Profeta

domingo, 1 de agosto de 2010

A insatisfação está presente no coração de todos









O véu da ignorância





  Rentabilize seu sítio! 



A ignorância sobre a verdadeira natureza da mente, isto é, o simples fato dela não reconhecer o que é realmente, é chamada ignorância fundamental. É a inabilidade básica da mente condicionada perceber a si mesma. Podemos comparar a mente pura, que possui as três qualidades essenciais, com as águas calmas e transparentes, nas quais tudo pode ser visto claramente. O véu da ignorância é uma falta de inteligência, um tipo de estado nublado, assim como um vaso opaco faz a água perder sua claridade transparente. Tal mente obscurecida perde a experiência da abertura lúcida e se torna ignorante de sua natureza essencial.

Ganância, Arrogância, Avidez, Cupidez, Ambição, Insatisfação. Está intrínseca na personalidade humana a busca pela realização pessoal. Somos, por natureza, insatisfeitos. Estamos sempre a procura de alguma coisa que nos complete.
Acreditem, a insatisfação está presente no coração de todos. Nos barracos de madeira à beira da estrada, nas suítes presidenciais dos grandes hotéis de luxo. Sempre encontraremos pessoas insatisfeitas.
Obviamente, é sempre mais fácil aceitá-la na “moradia” humilde de uma favela. Entretanto, com certeza, a encontraremos também, e não raramente, entre àquelas pessoas que aparentemente atingiram as suas ambições pessoais e sociais.
Pessoas que, a nosso ver, possuem tudo, mas são infelizes. Algo lhes falta. E querem mais!




Querem tanto quanto aqueles que ainda sequer possuem o básico para a sua sobrevivência.
Por isso, na maioria das vezes, não olham para os menos favorecidos. Não olham, pois não percebem a pobreza que se avizinha à sua casa de luxo, ao seu carro zero km.
Vemos com os olhos, mas só percebemos e sentimos com o “coração”. E seus olhos vêem a miséria, mas não a sentem. O seu coração não percebe a amargura do humilde, pois ele mesmo está amargurado.
Amargurado porque precisa trocar o seu carro por um modelo mais novo. Amargurado porque precisa reformar a sua casa. Precisa manter e melhorar o seu padrão de vida. Precisa reservar e acumular bens para o “futuro”.
Futuro?! Como se tivéssemos qualquer controle sobre o próximo segundo de nosso futuro imediato.
Não há futuro! Não há futuro, pelo menos não individualmente, enquanto ele não se concretizar como realidade no presente.
De fato o futuro é um tempo que só pode ser almejado se o idealizarmos no coletivo.
O futuro da Raça Humana é que nos garantirá que nossos filhos e nossos netos tenham a possibilidade de lutar pela sua sobrevivência.
Elegemos a satisfação pessoal e material como prioridades principais de nossas vidas. É obvio, nunca seremos completos. Jamais estaremos satisfeitos.
O “material” se decompõe. A carne se putrefaz. O rijo e novo envelhece. O futuro transforma-se rapidamente em passado.

Você lembra, em 73, quando Raul Seixas lançou a música “Ouro de Tolo?” – “... eu devia estar satisfeito porque consegui comprar um Corcel 73”.
O que já foi sonho de consumo num passado recente, hoje é velharia. Lixo que ninguém mais quer. Sucata.
Interpreto da seguinte maneira…
Esta musica me faz pensar naquele homem, típico, que ao passar dos anos, as dificuldades financeiras foram reduzindo aos poucos, no entanto ele dedicou-se para isso como um atributo essencial para sua vida, quando de repente, se dá conta que ainda tem tantas outras coisas pra conquistar… E essa sensação de novas conquistas, na qual eu interpreto como o verdadeiro amor, o verdadeiro sentido real de família que ele deseja faz com que ele sinta como se não tivesse feito nada além do superficial. Assim como cumprir o belo quadro social, apenas vivendo de aparências, porém o seu interior sente-se vazio e impossibilitado de sorrir em um dia de sol visitando o zoológico com a família.
A sensação de que falta alguma coisa. E o desejo de fazer novas consquistas, mas desta vez, tratando-se de conquistas que faça sentir-se mais rico interiormente, caso contrário a vida não tem graça nenhuma.
Esta música é claramente uma crítica, como já foi falado, a ideologia nacional que imperava neste momento no país do ‘milagre economico’. Raul não estava simplesmente falando de sua vida ou trajetória. Naquele momento da história a musica brasileira não fazia poesia simplismente por fazer, um milhão de coisas estavam acontecendo no mundo e os musicos falavam sobre isso. Principalmente nos momentos em que fala ‘Eu devia estar feliz pelo Senhor
Ter me concedido o domingo Prá ir com a família No Jardim Zoológico Dar pipoca aos macacos…’ Aí se percebe a base da ideologica da ditadura: Deus, familia e segurança. Mas ele está ironizando esta situação, pois ele exerga o outro lado da realidade social daquele período. Ainda em outra parte, ‘E você ainda acredita Que é um doutor Padre ou policial Que está contribuindo Com sua parte Para o nosso belo Quadro social’ mais uma vez ele toca na questão do falso bem estar social criado pela ditadura.
O ser humano, enquanto indivíduo, olha unicamente para os seus interesses em detrimento dos alheios.
Esquece que um futuro melhor para os seus entes queridos só será possível se construirmos para viver um mundo melhor.
Somos uma praga auto-destrutiva e imoral no trato de nós mesmos e todos os outros seres vivos e ao contrário dos dinossauros somos conscientes da nossa nocividade.
Terremotos devastadores, tsunamis, incêndios provocados por raios, epidemias sem causa aparente não são nada além de uma mãozinha da natureza nessa nossa odisséia suicida.
A natureza é calma, pode demorar milhares de anos, mas um dia ela vai despoluir rios e mares, vai transformar os grandes desertos criados por nós em novíssimas florestas, a natureza é indestrutível, a vida nunca termina, mas a nossa espécie, essa sim tem dias contados para terminar.
A natureza nos olha com desprezo, somos para ela um amontoado de bactérias .


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