O mundo como o conhecemos está para mudar

Você já ouviu falar na nanotecnologia? Se já (e se já a estudou um pouco mais
profundamente), provavelmente sabe que deve sentir medo. Se não, saiba, você
irá sentí-lo. O medo não é necessariamente por conta de possíveis resultados
negativos, mas sim do desconhecido. Uma ciência tão complexa e tão
maravilhosamente detalhista que poderá mudar, de forma radical, quase tudo
o que conhecemos
na humanidade.







Vejamos a definição da Wikipedia:

“A nanotecnologia está associada a diversas áreas (como a medicina, eletrônica,
ciência da computação, física, química, biologia e engenharia dos materiais)
de pesquisa e produção na escala nano (escala atômica). O princípio básico
da é a construção de estruturas e novos materiais a partir
dos átomos (os tijolos básicos da natureza). É uma área promissora, mas que
dá apenas seus primeiros passos, mostrando, contudo, resultados surpreendentes
(na produção de semicondutores, Nanocompósitos, Biomateriais, Chips, entre outros)”.

Em palavras mais simples, a nanotecnologia é a possibilidade de criar qualquer
coisa a partir do menor elemento, colocando cada átomo e molécula em um devido
lugar. Eu disse QUALQUER COISA. E por qualquer coisa, eu repito: entenda
qualquer coisa. Chato, né? Pois é. Qualquer coisa.

nanotec1

Imagine que você está morrendo por câncer de pulmão. Simples. A nanotecnologia
cria um novo pulmão pra você. Mas não apenas um pulmão qualquer, ora, podendo a nanotecnologia criar QUALQUER COISA, por que ela simplesmente lhe daria um
pulmãozinho humano fraco e insignificante? Não. Ela poderá te dar um órgão
suficiente para prender sua respiração por 4 horas, por exemplo. A revolução
humana está à beira de acontecer, lembrando que quando digo “à beira”, não
estou dizendo que acontecerá amanhã, mas provavelmente daqui a poucas décadas.
Essa nova ciência é tão absurdamente potente, que, segundo o cientista Ray
Kurzwaill, o ser humano chegará à imortalidade. E, segundo ele, dentro de 20 anos.

“Dentro de 25 anos poderemos fazer um mergulho de quatro horas sem ao
menos precisarmos de oxigênio”;

“A nanotecnologia será capaz de aumentar tanto nossas capacidades mentais
que poderemos escrever um livro inteiro em apenas alguns minutos”;

“Também poderemos entrar em um modo de realidade virtual nunca visto antes,
onde os sinais de nosso cérebro serão desligados e iremos para onde quisermos.
O sexo virtual será algo banal”;

“No nosso dia a dia, figuras holográficas aparecerão em nossos cérebros para
nos explicar o que está acontecendo”.

E vai muito mais além. Segundo ele, dado o tempo certo, nossas células
sanguíneas serão substituídas por nanobots que exercerão a função de forma
milhares de vezes mais eficiente. Em suma, a realidade do futuro é apenas uma:
nós caminhamos para nos tornarmos cyborgs (segundo suas próprias palavras).
A mistura da ciência, tecnologia, máquina e homem serão capazes de gerar
seres humanos imortais, porém tão modificados biologicamente que sequer
me atrevo a definí-los como, exatamente, humanos.

Tudo isso já está praticamente PRONTO na teoria. O problema é quanto tempo
levará para se chegar à prática. Segundo a própria teoria, diz-se que o grande
marco será a construção do primeiro montador molecular, uma pequena máquina
capaz de organizar as partículas de modo a chegar à construção exata de
determinada coisa. O próprio montador molecular poderá criar outro montador
molecular e, dessa forma, criar uma cadeia de reprodução para chegar numa
quantidade X suficiente capaz de criar o referido objeto, ou órgão, ou o que
quer que seja. O problema? Previsões já são feitas sobre a possibilidade de
uma reprodução descontrolada do montador molecular, causando a extinção da
raça humana e transformando a Terra no planeta dos montadores moleculares.
Legal, né?

nanotec2

Tudo isso é tão bizarro que parece absolutamente impossível. Nossa mentalidade
ainda está enraizada nos princípios básicos que conhecemos e torna-se muito
difícil imaginar essa realidade absurda para daqui a muitos anos. Por isso,
é necessário expandir sua mente para tentar compreender. Há 100 anos,
qualquer um que questionasse a possibilidade de criar aparelhos que hoje
tratamos como comuns (celulares, tvs de LCD, realidade virtual, etc.) seria
taxado como louco e viraria piada entre os grupos de amigos. Pois é exatamente
o que acontece hoje. Ao citar a nanotecnologia e suas capacidades, na mesa de
jantar, fui surpreendido com gargalhadas da família, aos comentários de:
“o homem nem foi a Marte ainda, imagine se vai fazer isso”.

Outro fator predominante para a não aceitação, é a crença no sobrenatural.
Coisas como “Deus jamais permitiria” e “o ser humano não conseguirá pois
somente Deus tem o poder de fazer isso” serão frases célebres comuns quando o
assunto for abordado. Alguns dirão que o Apocalipse virá primeiro, ou que
esse será exatamente o marco para tal. Para aqueles que não acreditam em nada
disso, só resta esperar a nova revolução industrial e humana.

Compreendendo ou não, aceitando ou não, o futuro é indefinido, mas, pra mim,
sombrio. Vejo um potencial de criação humana tão grande que consigo, se fechar
os olhos, imaginar toda a sociedade florescendo para o novo mundo do
desconhecido, mas sucumbindo pouco tempo depois. Se acontecerá ou não, eu
sinceramente não sei. Mas uma coisa é certa: não gostaria de estar vivo
quando o homem perder, de vez, o controle.

Post extraido do Controle Remoto Blog:

http://controleremoto.tv/blog/2009/09/o-mundo-como-o-conhecemos-esta-para-mudar/ Felipe Neto