa asiática em 2004 não foram obras da natureza. Os tsunamis seriam uma nova arma de destruição em massa ou teriam sido provocados para desviar a Terra de um asteróide
TEORIA - Tsunami não é fenômeno natural
OBJETIVO - Os EUA queriam testar uma nova arma de destruição em massa
No dia 26 de dezembro de 2004, ondas gigantescas destruíram diversas cidades da costa sul do Pacífico, matando cerca de 300 mil pessoas na Ásia e na África. Eram os tsunamis, um fenômeno natural causado pela movimentação de placas tectônicas do planeta. Fenômeno natural? Nada disso, segundo duas teorias conspiratórias que começaram a circular pela internet semanas depois da catástrofe. O maremoto e as ondas gigantes, na verdade, teriam sido provocados intencionalmente pelos Estados Unidos. A primeira versão diz que os americanos queriam desviar a Terra da rota de colisão de um asteróide. A segunda tese afirma que os tsunamis nada mais eram do que testes secretos de uma nova arma de destruição em massa.
DÁ PARA ACREDITAR?
De acordo com a primeira história, um submarino nuclear americano teria naufragado durante uma missão secreta no Oceano Índico, em 21 de fevereiro de 1978. Nenhuma informação a respeito foi divulgada na época. A Marinha teria decidido ocultar o caso porque precisava recuperar as oito ogivas transportadas pela embarcação. Como não conseguiram chegar até lá, os militares teriam abortado o resgate. Em setembro de 2003, astrônomos do Programa de Pesquisa de Asteróides Próximos à Terra, no estado do Novo México, disseram que o asteróide 2003 QQ47 vinha de encontro ao nosso planeta e poderia colidir em 21 de março de 2014. Um dia depois, porém, eles concluíram que as chances de um choque eram mínimas – uma em 909 mil – e deram o assunto por encerrado.
Mas alguns conspirólogos acham que não. Em reuniões com líderes mundiais, o governo americano teria sugerido que a única solução para evitar a colisão do asteróide seria detonar as oito ogivas perdidas no Índico. O impacto alteraria o curso da Terra em alguns milímetros, o suficiente para tirá-la do caminho do QQ47. Isso provavelmente provocaria ondas gigantes, que matariam algumas pessoas. Mas seriam bem menos vítimas do que poderia causar a queda do asteróide, capaz de gerar o efeito de 20 milhões de bombas atômicas iguais à jogada em Hiroshima. Valeria, portanto, o sacrifício.
TESTES NUCLEARES
A segunda teoria relaciona os tsunamis ao terremoto que destruiu a cidade de Bam, no Irã, em 26 de dezembro de 2003 – exatamente um ano antes da catástrofe no Índico. As relações entre Washington e Teerã, estremecidas desde a revolução islâmica de 1979, teriam levado o presidente George W. Bush a atacar disfarçadamente o Irã. Essa teoria sugere que armas atômicas causaram o terremoto no Irã e que os tsunamis foram criados por testes nucleares no Índico. Como evidência, cita a morte de cem baleias e golfinhos em duas ilhas na Tasmânia, na costa da Austrália, em 2004. Os cientistas não souberam explicar a causa, mas elaboraram duas hipóteses. Uma sugeria que os bichos foram atraídos pelo alto nível de nutrientes na água. Outra, que baleias e golfinhos ficaram desorientados pelo barulho das plataformas de petróleo da região. Para alguns conspirólogos, há uma terceira razão: foi tudo culpa de testes com as novas armas de destruição de massa criadas pelos Estados Unidos.
Por que a ilha britânica de Diego Garcia, utilizada pelas forças aliadas como base militar na invasão do Iraque, escapou dos tsunamis? Porque os americanos podem controlar terremotos e maremotos e dirigi-los para os seus alvos preferenciais, dizem os conspirólogos. Assim, as ondas gigantes flagelaram Indonésia, Maldivas, Sri Lanka, Tailândia, Malásia, Índia, Mianmar e Somália, mas pouparam a ilha amiga. Os países atingidos pelos tsunamis não foram alertados do perigo porque os Estados Unidos precisavam testar o potencial de seu novo armamento e contabilizar quantas pessoas poderiam matar com uma só tacada. Por azar, havia americanos de férias ou a trabalho por lá. Na verdade, isso até ajudaria a tirar o governo dos Estados Unidos da lista de suspeitos.
Finalmente, em texto divulgado no site Global Research, o economista canadense Michel Chossudovsky sustenta que o projeto Haarp (sigla em inglês para Programa de Pesquisas de Aurora Ativada por Alta Freqüência, mantido pelo governo dos Estados Unidos para pesquisas sobre temperatura) teria participação no complô. Apesar da motivação científica e acadêmica do Haarp, não falta quem acuse o projeto de operar como uma ferramenta política e militar. Entre os estudos, há experiências sobre modificações na indução ionosférica, que poderiam levar a blecautes e colapsos em sistemas de comunicações e radares, além da criação de “temperaturas artificiais”. Tudo controlado, a gosto do freguês. Mais uma prova da conspiração tsunami? Duvide, se quiser.
Profeta
terça-feira, 8 de junho de 2010
segunda-feira, 7 de junho de 2010
O mito
"O mito é a janela que se abre para todos os ventos e todas as interpretações".
Por Rosane Volpatto
Desde que o homem começou a dar os primeiros passos sobre a terra, o acompanhou mais de uma interrogação e, à medida que foi evoluindo e fazendo-se mais humano, ditas interrogações cresceram em quantidade e profundidade.
Todas as grandes preocupações do homem, figuram nas mitologias, onde a princípio, investigava sua própria origem e do mundo em que habitava. Os primeiros mitos, portanto, tiveram como origem a necessidade de explicar alguns fenômenos da natureza, como o trovão, a lua, a forma das árvores e as características dos animais. Posteriormente, se construiu mitos que tratavam de explicar e penetrar pelas janelas secretas da condição humana e das instituições que se desenvolveram a partir da interação grupal.
Quando o homem via qualidades e características humanas como pertencentes a objetos ou coisas inanimadas, essas qualidades e características não eram tão somente idéias arbitrárias, mas reflexos das suas qualidades inconscientes. Quando encarava fenômenos naturais ingenuamente, personificando-os, como nos mitos e lendas, estava interpretando a natureza de acordo com sua própria natureza. Seu inconsciente era projetado no mundo exterior. Nos mitos folclóricos semi-esquecidos dos povos antigos encontramos relíquias de suas maneiras de pensar primitivas, que não estão extintas e, que reaparecem hoje, no inconsciente, na forma de sonhos e fantasias.
"Com efeito, a mitologia arcaica, integra a sociedade humana e o homem ao mundo. Ela estabelece correspondências analógicas entre o universo ecosistêmico e o universo antropológico, o qual, desta forma, se fragmenta, se completa e aparece como um microcosmo" (E. Morin). Sobre essas correspondências, a contribuição de Carl Jung é de fundamental importância, pois estabeleceu surpreendentes relações entre a esfera individual e cultural, através de sua teoria dos arquétipos, sintetizando com a brilhante metáfora: "os mitos são sonhos da cultura".
Arquétipo, do grego "arkhétypos", significa modelo primitivo, idéias inatas. Foi empregado este termo, significando o inconsciente coletivo por Jung. No mito este conteúdo refere-se a um tempo passado, remoto.
Os arquétipos estão presentes nas lendas, nos mitos e nas maneiras de ser predominantes de uma cultura. São as estruturas fundamentais do nosso psiquismo e seu conhecimento e compreensão nos permite tornarmos mais conscientes tanto das nossas fraquezas quanto fortalezas.
Para Carl Jung, o mito é a concretização do inconsciente coletivo, ou seja, um elo que une o consciente e o inconsciente coletivo. Compreende-se como inconsciente coletivo a memória das vivências de gerações que nos antecederam. O inconsciente coletivo seria a identidade da humanidade, independente de época ou tempo que tenha vivido.
Segundo Mario Mercier:
"É na tradição, nas antigas narrativas, nesses arquivos universais chamados erroneamente de lendas, é nos velhos contos que o homem poderá encontrar a sua verdadeira identidade mágica. Para isso, deverá sair de sua cristalização intelectual e ultrapassar a concepção de símbolo que, embora energético, não deixa de ser bastante abstrato."
Devemos ter em conta, que em todo o grupo humano existem mitos, criações humanas coletivas, que funcionam como um motor de recriação de um tempo passado e primordial, onde os atos humanos adquirem um significado distinto para cada feito original da espécie humana. Os mitos então, representam os processos inconscientes de tribos e raças inteiras. Foram adaptados às necessidades comuns de incontáveis gerações por um processo de convencionalização, através do qual os elementos pessoais foram eliminados. O fato de que mitos equivalentes sejam similares até em detalhes em culturas de povos bastante separados, indica que representavam temas psicológicos gerais que são verdadeiros para a humanidade como um todo. Segundo Jung, "em cada indivíduo existem imagens primordiais herdadas na estrutura do cérebro". Esta alegação explica o fenômeno do porque certas lendas e mitos aparecerem repetidas por toda a terra.
Toda e qualquer sociedade, carece de mitos, pois eles encarnam suas qualidades e atributos, além de servirem de referencial à própria sociedade que os criou. De certa maneira, são elementos de ligação entre o homem e esta sociedade.
A função social do mito está delineada em "Myto y Sociedade": "cada sociedade segundo seu modo de ser, concebe de maneira peculiar sua unidade e ao expressá-la toma consciência de sua existência. Nenhum rei, nenhuma bandeira, nenhuma outra coisa pode ser a encarnação de um grupo como é o mito".
OUTROS CONCEITOS DE MITO....
O mito é a verdade que esconde outra verdade, pois é mister em ir além das aparências, busca significados da parte abstrata, no sentido mais profundo.
Segundo Malinnowski, o mito "é uma realidade que corresponde a uma necessidade religiosa, à aspirações morais e à imperativos da ordem social".
André Lalande:
"Narrativa fabulosa de origem popular e não reflexiva, no qual os agentes impessoais, na maior parte dos casos as forças da natureza são representadas
sob a forma de seres personificados, cujas ações ou aventuras têm um significado simbólico".
Erich Fromm:
"O mito como o sonho, apresenta uma estória desenrolando-se no tempo e espaço, estória essa que exprime em linguagem simbólica idéias religiosas e filosóficas, experiências, da alma em que se reside o verdadeiro significado do mito. Se a gente não logra apreender o significado real do mito, fica em face de uma imagem ingênua, pré-científica do mundo e da história e, na melhor das hipóteses, um produto de uma bela imaginação poética, ou então, esta é a atitude de crente ortodoxo, a estória manifesta do mito é verídica e tem-se de acreditar nela como um relato correto dos fatos deveras ocorridos na realidade".
"O mito é a resposta a um estímulo e uma necessidade psíquica, enquanto a imaginação é o caldo nutriente, o meio de cultura onde a semente do mito germina e floresce." Franz K. Pereira
O mito, nada mais é do que projeções de fatos reais, as quais o homem procurou registrar com suas limitadas expressões e que, com a tradição oral, ganhou um colorido especial, até que restou apenas uma "imagem"da verdade, refletida em um espelho esfumaçado.
O OCEANO SONHADO DO INCONSCIENTE
Analisar um mito, é viver em um mundo transfigurado e impregnado da presença de seres sobrenaturais.
Para realizarmos a crítica sobre o mito, devemos primeiro, nos situarmos na realidade, tratando de encontrar um método que nos permita nos acercarmos do "oceano sonhado do inconsciente", tratando de assinalar as determinações, os caminhos que traduzem esta realidade fantástica e arbitrária, transformando-os em signos mais compreensíveis à realidade cotidiana.
Nesta zona do imaginário aborígine, não era uma presença insólita como o cavalo alado dos gregos ou os castelos encantados do imaginário medieval. Aqui, como em toda a América, o imaginário era uma presença constante, um compartilhar cotidiano que tinha como conseqüência direta a criação de mitos e lendas que constituem o quê denominamos de realismo mágico, que nasceu em uma atmosfera e dimensão sobrenatural, sendo considerado a manifestação mais pura e autêntica do universo americano.
O nosso indígena era um fazedor de mitos e lendas, este é o maior dos legados.
Hoje, para nossa felicidade, percebemos uma resistência organizada por parte de alguns povos indígenas no sentido de preservar a cultura de seus ancestrais. Todos nós, também podemos lhes prestar assistência , divulgando e prestigiando seu acervo cultural.
É embrenhando-nos na maravilhosa selva do nosso interior, onde habitam o sentimento rude, primitivo, bárbaro, que nos foi herdado da inquietude de nossos ancestrais, que aprenderemos mais sobre nós mesmos. Neste esplendor, vicejam mitos robustos e inconcebíveis, onde ainda correm em suas veias a seiva quente das terras de sua origem.
É através do estudo do inconsciente portanto,que poderemos nos reconciliar com os bárbaros dentro de nós. O drama do mundo pode começar a ser resolvido
e desempenhado dentro de cada indivíduo. Se esta revolução pacífica pudesse ser conseguida em um número suficiente de pessoas, não poderia acontecer a renovação da vida sem necessidade de passar por uma fase de destruição e barbarismo? Ocorrendo esta revolução de dentro para fora, desnecessária seria a destruição de qualquer civilização. Por isso é importante estudarmos o inconsciente de maneira a reconstruir nossas atitudes de acordo com as forças negligenciadas. Realmente, esta negligência tem nos levado a uma certa falsificação de valores...
PARALELO ENTE LENDAS E MITOS
Na maioria das vezes, mitos e lendas são confundidos. Realmente, os limites entre um e outro, são quase inexistentes.
Segundo Luis da Câmara Cascudo, o elemento de distinção entre lenda e mito está no fator "tempo-espaço".
O mito estaria acima do tempo e do espaço, é universal. Já a lenda, é um episódio heróico-sentimental que tem por origem fatos que impressionaram o imaginário popular e localizável no tempo e espaço. Conserva também, as quatro características do conto popular: a antiguidade, a persistência, o anonimato e a oralidade. Se distingue do mito pela "função e o confronto".
A principal característica do mito é a sua natureza "não reflexiva" (André Lalandre), ou seja, sua falta de questionamento ou críticas. Victor Jabouille, lhe dá uma conotação mais ampla ao afirmar que: "o mito é tão vasto que nele se pode incluir praticamente toda a expressão cultural humana...é a materialização extremamente completa do Imaginário Humano".
Tanto o mito quanto a lenda são a história de um País contada pelo seu povo. Enquanto o mito é universal, a lenda é local. O mito é atemporal, já a lenda se localiza no tempo.
Um povo conta mitos e lendas na tentativa de relatar suas memórias, são nada menos, que depoimentos que um povo faz sobre si mesmo, acrescidos de alguns
floreios, necessários para despertar nossa atenção.
O MITO E A MENTE CONTEMPORÂNEA
Sem dúvida, o ser humano já alcançou uma evolução significativa. Mas apesar de todos estes avanços no campo intelectual, científico e tecnológico, não encontrou eco que respondesse suas expectativas ou decifrasse seu enigma existencial. Tampouco vislumbrou lograr a paz associada à justiça social. Então de que modo pode o homem moderno suportar a carga de sua existência? Ou mesmo enfrentar catástrofes, terrorismos, guerras, bombardeio atômicos se a justiça é um jogo cego e sujo e encontra-se nas mãos de forças econômicas que não se preocupam com o seu bem estar?
Neste instante de tempo, nossa insatisfação tem sido enfatizada pelas convulsões mundiais, ânsias por guerra, o que tem nos provado que a felicidade e realização na vida não são encontradas na produção em massa ou nas novas descobertas tecnológicas ou científicas. A insatisfação mostra-se não tão somente na ansiedade geral, mas também na neurose e infelicidade, assim como cria uma sensação de frustração e falta de entusiasmo real. Em verdade, estamos insatisfeitos com a qualidade dos relacionamentos humanos. Com certeza, nossos avós e nossos pais, eram menos suscetíveis a desarmonia e ao tédio, por realizarem relacionamentos mais satisfatórios. Hoje nossa vida é fria, vazia e estéril. Devemos buscar, portanto, um renascimento espiritual que alimente nosso interior, pois a ciência só tem nos provado que é impotente em face de uma ameaça de colapso da nossa cultura.
É imperativo um contato renovado com os níveis mais profundos da natureza, para que se promova uma verdadeira relação vital a ser estabelecida com leis e princípios que ativem a humanidade. Não devemos nos esquecer que nossos ideais sempre são centrados em nossos sentimentos e para alcançá-los, se requer algo mais do que um elaborado trabalho acadêmico.
"O caos que a sociedade atual vivencia, pode ser devido ao permanente processo mitogênico e mitofágico que o progresso provoca. O progresso é mitofágico, mas o ser social é mitogênico, porque é através do mito que ele procura estabelecer uma ordem, da mesma maneira que ele se utiliza de uma mandala para promover o equilíbrio em seus caos interior." Franz K. Pereira
Fomos, somos e sempre seremos eternos "Caçadores de Emoções", sem nossos mitos e lendas, com suas maravilhosas fantasias e sonhos a serem realizados, nossa vida seria totalmente sem graça.
O mundo através dos mitos e lendas, renasce como uma primavera. O homem é o único herdeiro destas tradições, vivências, ensinamentos e é somente através deles que vencerá seu terror existencial e histórico e, assimilando este aprendizado, se fará merecedor da exuberante e esperançosa primavera que florescerá em seu coração.
Hoje, mais do que nunca, as raízes de nosso espírito, leva-nos cada vez mais a indagar sobre as nossas origens.
Por Rosane Volpatto
Desde que o homem começou a dar os primeiros passos sobre a terra, o acompanhou mais de uma interrogação e, à medida que foi evoluindo e fazendo-se mais humano, ditas interrogações cresceram em quantidade e profundidade.
Todas as grandes preocupações do homem, figuram nas mitologias, onde a princípio, investigava sua própria origem e do mundo em que habitava. Os primeiros mitos, portanto, tiveram como origem a necessidade de explicar alguns fenômenos da natureza, como o trovão, a lua, a forma das árvores e as características dos animais. Posteriormente, se construiu mitos que tratavam de explicar e penetrar pelas janelas secretas da condição humana e das instituições que se desenvolveram a partir da interação grupal.
Quando o homem via qualidades e características humanas como pertencentes a objetos ou coisas inanimadas, essas qualidades e características não eram tão somente idéias arbitrárias, mas reflexos das suas qualidades inconscientes. Quando encarava fenômenos naturais ingenuamente, personificando-os, como nos mitos e lendas, estava interpretando a natureza de acordo com sua própria natureza. Seu inconsciente era projetado no mundo exterior. Nos mitos folclóricos semi-esquecidos dos povos antigos encontramos relíquias de suas maneiras de pensar primitivas, que não estão extintas e, que reaparecem hoje, no inconsciente, na forma de sonhos e fantasias.
"Com efeito, a mitologia arcaica, integra a sociedade humana e o homem ao mundo. Ela estabelece correspondências analógicas entre o universo ecosistêmico e o universo antropológico, o qual, desta forma, se fragmenta, se completa e aparece como um microcosmo" (E. Morin). Sobre essas correspondências, a contribuição de Carl Jung é de fundamental importância, pois estabeleceu surpreendentes relações entre a esfera individual e cultural, através de sua teoria dos arquétipos, sintetizando com a brilhante metáfora: "os mitos são sonhos da cultura".
Arquétipo, do grego "arkhétypos", significa modelo primitivo, idéias inatas. Foi empregado este termo, significando o inconsciente coletivo por Jung. No mito este conteúdo refere-se a um tempo passado, remoto.
Os arquétipos estão presentes nas lendas, nos mitos e nas maneiras de ser predominantes de uma cultura. São as estruturas fundamentais do nosso psiquismo e seu conhecimento e compreensão nos permite tornarmos mais conscientes tanto das nossas fraquezas quanto fortalezas.
Para Carl Jung, o mito é a concretização do inconsciente coletivo, ou seja, um elo que une o consciente e o inconsciente coletivo. Compreende-se como inconsciente coletivo a memória das vivências de gerações que nos antecederam. O inconsciente coletivo seria a identidade da humanidade, independente de época ou tempo que tenha vivido.
Segundo Mario Mercier:
"É na tradição, nas antigas narrativas, nesses arquivos universais chamados erroneamente de lendas, é nos velhos contos que o homem poderá encontrar a sua verdadeira identidade mágica. Para isso, deverá sair de sua cristalização intelectual e ultrapassar a concepção de símbolo que, embora energético, não deixa de ser bastante abstrato."
Devemos ter em conta, que em todo o grupo humano existem mitos, criações humanas coletivas, que funcionam como um motor de recriação de um tempo passado e primordial, onde os atos humanos adquirem um significado distinto para cada feito original da espécie humana. Os mitos então, representam os processos inconscientes de tribos e raças inteiras. Foram adaptados às necessidades comuns de incontáveis gerações por um processo de convencionalização, através do qual os elementos pessoais foram eliminados. O fato de que mitos equivalentes sejam similares até em detalhes em culturas de povos bastante separados, indica que representavam temas psicológicos gerais que são verdadeiros para a humanidade como um todo. Segundo Jung, "em cada indivíduo existem imagens primordiais herdadas na estrutura do cérebro". Esta alegação explica o fenômeno do porque certas lendas e mitos aparecerem repetidas por toda a terra.
Toda e qualquer sociedade, carece de mitos, pois eles encarnam suas qualidades e atributos, além de servirem de referencial à própria sociedade que os criou. De certa maneira, são elementos de ligação entre o homem e esta sociedade.
A função social do mito está delineada em "Myto y Sociedade": "cada sociedade segundo seu modo de ser, concebe de maneira peculiar sua unidade e ao expressá-la toma consciência de sua existência. Nenhum rei, nenhuma bandeira, nenhuma outra coisa pode ser a encarnação de um grupo como é o mito".
OUTROS CONCEITOS DE MITO....
O mito é a verdade que esconde outra verdade, pois é mister em ir além das aparências, busca significados da parte abstrata, no sentido mais profundo.
Segundo Malinnowski, o mito "é uma realidade que corresponde a uma necessidade religiosa, à aspirações morais e à imperativos da ordem social".
André Lalande:
"Narrativa fabulosa de origem popular e não reflexiva, no qual os agentes impessoais, na maior parte dos casos as forças da natureza são representadas
sob a forma de seres personificados, cujas ações ou aventuras têm um significado simbólico".
Erich Fromm:
"O mito como o sonho, apresenta uma estória desenrolando-se no tempo e espaço, estória essa que exprime em linguagem simbólica idéias religiosas e filosóficas, experiências, da alma em que se reside o verdadeiro significado do mito. Se a gente não logra apreender o significado real do mito, fica em face de uma imagem ingênua, pré-científica do mundo e da história e, na melhor das hipóteses, um produto de uma bela imaginação poética, ou então, esta é a atitude de crente ortodoxo, a estória manifesta do mito é verídica e tem-se de acreditar nela como um relato correto dos fatos deveras ocorridos na realidade".
"O mito é a resposta a um estímulo e uma necessidade psíquica, enquanto a imaginação é o caldo nutriente, o meio de cultura onde a semente do mito germina e floresce." Franz K. Pereira
O mito, nada mais é do que projeções de fatos reais, as quais o homem procurou registrar com suas limitadas expressões e que, com a tradição oral, ganhou um colorido especial, até que restou apenas uma "imagem"da verdade, refletida em um espelho esfumaçado.
O OCEANO SONHADO DO INCONSCIENTE
Analisar um mito, é viver em um mundo transfigurado e impregnado da presença de seres sobrenaturais.
Para realizarmos a crítica sobre o mito, devemos primeiro, nos situarmos na realidade, tratando de encontrar um método que nos permita nos acercarmos do "oceano sonhado do inconsciente", tratando de assinalar as determinações, os caminhos que traduzem esta realidade fantástica e arbitrária, transformando-os em signos mais compreensíveis à realidade cotidiana.
Nesta zona do imaginário aborígine, não era uma presença insólita como o cavalo alado dos gregos ou os castelos encantados do imaginário medieval. Aqui, como em toda a América, o imaginário era uma presença constante, um compartilhar cotidiano que tinha como conseqüência direta a criação de mitos e lendas que constituem o quê denominamos de realismo mágico, que nasceu em uma atmosfera e dimensão sobrenatural, sendo considerado a manifestação mais pura e autêntica do universo americano.
O nosso indígena era um fazedor de mitos e lendas, este é o maior dos legados.
Hoje, para nossa felicidade, percebemos uma resistência organizada por parte de alguns povos indígenas no sentido de preservar a cultura de seus ancestrais. Todos nós, também podemos lhes prestar assistência , divulgando e prestigiando seu acervo cultural.
É embrenhando-nos na maravilhosa selva do nosso interior, onde habitam o sentimento rude, primitivo, bárbaro, que nos foi herdado da inquietude de nossos ancestrais, que aprenderemos mais sobre nós mesmos. Neste esplendor, vicejam mitos robustos e inconcebíveis, onde ainda correm em suas veias a seiva quente das terras de sua origem.
É através do estudo do inconsciente portanto,que poderemos nos reconciliar com os bárbaros dentro de nós. O drama do mundo pode começar a ser resolvido
e desempenhado dentro de cada indivíduo. Se esta revolução pacífica pudesse ser conseguida em um número suficiente de pessoas, não poderia acontecer a renovação da vida sem necessidade de passar por uma fase de destruição e barbarismo? Ocorrendo esta revolução de dentro para fora, desnecessária seria a destruição de qualquer civilização. Por isso é importante estudarmos o inconsciente de maneira a reconstruir nossas atitudes de acordo com as forças negligenciadas. Realmente, esta negligência tem nos levado a uma certa falsificação de valores...
PARALELO ENTE LENDAS E MITOS
Na maioria das vezes, mitos e lendas são confundidos. Realmente, os limites entre um e outro, são quase inexistentes.
Segundo Luis da Câmara Cascudo, o elemento de distinção entre lenda e mito está no fator "tempo-espaço".
O mito estaria acima do tempo e do espaço, é universal. Já a lenda, é um episódio heróico-sentimental que tem por origem fatos que impressionaram o imaginário popular e localizável no tempo e espaço. Conserva também, as quatro características do conto popular: a antiguidade, a persistência, o anonimato e a oralidade. Se distingue do mito pela "função e o confronto".
A principal característica do mito é a sua natureza "não reflexiva" (André Lalandre), ou seja, sua falta de questionamento ou críticas. Victor Jabouille, lhe dá uma conotação mais ampla ao afirmar que: "o mito é tão vasto que nele se pode incluir praticamente toda a expressão cultural humana...é a materialização extremamente completa do Imaginário Humano".
Tanto o mito quanto a lenda são a história de um País contada pelo seu povo. Enquanto o mito é universal, a lenda é local. O mito é atemporal, já a lenda se localiza no tempo.
Um povo conta mitos e lendas na tentativa de relatar suas memórias, são nada menos, que depoimentos que um povo faz sobre si mesmo, acrescidos de alguns
floreios, necessários para despertar nossa atenção.
O MITO E A MENTE CONTEMPORÂNEA
Sem dúvida, o ser humano já alcançou uma evolução significativa. Mas apesar de todos estes avanços no campo intelectual, científico e tecnológico, não encontrou eco que respondesse suas expectativas ou decifrasse seu enigma existencial. Tampouco vislumbrou lograr a paz associada à justiça social. Então de que modo pode o homem moderno suportar a carga de sua existência? Ou mesmo enfrentar catástrofes, terrorismos, guerras, bombardeio atômicos se a justiça é um jogo cego e sujo e encontra-se nas mãos de forças econômicas que não se preocupam com o seu bem estar?
Neste instante de tempo, nossa insatisfação tem sido enfatizada pelas convulsões mundiais, ânsias por guerra, o que tem nos provado que a felicidade e realização na vida não são encontradas na produção em massa ou nas novas descobertas tecnológicas ou científicas. A insatisfação mostra-se não tão somente na ansiedade geral, mas também na neurose e infelicidade, assim como cria uma sensação de frustração e falta de entusiasmo real. Em verdade, estamos insatisfeitos com a qualidade dos relacionamentos humanos. Com certeza, nossos avós e nossos pais, eram menos suscetíveis a desarmonia e ao tédio, por realizarem relacionamentos mais satisfatórios. Hoje nossa vida é fria, vazia e estéril. Devemos buscar, portanto, um renascimento espiritual que alimente nosso interior, pois a ciência só tem nos provado que é impotente em face de uma ameaça de colapso da nossa cultura.
É imperativo um contato renovado com os níveis mais profundos da natureza, para que se promova uma verdadeira relação vital a ser estabelecida com leis e princípios que ativem a humanidade. Não devemos nos esquecer que nossos ideais sempre são centrados em nossos sentimentos e para alcançá-los, se requer algo mais do que um elaborado trabalho acadêmico.
"O caos que a sociedade atual vivencia, pode ser devido ao permanente processo mitogênico e mitofágico que o progresso provoca. O progresso é mitofágico, mas o ser social é mitogênico, porque é através do mito que ele procura estabelecer uma ordem, da mesma maneira que ele se utiliza de uma mandala para promover o equilíbrio em seus caos interior." Franz K. Pereira
Fomos, somos e sempre seremos eternos "Caçadores de Emoções", sem nossos mitos e lendas, com suas maravilhosas fantasias e sonhos a serem realizados, nossa vida seria totalmente sem graça.
O mundo através dos mitos e lendas, renasce como uma primavera. O homem é o único herdeiro destas tradições, vivências, ensinamentos e é somente através deles que vencerá seu terror existencial e histórico e, assimilando este aprendizado, se fará merecedor da exuberante e esperançosa primavera que florescerá em seu coração.
Hoje, mais do que nunca, as raízes de nosso espírito, leva-nos cada vez mais a indagar sobre as nossas origens.
A origem alienígena de Cristo
Ilustração por Heztone
A origem extraterrestre de Cristo, sugerida em trechos da Bíblia, estaria sendo escondida para não destruir as antigas religiões do planeta
TEORIA - A origem alienígena de Cristo
OBJETIVO - Negar a verdade para evitar o descrédito das igrejas tradicionais
Está escrito na Bíblia: Jesus Cristo era um ET. Pelo menos assim interpretam as escrituras os defensores da teoria de que Jesus chegou ao nosso planeta num disco- voador, tomou a forma humana e espalhou conhecimento alienígena no Oriente Médio. As lideranças religiosas esconderiam a verdade para não destruir as religiões da Terra. Mas o complô ganhou um inimigo em 2003. Dom Fernando Pugliese, bispo da Igreja Católica Apostólica Brasileira, disse acreditar na origem extraterrena de Cristo. Pronto. Um religioso aceitava a tese do escritor Erich von Däniken no livro Eram os Deuses Astronautas? (Melhoramentos, 2000): as divindades vieram do espaço.
Formado em filosofia pela Universidade Gregoriana de Roma, na Itália, Dom Pugliese estuda mensagens ocultas na Bíblia. Ele tem sua própria interpretação para os ensinamentos cristãos. A estrela de Belém, que guiou os Reis Magos até a manjedoura de Jesus, seria uma nave espacial, porque se movia de forma inteligente, acompanhando a viagem dos nobres. A aparição da Virgem Maria na cidade de Fátima, em Portugal, seria uma manifestação ufológica, um robô em forma feminina controlado por um ovni. Jesus suava gotas de sangue por causa de características somáticas e psicossomáticas sobre o seu corpo humano. Embora nunca tenha visto um ET - apenas discos voadores -, Dom Pugliese acha que os anjos e arcanjos, assim como Cristo, têm origem alienígena. Segundo ele, as referências à vida extraterrestre estão no Antigo e no Novo Testamento, em mensagens cifradas.
Mais gente acredita que o maior símbolo do cristianismo tem algo a ver com os homenzinhos verdes. Se não, como explicar os milagres de curar doentes, multiplicar pães e peixes ou transformar água em vinho? Entre os crédulos está o francês Claude Vorilhon, ou simplesmente Raël, fundador do Movimento Raeliano. Autor do livro Extraterrestrials Took me to Their Planet (Extraterrestres Levaram-me ao seu Planeta, sem versão brasileira), Raël declarou em 1975 que se encontrou com Jesus, Buda, Moisés e Maomé no mundo de Elohim, o ser supremo. O criador da seita ufológica diz que todos os profetas que viveram na Terra foram enviados por Elohim. Logo, Cristo é um ET. Felizmente, segundo Raël, o filho de Deus foi clonado pelos alienígenas, que pegaram o DNA divino ainda na cruz. Assim estariam explicados os raios e tremores testemunhados na época, logo depois da morte de Cristo. Graças à clonagem, resultado de uma tecnologia de 25 mil anos, Jesus vive até hoje em outra galáxia, de onde voltará na hora certa.
Alguns escritores do movimento batizado de Nova Era, como Brad Steiger e Randolph Winters, simpatizam com a paternidade extraterrestre de Cristo. No livro The Fellowship: Spiritual Contact between Humans and Outer Space Beings (A Irmandade: Contato Espiritual entre Humanos e Seres Espaciais, sem versão brasileira), Steiger conta histórias de pessoas que garantem conversar com ETs. Uma delas explica que o Homem de Nazaré não era um deus, mas um mestre ascendente alienígena que encarnou para assumir um padrão físico mais aceitável aos humanos. Jesus voltará, mas não no Juízo Final. Ele descerá à Terra numa espaçonave, claro. Curiosamente, entretanto, não há compaixão nesse Cristo ET. Quem não atender as suas palavras será varrido do planeta.
A natureza extraterrena do messias pode ser comprovada por outros sinais, argumentam os adeptos da teoria. O anjo Gabriel visto por Maria seria um astronauta do alto de uma nave espacial, escondida pela intensidade do brilho das luzes. Foi um ET quem anunciou a gravidez à Virgem, invocando o nome de Deus para justificar o seu experimento médico. A concepção foi realizada, na verdade, por uma projeção de esperma através da luz emitida do óvni. Não deixa de haver ainda uma dose de misticismo, oculta nesse pretenso racionalismo científico: Jesus era "o corpo biológico de uma entidade espiritual cósmica". Todos esses argumentos são encontrados em sites e publicações ufológicas, desde as mais sérias até as de qualidade duvidosa. A maioria não tem dúvidas de que João Batista, o primo de Jesus, também era um alienígena, pois certas interpretações dos Evangelhos dizem que ele havia sido "levado para o céu no interior de um objeto voador".
ETs DIVINOS
Os conspiradores esconderiam muito mais segredos. Toda a linhagem de personagens bíblicos, do Gênesis ao Apocalipse, seriam astronautas de outras galáxias, como defende Däniken. A lista é variada: os anjos que revelaram a Ló a destruição de Sodoma e Gomorra ou conduziram os judeus na fuga do Egito, o carro de fogo que levou o profeta Elias para o céu, as visões de Deus do profeta Ezequiel, a arca utilizada por Noé durante o dilúvio. Segundo seguidores da teoria extraterrestre, todas essas descrições correspondem perfeitamente a espaçonaves alienígenas. Para colocar mais lenha na fogueira, em 1995, o padre italiano Piero Coda propôs uma questão aos seus colegas de Vaticano. Ele queria saber se a morte de Cristo na cruz também salvou as criaturas de outros planetas. Embora não tenha citado um salvador ET, Coda acabou admitindo a hipótese de que Deus poderia ter criado a vida em outros lugares do universo.
Um documento apócrifo, escrito no segundo século antes de Cristo, costuma ser apresentado como mais uma prova do messias alienígena. O livro do profeta Enoque, bisavô de Noé, relata algumas passagens inspiradoras aos simpatizantes da teoria. Entre as quais, "200 anjos desceram e tiveram relações amorosas com as filhas da Terra, que deram nascimento a gigantes". Seria um dos mais antigos registros de casos de sexo entre humanos e ETs, tema preferido da ufologia moderna.
As mensagens cifradas da Bíblia, repletas de figuras de linguagem, realmente dão margem a diversas interpretações. Sempre há espaço para novas soluções, como envolver o mais famoso autor de milagres de todos os tempos. Uma coisa é certa. Se Jesus era mesmo extraterrestre, o papa Bento 16 e a Nasa terão em mãos a maior agência de turismo do mundo.
Marcadores:
- Negar a verdade,
Bíblia,
descrédito das igrejas tradicionais,
Está escrito
domingo, 6 de junho de 2010
"Eu me enganei!!! diz ele hoje
Maior desastre ambiental da história dos EUA desafia governo Obama
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O petróleo que há mais 40 dias jorra nas águas do Golfo do México mancha a imagem de gerenciador de crises de Obama e coloca o presidente diante do maior desafio de seu governo.
A imagem do decidido gerenciador de crises, cultivada pelo presidente Barack Obama desde a chegada ao poder, está sendo manchada pelas milhares de toneladas de petróleo que jorram diariamente nas águas do Golfo do México.
Na opinião de muitos analistas políticos, a maré de óleo será para Obama o que o furacão Katrina foi para o seu antecessor. "Obama tem um problema político. A mancha de petróleo vai grudar nos seus sapatos com a mesma tenacidade que a falta de gerenciamento após o furacão Katrina grudou nos do antecessor George W. Bush", escreveu o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Os críticos acusam o presidente de mau gerenciamento da crise, de ter encarado o problema de forma hesitante e tardia. Pior do que isso: pouco antes do desastre, Obama se colocou ao lado da indústria, defendendo claramente a extração de petróleo em águas profundas. "Eu me enganei", diz ele hoje.
E o fato é que não há muito que Obama possa fazer além de elevar a pressão sobre a petroleira BP para que feche de uma vez o buraco por onde jorram entre 1.600 e 3.400 toneladas de óleo cru no mar todos os dias, segundo estimativas. É a indústria, e não o governo, que detém o know-how para as explorações em águas profundas.
"Há quase dois anos, foi uma crise que guindou Obama à Casa Branca. E agora uma crise pode colar na sua administração a pior e mais duradoura mancha. O cool gerenciador de crises (…) [de 2008] simplesmente não sabe o que fazer contra a mancha de óleo no Golfo do México em 2010", avaliou o jornal alemão Handelsblatt.
Bildunterschrift: Obama visita praia afetada pelo vazamento de óleo em Louisiana
"Vocês não serão abandonados" Obama reagiu às críticas. "Eu assumo a responsabilidade", afirmou numa entrevista coletiva para a imprensa, na quinta-feira passada. E anunciou a prorrogação por seis meses da moratória para perfurações em águas profundas na região do Golfo do México.
"Aqueles que pensam que fomos lentos na resposta ou que falhamos na urgência desconhecem os fatos", afirmou Obama. "Essa tem sido a nossa mais alta prioridade desde o início da crise."
Na sexta-feira, Obama viajou para as regiões atingidas – foi apenas a segunda viagem em 40 dias de desastre. Na região costeira do estado de Louisiana, Obama conversou com pescadores, moradores e políticos locais. "Estou aqui para dizer a vocês que não estão sozinhos. Vocês não serão abandonados."
A mensagem é especialmente importante para a região, cujos habitantes ainda trazem vivas na memória as lembranças da devastação causada pelo Katrina, que destruiu a capital Nova Orleans.
Fracasso e nova tentativa
A sorte, porém, não está do lado do presidente. Neste sábado, a BP anunciou o fracasso da operação Top Kill, destinada a conter o vazamento. A operação, complicada e sem precedentes à profundidade de 1.500 metros, consistia em enviar para dentro do poço uma espécie de lama, formada com a mistura de água e de matérias sólidas.
Até bolas de golfe, pedaços de pneus e cordas foram usados pela BP para tentar bloquear o vazamento. Quando ele parasse, seria necessário cimentar o buraco.
Obama anunciou o fracasso neste sábado: "Se no início recebemos relatos positivos sobre o procedimento, agora está claro que ele não funcionou". Com isso, a BP se voltou para uma nova tentativa. Ela poderá levar até mais de quatro dias para ser posta em prática, afirmou o diretor de operações da empresa, Doug Suttles.
Segundo ele, o novo método consiste em enviar robôs ao fundo do mar. Eles deverão serrar os tubos danificados do poço e depois cobrir o local com uma estrutura que permita capturar o petróleo e posteriormente transferi-lo para um navio.
"Este método não está isento de riscos e nunca foi testado anteriormente a esta profundidade", recordou o presidente norte-americano. "Foi por isso que não foi posto em prática antes de todas as outras opções terem sido tentadas. Será difícil e demorará vários dias", advertiu.
Nas palavras da assessora para energia de Obama, Carol Browner, o governo está preparado para o pior. "Poderá haver petróleo vazando até agosto", declarou à emissora de televisão NBC. "Este é provavelmente o pior desastre ambiental que já enfrentamos neste país."
AS/dpa/rtr/afp/lusa
"Pelicano coberto em petróleo"
Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift: O petróleo que há mais 40 dias jorra nas águas do Golfo do México mancha a imagem de gerenciador de crises de Obama e coloca o presidente diante do maior desafio de seu governo.
A imagem do decidido gerenciador de crises, cultivada pelo presidente Barack Obama desde a chegada ao poder, está sendo manchada pelas milhares de toneladas de petróleo que jorram diariamente nas águas do Golfo do México.
Na opinião de muitos analistas políticos, a maré de óleo será para Obama o que o furacão Katrina foi para o seu antecessor. "Obama tem um problema político. A mancha de petróleo vai grudar nos seus sapatos com a mesma tenacidade que a falta de gerenciamento após o furacão Katrina grudou nos do antecessor George W. Bush", escreveu o jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Os críticos acusam o presidente de mau gerenciamento da crise, de ter encarado o problema de forma hesitante e tardia. Pior do que isso: pouco antes do desastre, Obama se colocou ao lado da indústria, defendendo claramente a extração de petróleo em águas profundas. "Eu me enganei", diz ele hoje.
E o fato é que não há muito que Obama possa fazer além de elevar a pressão sobre a petroleira BP para que feche de uma vez o buraco por onde jorram entre 1.600 e 3.400 toneladas de óleo cru no mar todos os dias, segundo estimativas. É a indústria, e não o governo, que detém o know-how para as explorações em águas profundas.
"Há quase dois anos, foi uma crise que guindou Obama à Casa Branca. E agora uma crise pode colar na sua administração a pior e mais duradoura mancha. O cool gerenciador de crises (…) [de 2008] simplesmente não sabe o que fazer contra a mancha de óleo no Golfo do México em 2010", avaliou o jornal alemão Handelsblatt.
Bildunterschrift: Obama visita praia afetada pelo vazamento de óleo em Louisiana
"Vocês não serão abandonados" Obama reagiu às críticas. "Eu assumo a responsabilidade", afirmou numa entrevista coletiva para a imprensa, na quinta-feira passada. E anunciou a prorrogação por seis meses da moratória para perfurações em águas profundas na região do Golfo do México.
"Aqueles que pensam que fomos lentos na resposta ou que falhamos na urgência desconhecem os fatos", afirmou Obama. "Essa tem sido a nossa mais alta prioridade desde o início da crise."
Na sexta-feira, Obama viajou para as regiões atingidas – foi apenas a segunda viagem em 40 dias de desastre. Na região costeira do estado de Louisiana, Obama conversou com pescadores, moradores e políticos locais. "Estou aqui para dizer a vocês que não estão sozinhos. Vocês não serão abandonados."
A mensagem é especialmente importante para a região, cujos habitantes ainda trazem vivas na memória as lembranças da devastação causada pelo Katrina, que destruiu a capital Nova Orleans.
Fracasso e nova tentativa
A sorte, porém, não está do lado do presidente. Neste sábado, a BP anunciou o fracasso da operação Top Kill, destinada a conter o vazamento. A operação, complicada e sem precedentes à profundidade de 1.500 metros, consistia em enviar para dentro do poço uma espécie de lama, formada com a mistura de água e de matérias sólidas.
Até bolas de golfe, pedaços de pneus e cordas foram usados pela BP para tentar bloquear o vazamento. Quando ele parasse, seria necessário cimentar o buraco.
Obama anunciou o fracasso neste sábado: "Se no início recebemos relatos positivos sobre o procedimento, agora está claro que ele não funcionou". Com isso, a BP se voltou para uma nova tentativa. Ela poderá levar até mais de quatro dias para ser posta em prática, afirmou o diretor de operações da empresa, Doug Suttles.
Segundo ele, o novo método consiste em enviar robôs ao fundo do mar. Eles deverão serrar os tubos danificados do poço e depois cobrir o local com uma estrutura que permita capturar o petróleo e posteriormente transferi-lo para um navio.
"Este método não está isento de riscos e nunca foi testado anteriormente a esta profundidade", recordou o presidente norte-americano. "Foi por isso que não foi posto em prática antes de todas as outras opções terem sido tentadas. Será difícil e demorará vários dias", advertiu.
Nas palavras da assessora para energia de Obama, Carol Browner, o governo está preparado para o pior. "Poderá haver petróleo vazando até agosto", declarou à emissora de televisão NBC. "Este é provavelmente o pior desastre ambiental que já enfrentamos neste país."
AS/dpa/rtr/afp/lusa
"Pelicano coberto em petróleo"
BP diz que funil já recolhe mais da metade do petróleo que vaza
A petroleira British Petroleum (BP) disse neste domingo que o funil especial colocado sobre o vazamento de petróleo no Golfo do México já recolhe mais da metade do fluxo de óleo para navios na superfície.
"Neste momento, o funil de contenção desvia cerca de 10 mil barris de petróleo diariamente para superfície", disse o presidente da BP, Tony Haywards.
Calcula-se que o poço danificado, localizado cerca de 1,5 mil metros abaixo da superfície libere entre 12 mil e 19 mil barris diários de petróleo no Golfo do México, no que está sendo considerado o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
Hayward disse que a empresa pretende implementar esta semana outra tática para conter o vazamento que, junto com o funil, deve ser capaz de conter " a grande maioria" do petróleo que polui a região.
Em agosto a empresa espera conseguir uma solução definitiva para o problema quando estiverem prontos outros dois poços que devem desviar o petróleo do poço danificado.
Recuperação
O executivo disse que a empresa está comprometida com a recuperação total da região.
"Limparemos o petróleo, solucionaremos qualquer dano ambiental e deixaremos a costa do Golfo do México nas mesmas condições que estavam antes do evento. Este é um compromisso inquestionável, permaneceremos por lá muito tempo após o assunto ter deixado de ocupar a atenção da imprensa, honrando nossas promessas", disse ele.
A empresa chegou a perder um terço de seu valor no mercado de ações desde o início da crise e vem sendo criticada por gastar alegadamente US$ 50 milhões em comerciais de TV para tentar recuperar sua imagem.
A empresa diz ter gasto mais de US$ 1 bilhão em operações de limpeza desde o início do vazamento no dia 20 de abril, depois que uma explosão destruiu a plataforma Deepwater Horizon, causando a morte de 11 trabalhadores.
Em seu pronunciamento semanal neste sábado, o presidente Barack disse que vai garantir que a BP seja responsabilizada financeiramente pelo vazamento e pague "cada centavo" do que deve.
As estimativas são de que a quantidade de petróleo vazado no mar desde abril varie entre 80 milhões e 180 milhões de litros.
BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
A petroleira British Petroleum (BP) disse neste domingo que o funil especial colocado sobre o vazamento de petróleo no Golfo do México já recolhe mais da metade do fluxo de óleo para navios na superfície.
"Neste momento, o funil de contenção desvia cerca de 10 mil barris de petróleo diariamente para superfície", disse o presidente da BP, Tony Haywards.
Calcula-se que o poço danificado, localizado cerca de 1,5 mil metros abaixo da superfície libere entre 12 mil e 19 mil barris diários de petróleo no Golfo do México, no que está sendo considerado o maior desastre ambiental da história dos Estados Unidos.
Hayward disse que a empresa pretende implementar esta semana outra tática para conter o vazamento que, junto com o funil, deve ser capaz de conter " a grande maioria" do petróleo que polui a região.
Em agosto a empresa espera conseguir uma solução definitiva para o problema quando estiverem prontos outros dois poços que devem desviar o petróleo do poço danificado.
Recuperação
O executivo disse que a empresa está comprometida com a recuperação total da região.
"Limparemos o petróleo, solucionaremos qualquer dano ambiental e deixaremos a costa do Golfo do México nas mesmas condições que estavam antes do evento. Este é um compromisso inquestionável, permaneceremos por lá muito tempo após o assunto ter deixado de ocupar a atenção da imprensa, honrando nossas promessas", disse ele.
A empresa chegou a perder um terço de seu valor no mercado de ações desde o início da crise e vem sendo criticada por gastar alegadamente US$ 50 milhões em comerciais de TV para tentar recuperar sua imagem.
A empresa diz ter gasto mais de US$ 1 bilhão em operações de limpeza desde o início do vazamento no dia 20 de abril, depois que uma explosão destruiu a plataforma Deepwater Horizon, causando a morte de 11 trabalhadores.
Em seu pronunciamento semanal neste sábado, o presidente Barack disse que vai garantir que a BP seja responsabilizada financeiramente pelo vazamento e pague "cada centavo" do que deve.
As estimativas são de que a quantidade de petróleo vazado no mar desde abril varie entre 80 milhões e 180 milhões de litros.
BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.
Marcadores:
Golfo do México,
Maior desastre ambiental,
Obama,
Vazamento de óleo
Assinar:
Postagens (Atom)